Evangelização no Terceiro Milênio: Santo Sacrifício da Missa: o tesouro escondido (parte 2)

 
 
Da necessidade da Santa Missa para aplacar a ira de Deus:

“Se não houvesse o Sol, o que seria da Terra? Tudo seria trevas e horror, esterilidade e desolação. E se faltasse no mundo a Santa Missa, que seria de nós? Infelizes! Estaríamos privados de todos os bens, oprimidos com o peso de todos os males. Estaríamos expostos a todos os raios da cólera de Deus”. 
 

Com estas Palavras, São Leonardo de Porto Maurício inicia sua argumentação sobre a Necessidade do Santo Sacrifício da Missa para  aplacar a ira de Deus (In As Excelências da Santa Missa). Afirma ele que antes da Encarnação do Verbo, o Deus da Antiga Aliança se nominava “O Deus dos Exércitos”, que falava com o povo do meio das nuvens e armado de raios, castigando as infidelidades com o rigor de sua divina justiça. De certo, lembra o autor, por um único adultério, Deus passou a fio de espada cinco mil homens da Tribo de Benjamim (Jz 20, 46); e, por um leve sentimento de orgulho de Davi, ao contar o seu povo, Deus enviou uma terrível peste que em poucas horas fez perecer setenta mil pessoas (2Sm 6, 19). Eis que agora, o mesmo Deus sofre, com paciência, as vaidades e as inconstâncias, bem como os mais repugnantes pecados de impurezas e as mais terríveis blasfêmias dirigidas ao Seu Santíssimo Nome. Questiona, então, São Leonardo: como é possível tão grande mudança de conduta? As ingratidões do homem do Novo Testamento são mais desculpáveis do que eram ao tempo do Antigo Testamento?
 
No dizer do humilde Santo da Eucaristia, os pecados do homem do seu tempo eram ainda mais criminosos do que os do tempo da Antiga Aliança, nomeadamente se considerarmos que os benefícios divinos que Deus nos concede aumentam cada vez mais. Diria eu que no presente século XXI, a situação espiritual do homem é ainda mais grave. Por que, então, Nosso Senhor é tão clemente? Responde o piedoso autor: “A verdadeira razão dessa clemência admirável é a Santa Missa, na qual o Cordeiro sem mancha se oferece sem cessar ao Eterno Pai, como vítima expiatória dos pecados do mundo. Eis aí o Sol que enche de júbilo a Santa Igreja, que dissipa as nuvens e torna sereno o céu. Eis aí o arco-íris que detem os raios da Divina Justiça. E estou firmemente convencido de que sem a Santa Missa o mundo estaria já no abismo e teria desaparecido, incapaz de suportar o imenso fardo de sua iniquidade. O Adorável Sacrifício do Altar é a poderosa coluna que o sustenta”.
 
São Leonardo leva o leitor a vislumbrar qual será o pensamento de Deus-Pai quando o Sacerdote ergue a Hóstia Santa, apresentando a inocência de seu Divino Filho? Afirma ele que o amor do Eterno-Pai não pode resistir à vista do Cordeiro sem mancha. Ele se sente como que obrigado a acalmar nossas tormentas e atender todas as nossas necessidades. E conclui: “Sem esta Santa Vítima sacrificada por nós – primeiro na Cruz e todos os dias sobre nossos Altares – estaríamos perdidos…”Como Tesouro da Santa Missa ao nosso alcance, nos é assegurado o Paraíso como herança.
 
Pergunto eu, então: sendo nós sabedores da grandiosidade do Mistério da Santa Missa, podemos ficar indiferentes ao que se dá no Altar da Cruz?  Certamente que não. Cabe-nos, ao contrário, dar-lhe toda honra, respeito, humildade e amor, além de uma postura de perfeita modéstia e contrição diante do Santo Sacrifício. Como bem nos exorta o pio São Leonardo, devemos dar incessantes graças ao Eterno Pai que nos deu o mandamento tão doce de oferecer-lhe muitas vezes a Vítima Celeste e sobretudo pelos imensos frutos espirituais que Dela haurimos, quando somos fiéis não apenas em oferecê-la, mas, também, em oferecé-la consoante a finalidade para a qual nos foi concedido esse dom tão precioso.
 
Finalizo, elevando o espírito ao Cordeiro Divino, a entoar estrofes de uma bela música:  “Ó meu Jesus-Eucaristia, eu te recebo em comunhão; pois mesmo sem que eu mereça, vens fazer morada no meu coração. Eu te adoro, meu Jesus, Doce Mistério no meu coração. Como um Deus tão grande e soberano se faz pequeno, um pedaço de pão, só por amor?”
 
 
 

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