O Movimento ‘Laudato Si’ associou-se à celebração Dia de Ação contra os Combustíveis Fósseis, no dia 21 de setembro apresentando como uma das principais iniciativas do ‘Tempo da Criação’ 2024, projeto ecológico e ecuménico que mobiliza milhões de cristãos.
“A escala atual da crise climática requer uma solução global cooperativa que aborde diretamente a indústria dos combustíveis fósseis. Apelamos aos governos para iniciar urgentemente negociações para desenvolver e implementar um Tratado de Não Proliferação de Combustíveis Fósseis”, lê-se na ‘Carta de Fé do Tratado de Não Proliferação de Combustíveis Fósseis’, enviada à Agência ECCLESIA.
O Movimento Laudato Si’ assinala que comunidades de todo o mundo vão se unir “em ações de mobilização e denúncia dos danos causados” pelos combustíveis fósseis.
“Temos uma janela estreita de oportunidade de agir, e é por isso que estamos a juntar-nos ao crescente coro dos Povos Indígenas, líderes da sociedade civil, jovens, cidades, legisladores, académicos e cientistas que apelam a um tratado global para eliminar os combustíveis fósseis e apoiar uma justa transição, alimentada por energia renovável e um futuro sustentável para todos”, refere na ‘Carta de Fé do Tratado de Não Proliferação de Combustíveis Fósseis’.
O Movimento Laudato Si’ sugere que, no Dia de Ação pelo Tratado de Combustíveis Fósseis 2024 (21 de setembro), se recolham assinaturas digitais para a ‘Carta da Fé’, com um tablet ou iPad, como indivíduos ou instituições, que se organize “uma ação pública para chamar a atenção” para esta petição, “como vigílias para pedir que líderes religiosos e políticos apoiem o apelo” por um Tratado de Não Proliferação de Combustíveis Fósseis (TNPCF).
Na ‘carta de fé’ pedem que se estabeleça “um plano global vinculativo” e destacam três pontos, o fim da “expansão de qualquer nova produção de carvão, petróleo ou gás”, em conformidade com os “melhores dados científicos disponíveis”, e que se elimine “progressivamente” a atual produção de combustíveis fósseis “de forma justa e equitativa”, sem esquecer a “dependência dos países em relação aos combustíveis fósseis e a sua capacidade de transição”.
“Assegurar uma transição global justa para um acesso a 100% às energias renováveis a nível mundial, apoiar as economias dependentes para que se afastem dos combustíveis fósseis e permitir que todas as pessoas e comunidades, nomeadamente as do Sul Global, prosperem”, lê-se no terceiro ponto.
Na ‘Carta de Fé do Tratado de Não Proliferação de Combustíveis Fósseis’ enviada, neste Dia das Nações Unidas para a Cooperação Sul-Sul (12 de setembro), explicam que são “oriundos de muitas fés e crenças, mas, juntos, podem “remediar as décadas de negligência para salvaguardar a coexistência com a Terra.
O Movimento Laudato Si’ destaca que o Dia de Ação contra os Combustíveis Fósseis é um dos “principais acontecimentos” do ‘Tempo da Criação’, e sugere também a partilha de mensagens de líderes religiosos e políticos em vídeo a pedir “que outros líderes religiosos e políticos assinem o TNPCF”.
Em 2023, a 28.ª Conferência da ONU sobre Alterações Climáticas terminou com a aprovação do acordo que prevê o abandono dos combustíveis fósseis; a COP28 realizou-se de 30 de novembro a 13 de dezembro, na Expo City do Dubai, nos Emirados Árabes Unidos.
O ‘Tempo da Criação’, celebração ecuménica que une diversas Igrejas Cristãs, entre 1 de setembro e 4 de outubro, a festa litúrgica de São Francisco de Assis, tem este ano o tema ‘Espera e age com a criação’.
Fonte: Agência Ecclesia