Conforme nos ensina Santo Afonso de Ligório, o martírio da alma sofrido pela Santíssima Virgem durou toda a sua vida. Iluminada pelo Espírito Santo, mais que a todos os profetas, compreendia melhor que estes as predições a respeito do Messias, consoante registrava as Sagradas Escrituras. Eis porque ela já sentia compaixão pelo inocente Salvador, mesmo antes de lhe ser Mãe. O douto fundador dos Redentoristas conclui, portanto, que por causa desse conhecimento que possuía sobre as dores a serem suportadas pelo Verbo Divino, para a salvação dos homens, e sobre a cruel morte que o aguardava em vista de nossos pecados, já então teve início o sofrimento de Nossa Senhora. Ao tornar-se Mãe do Filho de Deus, essa dor tornou-se sem medida. Em revelações da Virgem Maria à Santa Brígida da Suécia, deu-se a conhecer que a espada de dor profetizada por Simeão transpassou a sua alma durante todos os dias de sua vida. Disse-lhe Ela: “quando eu aleitava meu Filho, o aconchegava ao colo, já contemplando a morte cruel que lhe estava reservada… Passei toda a minha vida entre dores e lágrimas, porque a minha dor, que era compaixão com o meu Filho, nunca se apartava dos meus olhos”.
Muito embora Nossa Senhora tenha sofrido em sua alma as dores da Paixão do seu Filho durante toda a sua vida, a piedade popular enumerou sete fatos dolorosos que marcaram profundamente sua existência terrena e são para nós fonte de meditação. Surgiu, deste modo, o título de Nossa Senhora das Dores, também conhecida como Mater Dolorosa, que significa Mãe Dolorosa. Trata-se de um título que se refere de forma particular à estas sete dores por ela sofridas.O início do culto à Nossa Senhora das Dores deu-se no ano 1221 no Mosteiro de Schönau, na então Germânia, hoje, Alemanha. Por outro lado, devemos à Ordem dos Servitas (Servos de Maria), o Execício de Nossa Senhora das Dores, também conhecida como Coroa das Sete Dores de Maria, a qual data de meados do século XIII.
Com a proximidade da Semana Santa, esse exercício espiritual ser-nos-ia muito frutuoso, razão porque o partilharmos no presente escrito.
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Pecadores redimidos,
Com o sangue do Senhor,
Atendei, vede se há
Dor igual a minha dor.
I) A Profecia de Simeão – Uma espada de dor transpassará a tua alma. (Lc 2,35)
Dolorosa, aguda espada
Transpassou-me o coração
Quando a morte do meu Filho
Me predisse Simeão
Reza-se 1 Pai Nosso e 07 Ave- Marias
II) A Fuga para o Egito – Fugindo do furor de Herodes. Então José tomou a criança e sua mãe e fugiu de noite para o Egito. (Mt 2,14)
Fugi aflita para o Egito,
Ferida de dor veemente
Quando Herodes procurava
Matar meu Filho inocente
Reza-se 1 Pai Nosso e 07 Ave-Marias
III) A perda do Menino Jesus no Templo – Filho, por que fizeste assim conosco? Eis que teu pai e eu te procurávamos cheios de aflição. (Lc 2,48)
Quem dirá quanto eu senti,
Quando sem Filho me achei
Cercada de mil angústias
Três dias O procurei
Reza-se 1 Pai Nosso e 07 Ave-Marias
IV) O encontro com Jesus no caminho do calvário – Os soldados levaram Jesus. Uma grande multidão o seguia. Entre o povo havia mulheres que choravam e se lamentavam por causa dele. (Lc 23,27)
Que martírio na minh’alma
Encontrando o meu Jesus
No caminho do Calvário
Arquejando sob a Cruz
Reza-se 1 Pai Nosso e 07 Ave- Marias
V) A morte de Jesus na Cruz – Perto da cruz estavam a Mãe de Jesus e a irmã dela, mulher de Cléofas e também Maria Madalena. E Jesus disse a sua mãe: Ai está o vosso filho. E a João ele disse: Aií está tua mãe. (Jo 19,25-27)
Mas, ó céus, ó terra, vede:
Dor maior não pode haver
Vendo a morte do meu Filho
Foi pura graça eu não morrer!
Reza-se 1 Pai Nosso e 07 Ave- Marias
VI) Jesus é descido da Cruz e Maria o recebe em seus braços – José, da cidade de Arimatéia, tirou o corpo de Jesus da cruz e o enrolou num lençol de linho e Maria o recebeu em seus braços. (Lc 23,53)
Contemplai quanto eu senti,
Minha angústia, dor e pranto,
Quando sem vida, em meus braços
Vi meu Filho sacrossanto
Reza-se 1 Pai Nosso e 07 Ave- Marias
VII) O sepultamento de Jesus e a soledade de Nossa Senhora – As mulheres que haviam seguido Jesus, desde a Galiléia, foram com José e viram o túmulo e como Jesus tinha sido colocado ali.. (Lc 23,55).
Oh! Que dor mais cruciante,
Que suprema solidão,
Ao levarem-no ao sepulcro,
Invadiu-me o coração.
Reza-se 1 Pai Nosso e 07 Ave- Marias
Finalizamos, pedindo perdão ao Divino Salvador: “Pela Virgem Dolorosa, vossa Mãe, tão piedosa. Perdoai-me meu Jesus, perdoai-me meu Jesus”.
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Evangelização no Terceiro Milênio: A Senhora das dores
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