Fiéis participam da Procissão do Encontro na Sexta-feira Santa

 
Na Sexta-feira Santa, 14, aconteceu nas ruas do centro de Belém a tradicional Procissão do Encontro com a participação de centenas de fiéis. Realizada com dois cortejos simultâneos, um com Senhor dos Passos e outra com Nossa Senhora das Dores, a procissão tem um significado especial para os cristãos, marcada pelo encontro da Virgem Maria com Seu Filho. O momento de reflexão contou ainda com o Sermão do Encontro, que neste ano foi proferido pelo pároco da Paróquia de Jesus Ressuscitado, padre Maurício Henrique dos Santos, na entrada da Igreja das Mercês, centro comercial de Belém. 
 
Da Basílica Santuário de Nazaré, às 7h, saiu o primeiro cortejo com a imagem do Senhor dos Passos recordando o caminho do Calvário, pelas ruas de Jerusalém, quando foi flagelado, coroado de espinhos e condenado à morte por Pilatos. Conduzida pelo padre Silvio Jacques, a procissão seguiu pela avenida Nazaré.
 
Segundo padre Silvio a procissão que rememora os passos de Cristo rumo à Cruz é uma realidade que todos os cristãos devem seguir: “Para dar sentido de uma maior vivência, esta procissão nos ajuda a entrar no sentimento de sofrimento, de morte, para chegarmos à ressurreição”. Ao longo do percurso, a imagem do Senhor dos Passos realizou 14 paradas, conforme as estações da Via Sacra. Em cada parada, uma mensagem especial de fé, esperança e caridade.
 
Jean Miranda, 47 anos, servidor público, disse que a procissão é uma forma de participar mais efetivamente da Paixão de Cristo. “Lembrar do sacrifício de Jesus, e do amor de Deus que deu Seu Filho por nós é a grande reflexão que faço quando participo desta procissão”.
 
Do outro lado da cidade, no bairro da Cidade Velha, às 8h, a imagem de Nossa Senhora das Dores saiu da Igreja de São João. Percorrendo as ruas estreitas do bairro histórico da capital, a procissão foi coordenada por um grupo de quatro diáconos da Catedral Metropolitana que acompanhou a imagem da Virgem Maria percorrendo as 14 estações da Via-Sacra até o encontro com Seu Filho.
 
Diácono Marcos Soares, um dos que conduzia a procissão, afirmou que o momento era de meditação e recolhimento para compreender as dores de Maria. “Nossa Senhora não abandonou em nenhum momento o seu filho. Principalmente neste momento de sofrimento na cruz. Maria é aquela que está presente, ela é que estava aos pés da cruz para consolar seu filho e dizer ‘eu estou aqui’”, afirmou. 
 
Em frente à Igreja do Carmo, esperando a passagem da procissão, estava a  aposentada Júlia da Silva, de 73 anos, que participa todos os anos do cortejo. “Acho que é muito pouco o que fazemos perto daquilo que Nossa Senhora sofreu pelo seu filho. Creio que este momento seja um dos mais bonitos dentro da Sexta-feira Santa”. 
 
 
Sermão do Encontro

Por volta das 10h, o ponto alto das duas procissões aconteceu, o encontro das duas imagens em frente à Igreja de Nossa Senhora das Mercês, no bairro da Campina. Naquela manhã pouco ensolarada, vários fiéis posicionavam-se na praça ou na escadaria da Igreja, para logo em seguida, ouvir a meditação proferida pelo padre Maurício Henrique, pároco da Matriz de Jesus Ressuscitado.
 

 
 
Antes do Sermão, o Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, dirigiu-se aos presentes e destacou a grande ação evangelizadora que aconteceu pelas ruas de Belém. “As cenas mais representadas teatralmente são as da Paixão de Cristo. É uma forma de evangelização que a Igreja encontrou no correr dos séculos. Por isso que, quando fazemos as procissões, nós estamos expressando uma grande evangelização que chega às pessoas exatamente através destes gestos”.
 
Em seguida, iniciou o Sermão. Padre Maurício baseou toda a sua pregação na figura de Maria que na Paixão mostra-se a discípula perfeita. “Penso que na Paixão de Cristo Maria Santíssima presenteia a Igreja com um belíssimo testemunho de fé. Ela nos ensina a seguir o cordeiro onde quer que ele vá. E assim a Virgem avançou pelo caminho da fé”.
 
Ele prosseguiu ainda atentando-se no exemplo de Maria: “Da Encarnação à Paixão de Seu Filho, Nossa Senhora observou fielmente a união com Jesus. Ela esteve junto Dele ao pé da Cruz, não poderia haver Redenção sem a presença de Maria, pois por desígnio divino Nossa Senhora estava com Seu Filho na via dolorosa até a Cruz. Ela estava padecendo com Ele e associando seu coração de Mãe ao sacrifício divino de Jesus”.
 
Por fim, concluiu: “A resposta de Maria Santíssima a este imenso amor de Deus leva em si uma entrega total. Maria é a mãe da obediência, é seu ‘sim’ que é motivo de meditação. Na escola de Maria aprendemos e somos chamados a acolher o chamado de Deus”.
 
Após a conclusão do sermão, foi entoado o Canto de Verônica por uma jovem enquanto a mesma exibia a face de Jesus estampada em um pano, da mesma forma que conta a tradição. Depois, as imagens seguiram em uma única procissão para a Catedral de Belém.
 
 

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