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1O Espírito conduziu Jesus ao deserto, para ser tentado pelo diabo. 2Jesus jejuou durante quarenta dias e quarenta noites e, depois disso, teve fome. 3Então, o tentador aproximou-se e disse a Jesus: “Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães!” 4Mas Jesus respondeu: “Está escrito: ‘Não só de pão vive o homem, mas de toda palavra que sai da boca de Deus’”. 5Então o diabo levou Jesus à cidade santa, colocou-o sobre a parte mais alta do templo 6e lhe disse: “Se é Filho de Deus, lança-te daqui abaixo! Porque está escrito: ‘Deus dará ordens aos seus anjos a teu respeito, e eles te levarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra”. 7Jesus lhe respondeu: “Também está escrito: ‘Não tentarás o Senhor teu Deus!” 8Novamente, o diabo levou Jesus para um monte muito alto. Mostrou-lhe todos os reinos do mundo e sua glória 9e lhe disse: “Eu te darei tudo isso se te ajoelhares diante de mim, para me adorar”. 10Jesus lhe disse: “Vai-te embora, satanás, porque está escrito: ‘Adorarás ao Senhor teu Deus e somente a ele prestarás culto’”. 11Então o diabo o deixou. E os anjos se aproximaram e serviram a Jesus.
Comentário
Tempopenitêncial. A tentação marca o itinerário da vida humana. Ninguém se livra dela; o próprio Filho de Deus teve tal impacto. O que se requer é pedir a ajuda do Pai, como nos ensina o mestre, para não “cair na tentação” (Pai-nosso/ Lc 11,4).
O tentador tem o nome de ‘diabo’, que significa ‘aquele que divide’. Jesus está unido ao Pai (Jo 10,30), e roga pela unidade (Jo 17,20-23). Quem fomenta a discórdia, alimenta a ação diabólica.
O diabo tenta usando as necessidades naturais das pessoas: para o frio a tentação é o cobertor; para a sede é a água; e para a fome é a comida. Após uma quaresma de jejum (v 2), o inimigo desafia: “Se és Filho de Deus, manda que estas pedras se transformem em pães” (v 3).
Ele afronta Jesus em três tentações: a do poder; a do ter; e a do ser. São três tentações, como as três investidas ao profeta Balaão no Antigo Testamento (Nm 22-24).
Ao poder miraculoso de transformar situações (pedra=pão), Jesus responde: ‘Não só de pão vive o homem’; e completa: “mas de toda palavra que sai da boca de Deus’(v 4). Há pessoas que dizem não participarem da missa por não poderem comungar (o pão eucarístico); é uma tentação já que (o pão da palavra) o cristão se nutre da palavra vivificante na liturgia: “Tens palavras de vida eterna” (Jo 6, 68). É melhor nutrir-se por uma das vias ofertadas pelo Senhor, do que falir por inanição. A tentação do ter, está contra os valores da virtude da pobreza. E o pobre é rico na partilha: “quanto menos temos, mais podemos dar” (Teresa de Calcutá). E o “querer ser o tal” é a tentação do orgulho e da autossuficiência, rebatida por Jesus, com veemência (v 10), pois Jesus sabe que o diabo pretende desviar da meta da vida com Deus.
Estamos expostos às tentações.
Nem todo o que cita a bíblia está com Jesus; pode ser a tentação simulando o caminho do bem, pois até o diabo cita a Escritura. Estejamos atentos com as tentações que nos vêm no dia a dia com aparência da verdade.
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Homilia Dominical: São Mateus 4,1-11
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