Encontro Fraterno: Trabalho dignificado

 
 

Reconheço que, ao iniciar minha vida profissional, trazia o ‘ranço’ de que os operários, em geral, eram pessoas com as quais eu devia manter certa cautela, ou mesmo, desconfiança. De fato, logo no segundo ano das minhas atividades, recebi um recado, através do encarregado de uma obra, que certo operário ‘não estava a gostar do meu jeito’. Sem dúvida, entendi como uma ameaça. Passados alguns dias, em outro local e circunstâncias, ficou evidente ter eu a minha vida preservada, pela ação espontânea de um outro operário. Mesmo assim, o ranço não me deixava…
 
E o tempo passou, sendo eu bafejado pelos novos ares que a Igreja em mim soprou, como que varrendo do meu coração o julgamento de que os operários, em geral, eram pessoas não confiáveis. Já de posse de uma nova mentalidade, tomei conhecimento de que um operário havia sofrido um acidente de trabalho, com perdas irreparáveis. Logo fui visitá-lo. Quando adentrei em sua casa, em uma das baixadas de nossa cidade, fui impactado pela modéstia do ambiente, contrastando com o fruto do seu trabalho em locais de certo requinte. Passados anos, sabendo que me achava enfermo, quando encontrava familiares meus, seu recado era o mesmo: que não deixava de rezar por mim. Veja-se, pois, quanta diferença entre os dois recados, quando o ranço de então teve como resposta a oração. 
 
Quando Deus escolheu José para desposar a Virgem Maria, para ser o pai adotivo do seu Filho, não levou em conta os valores deste mundo, mas, sim, por ser ‘um homem justo’ (cf. Mt 1,19), que quer dizer repleto de virtudes. Foram as virtudes de José que o levaram a carregar no colo o Filho de Deus, de ser guardião da Família Sagrada, de ensinar a Jesus o ofício de carpinteiro, assim dignificando o trabalho operário. São José operário, Padroeiro Universal da Igreja, rogai por nós!

 

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