O Centro Cultural Missionário (CCM), órgão filial da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) sediou em sua sede, em Brasília, o 2º Seminário Nacional de Missiologia, de 7 a 11 de julho de 2025. Com a participação de 34 missiólogos e missiólogas do Brasil, as reflexões tiveram como tema principal “Ecclesiasemperreformanda: Qual Igreja para qual Missão?”.
Na abertura do evento, o bispo auxiliar de Brasília e secretário-geral da CNBB, dom Ricardo Hoepers, presidiu a celebração eucarística e destacou em sua homilia a importância que os missiólogos e missionários têm na contribuição da reflexão sobre o sentido amplo e importante da Missão, sendo importantes colaboradores junto aos regionais da CNBB, às Igrejas locais e aos Conselhos Missionários.
De acordo com o diretor geral do CCM, padre Tiago Ávila Camargo, “a realização do Seminário é uma importante iniciativa que visa reunir os doutores, mestres e especialistas em missiologia, além dos professores da disciplina nas faculdades e institutos de Teologia, bem como os missionários ad gentes, e com eles refletir questões que tocam o despertar e o amadurecimento da consciência missionária da Igreja”.
Padre Tiago aponta que, na formação, a reflexão se torna concreta em vivências na ação evangelizadora dos participantes que colaborem com o anúncio do Reino de Deus anunciado por Jesus Cristo ainda hoje, em meio a tantas e mais diversas realidades. “As exposições feitas pelos conferencistas reforçam a urgência de uma consciência madura, integrada e atuante de homens e mulheres que se reconhecem discípulos e discípulas enviados em missão onde estiverem”, ponderou.
Os participantes foram provocados a refletir temáticas distribuídas em três eixos, à luz do Sínodo sobre a Sinodalidade: Missão, Participação, Comunhão. As motivações para o Seminário contemplaram a celebração do Ano Jubilar 2025, os 1700 anos do Concílio de Nicéia, os 60 anos da conclusão do Concílio Vaticano II e publicação do decreto conciliar Ad Gentes, os 50 anos da exortação pós-sinodal EvangeliiNuntiandi, de Paulo VI, o recém-concluído pontificado do Papa Francisco e a vivência do 6º Congresso Americano Missionário, em 2024.
Reflexão sobre a missão
Segundo o coordenador pedagógico-pastoral do CCM, padre Antônio Niemec, a realização do Seminário pode despertar ainda mais o potencial de missiólogoss do Brasil, porque os incentiva para a produção da reflexão sobre a missão em seus diversos aspectos e desdobramentos, além de lhe oferecer oportunidade de partilha do saber missiológico.
“Também a Igreja no Brasil é beneficiada com esse evento porque o mesmo proporciona espaço de diálogo sobre os meios para despertar, fomentar e amadurecer, nos cristãos, a consciência da missionariedade na Igreja, especialmente da missão ad gentes”, aponta.
Na programação foi contemplada a importância e necessidade de uma articulação dos missiólogos que seja constante, promovendo a reflexão e produção científica da missiologia, realizando encontros como Seminários e Simpósios, alargando o alcance desta ciência teológica e difundindo o conhecimento de outras pessoas engajadas nas comunidades, paróquias e dioceses em todo o Brasil.
O bispo de Rondonópolis-Guiratinga (MT) e presidente da Comissão Episcopal para a Ação Missionária e Cooperação Intereclesial da CNBB e vice-presidente do Centro Cultural Missionário, dom Maurício da Silva Jardim, destacou ser importante uma maior integração no grupo de participantes, com a partilha de experiências e produção do conhecimento missiológico e que o Centro Cultural Missionário possa desempenhar o papel de articulação entre os missiólogos no Brasil.
O que é Missiologia
Missiologia é uma ciência que estuda a origem trinitária da missão e a atividade da Igreja, nos seus fundamentos, origem, desenvolvimento, finalidade, meios e métodos. A missiologia é uma teologia contextual, encarnada, que não se desvincula do ambiente em que atua, mas entra em relação com ele e a por ele se deixa formar e moldar.
Padre Tiago esclarece que a missiologia é a teologia da Igreja em saída. “Por isso, quem o missiólogo deve estar atento não é só à defesa da Tradição, mas também ao mundo, à pluralidade das culturas, às diferenças substanciais das religiões, às complexidades sociais, às tragédias humanas e morais que atravessam a história. Estuda-se missiologia para tornar-se cristãos que sejam cidadãos do mundo; para enfrentar os problemas do nosso tempo; para adquirir competências e instrumentos que permitam evangelizar todo âmbito da esfera humana”, ressalta.
Fonte: CNBB / Por Willian Bonfim com informações do CCM
