Numa chuvosa tarde de segunda feira, 13 de fevereiro de 2017, um pouco antes das 14h, chegava eu à Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré. Quando entrei, senti a delicadeza e ternura que grassava no ambiente. As inúmeras pessoas que lotavam os bancos da Casa da Mãe aguardavam pacientemente o início do Cenáculo organizado pelo Movimento Sacerdotal Mariano (M.S.M.).
Passava um pouco das 14h quando o padre Laurent Larroque (representante mundial do M. S. M.) subiu silenciosa e calmamente ao presbitério. O semblante do sacerdote a todos impressionou, pois dele transcendia uma paz profunda e uma sobrenatural humildade.
Em seguida, em solene procissão, alguns membros-leigos do M. S. M. conduziram a imagem peregrina de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, que foi colocada em pedestal, ao lado direito do presbitério.
Humildemente, Padre Laurent iniciou a oração do terço. Fez-se um profundo silêncio na grandiosa Basílica. Parecia que estávamos em uma pequena Capela, de tão íntimo e pessoal que ficou o ambiente. Não saberia melhor explicar: o povo rezava com fervor as Ave-Marias, em vozes uníssonas, cadenciadas, como se tivessem ensaiado; mas era como se estivéssemos rezando mentalmente, tamanho o silêncio orante, o silêncio altíssimo de amor. A oração soava como música agradável ao ouvido da alma, como que uma poesia mística.
A cada Ave-Maria recitada, sentíamos o suave odor da santidade que emanava do Coração Imaculado de Nossa Senhora para nós, de modo que fomos todos perfumados.
Quase ao fim da recitação do terço, Dom Alberto Taveira Corrêa chegou e subiu ao presbitério, permanecendo em oração silenciosa. Terminada a recitação do terço, padre Laurent foi apresentado ao nosso Arcebispo e eis que, para surpresa de todos, o piedoso sacerdote ajoelhou-se diante dele e beijou-lhe o anel, tendo aquele o abençoado. Quão bela foi aquela cena de humildade e respeito do sacerdote/ovelha ao Pastor…
Dom Alberto falou sobre a importância da missão do Movimento Sacerdotal Mariano para a Igreja e para o mundo, surpreendendo a todos ao relatar que conheceu pessoalmente seu fundador, padre Stefano Gobbi, que muito o impressionou. Após a palavra de Dom Alberto, Padre Laurent fez uma breve pregação sobre uma das Mensagens de Nossa Senhora que foram transmitidas ao padre Gobbi, por meio de locução interior, sendo por todos ouvido atentamente.
Deu-se, então, o início da Santa Missa, aberta com o ato de Consagração dos sacerdotes presentes ao Imaculado Coração da Santíssima Virgem, um belíssimo e significativo momento. A homilia pregada pelo humilde padre Laurent foi outro primor. Diria eu que foi um verdadeiro tesouro espiritual que uniu o nosso coração ao Coração da Puríssima Virgem e seus propósitos de amor para nós, seus filhos. No ofertório, foram os fiéis que rezaram a Consagração; era possível sentir a alegria celeste que a todos inundou.
Chegamos, então, ao sublime momento: a Comunhão, presença e paz profunda do Santíssimo Jesus Cristo em todo o nosso ser. Parafraseando a música: doce fogo ardente que ali consumia tudo o que somos, em seu infinito amor…
Finalizada a Missa, estávamos todos em êxtase, inebriados de um contentamento que as palavras não conseguem explicar. Compreendi, então, porque, naquela tarde, a Basílica tornara-se uma Capela: tratava-se do regaço acolhedor da Mamãe do Céu. Sim, aquele espaço físico tornara-se o colo do Lírio Mimoso.
E assim, humilde e suavemente, findava aquela bela tarde que passamos com Maria, refugiados em seu Imaculado Coração…
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Evangelização no Terceiro Milênio: Uma tarde com Maria
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