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A nossa cidade na sua fundação recebeu, diria profeticamente, o nome sugestivo de “Nossa Senhora de Belém do Grão Pará”. Portanto, o nome de Maria está impresso nesta cidade desde a sua origem, assim como todos nós trazemos um “M” nas palmas de nossas mãos. E desde então, este binômio Maria-Belém são inseparáveis.
Portanto, podemos afirmar que a Virgem Maria amou, adotou e escolheu esta cidade para aqui estabelecer a sua morada. E, para demonstrar o seu carinho por esta terra, a Virgem Maria se deixou encontrar pelo caboclo Plácido no ano de 1700, através daquela pequena e singela imagem e junto a ela um escrito: “Nossa Senhora de Nazaré do Desterro”. É como se ela tivesse escolhido, e na verdade o foi, esse título com o qual ela queria ser invocada e venerada, ao longo dos séculos, pelos seus devotos.
Aquele achado, aparentemente fortuito e sem grande relevância, revelou-se, em seguida, um sinal da Providência Divina e um querer da Própria Mãe de Deus, para que as bênçãos de Deus descessem copiosamente sobre o povo da Amazônia, por intercessão d’Aquela que já era amada, invocada e venerada por ele. E foi assim que aquele encontro primeiro de um filho com sua Mãe tornou-se hoje o encontro de uma Mãe com uma multidão quase incalculável de filhos devotos, na procissão do Círio.
O Círio de Nossa Senhora de Nazaré é um evento que projeta positivamente a nossa cidade e o nosso Estado em âmbito nacional e até internacional. O Círio é sinônimo de fé, mas que repercute e impacta a vida de todos os paraenses: cristãos, não cristãos, católicos e não católicos, no âmbito religioso, cultural, social e econômico. A imagem da Virgem de Nazaré é como uma estrela que reluz, que brilha, que guia e nos direciona para Jesus, assim como a estrela guiou os Magos ao encontro de Jesus em Belém.
A Virgem de Nazaré é hoje a nossa estrela de Belém do Pará, que nos aponta o caminho da solidariedade, da justiça, do amor e da paz. Ela é um convite ao serviço generoso e desinteressado em favor dos irmãos. Que ela nos inspire na busca da justiça social, na promoção da vida, no respeito aos direitos individuais e coletivos. Que ela nos ensine que a vida deve ser doação e compromisso com Deus, renunciando aos nossos projetos pessoais de grandeza, de ganância e de poder.
Que todos nós ouçamos o seu conselho de Mãe: “Façam aquilo que Ele lhes disser”. Desse modo alegraremos o seu coração de Mãe e seremos artífices e instrumentos de Deus para a construção de “um novo céu e uma nova terra” sem destruição, devastação e sem sacrifício e perdas de vidas humanas.
Feliz Círio!
Padre Luiz Carlos Nunes Gonçalves
Presidente da Diretoria da Festa de Nazaré e Reitor da Basílica Santuário de Nazaré
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