A presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em carta enviada a todos os Bispos do Brasil, convida os pastores a mobilizarem as suas dioceses em um “dia de oração e jejum pelo Brasil“ e indicam claramente que “o dia sugerido é o 7 de setembro próximo“. A carta é assinada pelo presidente, vice-presidente e secretário-geral da CNBB e se conclui com um modelo de oração já publicada por ocasião da recente festa do Corpo e Sangue de Cristo.
A ideia que perpassa a convocação do episcopado brasileiro é que todas as pessoas que buscam viver a espiritualidade compreendem que a Igreja deve estar unida em oração e também incentive o povo de Deus à oração, uma vez que o panorama político e social do país passa por profundas mudanças sobre as quais cabe a criteriosa análise de cada um, mas, sobretudo, é determinante que o Brasil precisa de oração no seu sentido bem mais amplo, suplicando ao Senhor a justiça social e a consequente paz para toda a nação, entendem os Bispos.
O lema do 23º Grito dos Excluídos deste ano é “Por Direitos e Democracia, a luta é todo o dia”. Fruto das semanas sociais brasileiras, o evento é um espaço aberto onde pastorais, movimentos, sindicatos e organizações mais diversas se confrontam num grito comum pela vida, em primeiro lugar. Tradicionalmente, a celebração é feita na semana da Pátria no dia 7 de setembro, dia em que a nação reúne-se no feriado nacional para comemorar a independência do Brasil.
A mobilização do Grito dos Excluídos 2017 tem por base o lema “Por direitos e Democracia, a luta é todo dia” para chamar a atenção da sociedade para a urgência da organização e da luta popular frente à conjuntura em que o Brasil vive hoje, em meio a um cenário de retrocessos, de desmonte do processo democrático e da perda iminente de direitos dos trabalhadores, conquistados com intensas lutas sociais. A manifestação ressalta ainda que a corrupção política é algo que só tem se agravado e tornou o Brasil um país de inseguranças sob várias perspectivas sociais. O Grito dos Excluídos, segundo os organizadores, quer rediscutir esse sistema, propondo que a vida esteja em primeiro lugar.
História – A proposta do Grito surgiu no Brasil no ano de 1994 e o 1º Grito dos Excluídos foi realizado em setembro de 1995, com o objetivo de aprofundar o tema da Campanha da Fraternidade do mesmo ano, que tinha como lema “Eras tu, Senhor”, e responder aos desafios levantados na 2ª Semana Social Brasileira, cujo tema era “Brasil, alternativas e protagonistas”. Em 1999 o Grito rompeu fronteiras e estendeu-se para as Américas.
O Grito dos Excluídos é uma manifestação popular carregada de simbolismo, é um espaço de animação e profecia, sempre aberto e plural de pessoas, grupos, entidades, igrejas e movimentos sociais comprometidos com as causas dos excluídos.
O Grito é uma descoberta, uma vez que agentes e lideranças apenas abrem um canal para que o Grito sufocado venha a público.
O Grito brota do chão e encontra em seus organizadores suficiente sensibilidade para dar-lhe forma e visibilidade. O Grito é coletivo e une vozes da Igreja, dos sindicatos, das Pastorais; não se caracteriza por discursos de lideranças, nem pela centralização dos seus atos; o ecumenismo é vivido na prática das lutas e é importante para fortalecer o compromisso de todos.
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