Encontro Fraterno: Reconhecimento ao meu anjo da guarda

O noticiário dos naufrágios de duas embarcações de médio porte ocorridos no passado mês de agosto, um aqui no rio Xingu e outro próximo à ilha de Itaparica, na Bahia, levou-me mais uma vez a percorrer o túnel do tempo, chegando ao ano de 1960, quando prestava serviços profissionais na então Estrada de Ferro Tocantins, com sede em Tucuruí. Eram tempos quando não havia rodovia ligando aquela cidade a Belém, sendo o transporte de passageiros e cargas feito por via fluvial, demandando cerca de 36 horas o percurso até esta capital.  
 
Certo dia, bem cedinho, me dirigi ao trapiche de Tucuruí objetivando viajar para Belém, sendo-me oferecidas duas opções: uma lancha de pequeno porte, prevista para desatracar às 5h30, e um outro barco, daqueles que venciam as corredeiras do trecho encachoeirado do rio Tocantins, entre Marabá e Tucuruí, que deixaria o trapiche meia hora depois. Escolhi então a lancha, julgando que ganharia tempo. No entanto, depois de poucas horas de viagem, veio a encalhar em um ‘banco’ de areia, cabendo à tripulação providenciar o desencalhe, os homens se lançando na água e mergulhando, até fincarem seus pés na areia e os ombros de encontro ao casco da embarcação, levando-a a flutuar novamente. 
 
Enquanto aguardava tal ‘manobra’, eis que passou ao largo, como que imponente, deixando ouvir a cadência do característico ruído do seu possante motor, o barco que desatracaria um pouco mais tarde, deixando-me frustrado diante da escolha feita. No entanto, ao desembarcar aqui em Belém fui informado de que a referida embarcação havia naufragado. 
 
Proclamei então: Que sorte a minha! Todavia, nos dias de hoje, revendo os fatos à luz da fé, não tenho dúvida de atribuir ao meu anjo da guarda a escolha feita, sendo poupado de um sinistro que poderia ter ceifado a minha vida.
 

Compartilhe essa Notícia

Leia também