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Certa manhã, em um shopping de Belém, enquanto eu me distanciava um pouco, minha esposa sentou-se em um banco junto a uma jovem senhora, que logo perguntou há quanto tempo estava casada. Diante da informação, quis saber o segredo de manter tantos anos de casamento, obtendo como resposta: Renúncia!
Sem dúvida, as atitudes de renúncia são fundamentais no relacionamento conjugal. Mas como quem escreve está atento aos acontecimentos do dia a dia, a palavra ‘renúncia’ me levou a ser sugado pelo túnel do tempo, deparando-me com a segunda metade da década dos anos 40, quando nem se falava em televisão, e aqui no Pará havia uma única emissora de rádio, a PRC-5, Rádio Clube do Pará, ‘A voz que canta e fala para a Planície’. Ao tempo, fazia sucesso a novela ‘Renúncia’, autoria de Oduvaldo Vianna, levada ao ar nos dias de semana, às 12h30.
Como não se contava com a transmissão da imagem, a interpretação ficava por conta da impostação da voz dos atores radiofônicos e dos recursos da sonoplastia, levando os ouvintes a viver as emoções do enredo. Interpretava o galã o então acadêmico de medicina Octávio Cascaes. O sucesso foi dos maiores, fazendo a Emissora colocar no ar uma segunda edição. Dessa vez o galã sendo interpretado pelo estudante de odontologia,conhecido com o nome artístico de Acácio Humberto.
Passados anos, encontrei na instituição em que trabalhava o probo e competente médico, professor Octávio Bandeira Cascaes, na função de Diretor de Ensino da UFPA. Na mesma instituição, lá estava o não menos respeitado odontólogo e professor Acácio Macêdo Centeno, ambos de saudosa memória, que passaram a compor meu círculo de amizade, juntamente com as esposas e filhos.
No matrimônio, renunciar não é fazer a vontade do outro, mas sim abdicar de interesses próprios em favor da harmonia conjugal.
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Encontro Fraterno: Renúncia
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