Fiéis recebem visita do quadro de Nossa Senhora das Graças que verteu lágrimas

Foto: Divulgação.
 
“Ah, mas foi lindo! Conhecemos mais sobre Nossa Senhora e tocar  nesse quadro foi uma benção”, atestou a paroquiana Marlete Pinho após participar da programação por ocasião da visita do quadro de Nossa Senhora das Graças que verteu lágrimas em Belém à Paróquia São João Batista e Nossa Senhora das Graças,na terça-feira, 27 de novembro, em meio aos eventos da festividade da padroeira no distrito de Icoaraci.
 
A visita integra a programação vinculada ao círio em honra de Nossa Senhora das Graças, conforme informou o pároco, padre Agostinho Cruz. “Dentro das celebrações do 66º círio em honra de Nossa Senhora das Graças. Então recebemos no dia 27 a visita do quadro milagroso que verteu lágrimas no ano de 1948, feito este que fora acompanhado de outros sinais, como curas e milagres provenientes deste acontecimento ocorrido na capital paraense naquela época”.
 
Padre Agostinho recorda-se que “há 70 anos, no dia 11 de novembro de 1948, este simples quadro de Nossa Senhora das Graças verteu lágrimas numa residência em Belém. Dessa experiência de fé, quatro anos mais tarde, novembro de 1952, aconteceria o primeiro círio de Nossa Senhora das Graças, na vila de Icoaraci. O quadro continua em posse dos familiares da senhora Zenobia Castro.
 
“Que maravilha! Me recordo de ter ouvido relatos desse evento milagroso ainda quando criança. Que bênção para o senhor, padre Agostinho, tocar  nesse quadro. Que nossa Senhora das Graças abençoe o senhor e todo o clero da ditosa e venerável Arquidiocese de Belém”, comentou o jovem Leonardo Corrêa.
 
Jorge David Coutinho declarou que foi “muito emocionante em tocar no quadro, enquanto Júnior Oliveira certificou-se da tradição de fé de seu povo. A devota Isabel Sodré afirmou: “Posso dizer que “participei” do primeiro círio, pois foi o mês/ano em que fui concebida no ventre de minha mãe e ela deu-me o nome de Maria. Nossa Senhora das Graças, rogai por todos nós!”
 
História
 
“A desconhecida história da Santa que chorava em Belém do Pará. Mudos voltavam a falar, doentes foram milagrosamente curados. As lágrimas de Nossa Senhora das Graças, e a revolução naquele Natal esquecido em 1948.
 
Faltava pouco tempo para o Natal daquele 1948. A grande guerra já tinha acabado e os militares americanos já não transitavam pela Belém do Pará. Naquele trecho da rua Conselheiro Furtado, número 1257, a vida seguia no ritmo de qualquer periferia de Belém.
 
Via de terra batida e casas de madeira, onde crianças faziam festa quando aparecia um automóvel. Coisa rara por aquelas bandas. A buzina dos poucos carros se misturava ao pregão do vendedor ambulante que passava pela rua, oferecendo banana, ovos e laranjas.
 
Tudo mudaria às seis da manhã daquele dia. Na casa de Dona Zenóbia Castro, 3 ou 4 cadeiras velhas, um banco tosco, e uma cômoda velha ocupavam a sala. Na parede, um imagem de Nossa Senhora das Graças, paga em prestações e ainda não quitada.
 
Ao olhar para imagem duas lágrimas. Zenóbia retira o quadro da parede e olha para o telhado, imaginando a existência de alguma goteira. Nada no teto. Ao recolocar a imagem, mais lágrimas. 
 
Em instantes, a casa humilde estava lotada de vizinhos emocionados.
 
Nos dias que se seguiram, mudos voltaram a falar e os milagres atraiam devotos de toda a cidade.
 
O milagre da Santa que chorou em Belém virou notícia nacional em um primoroso e fascinante texto de Edgar Proença. (Fonte: Revista “O Cruzeiro”, 11 de dezembro de 1948./ Texto Edgar Proença/Fotos: Brito Pinto).

 

Compartilhe essa Notícia

Leia também