Encontro Fraterno: Percepção e lembranças

 
 

Decorria o meio de uma tarde, estando eu em minha sala de aula, adaptada a partir de um quarto que a ligava a um extenso corredor de uma ampla casa, onde funcionava um colégio, propriedade de educadoras descendentes de alemães. Ainda criança, na segunda infância, percebi, no entanto, que algo de diferente se passava, diante da movimentação fora do comum, no dito corredor. Eu estava na 3ª série do curso primário, ano de 1943.
 
Nos dias que se seguiram, ouvi comentários a partir do noticiário de jornal, que o colégio havia sofrido ameaça de invasão por um grupo de pessoas exaltadas, em represália ao torpedeamento de navios mercantes brasileiros por submarinos alemães. A invasão só não foi consumada diante da argumentação de que as crianças que ali estudavam eram todas brasileiras. O episódio fazia parte de tantas outras manifestações populares, contra propriedades de pessoas ligadas a países do chamado Eixo, formado pela Alemanha, Itália e Japão. Eram os efeitos da II Guerra Mundial, que dividia o mundo. O Brasil já havia aderido ao Plano Estratégico dos países aliados, permitindo a construção pelos norte-americanos, de onze bases aéreas em cidades ao longo do litoral brasileiro. A declaração de guerra às nações do Eixo ocorreu em agosto de 1942.
 
Do que percebi naquele meio de tarde, o que importa são as lembranças dos ensinamentos de qualidade recebidos naquele colégio, fundamentais para a minha formação. Logo na 1ª série, a prof.ª Edith despertou minha curiosidade para conhecer os números, as operações básicas, a lógica da matemática. Chegado à 5ª série, coube à prof.ª Sulamita Viegas de Souza, incentivar o zelo ortográfico, estimulando a prática redacional. A prof.ª Helga se encarregou da minha preparação para a 1ª Eucaristia, celebração realizada na Basílica de Nossa Senhora de Nazaré.

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