Jornada Litúrgica recorda 50 anos de Medellín

 
Com informações da CNBB. Os 50 anos da II Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano, em Medellín, na Colômbia, foram lembrados durante a 2ª Jornada Litúrgica e 28ª Assembleia da Associação dos Liturgistas do Brasil (Asli), que aconteceram em Florianópolis (SC), de 30 de janeiro a 03 de fevereiro. A proposta da Jornada é de debater e partilhar trabalhos que abordam a temática da Liturgia à luz da Conferência de Medellín, que completa meio século em 2018.
 
Na preparação para a celebração jubilar do encontro do episcopado latino-americano realizado após o Concílio Vaticano II na cidade colombiana, os liturgistas seguiram a metodologia de partilha do contexto e da caminhada histórica da liturgia a partir das reflexões de Medellín. Uma palestra sobre a temática principal antecedeu este momento.
 
Os associados foram convidados pelo presidente da Associação, Padre Kleber Rodrigues, a contribuírem através de comunicações e artigos científicos, resultados de experiências ou de atividades de pesquisa, realizados nos últimos anos e condizentes ao campo da Ciência Litúrgica, Pastoral Litúrgica, Música e Arte Sacra. As contribuições foram apresentadas em resumos na 2ª Jornada Litúrgica. As íntegras dos materiais foram divulgadas nos anais da 2ª Jornada Litúrgica da Asli e, em seguida, publicadas. A previsão é que esta etapa seja concluída em março deste ano. 
 
Durante a Jornada, reservada aos membros, aconteceu a 28ª Assembleia da Asli, órgão máximo de decisão e planejamento da Associação, na qual foram desenvolvidos temas de interesse dos liturgistas conforme o desafio que representam para a ciência litúrgica. 
 
O assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Liturgia da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), frei Faustino Paludo, é membro da Asli e participou da Jornada e Assembleia. O bispo de Paranaguá (PR) e membro da Comissão para Liturgia da CNBB também faz parte da Associação e esteve presente no evento. Ainda são associados à Asli os arcebispos de Mariana (MG), Dom Geraldo Lyrio Rocha, e o de Santa Maria (RS), Dom Hélio Adelar Rubert, e o bispo de Cornélio Procópio (PR), Dom Manoel João Francisco.
 
Episcopado Latino-Americano

A Segunda Conferência Geral do Episcopado Latino-americano realizou-se em Medellín, Colômbia, de 24 de agosto a 6 de setembro de 1968.
 
A Conferência foi convocada pelo Papa Paulo VI para aplicar os ensinamentos do Concílio Vaticano II às necessidades da Igreja presente na América Latina. A temática proposta foi “A Igreja na presente transformação da América Latina à luz do Concílio Vaticano II”. A abertura da Conferência foi feita pelo próprio Papa que realizou a primeira visita de um pontífice à América Latina.
 
Durante os três anos de duração do Concílio Vaticano II, de 1962 a 1965, os padres conciliares latino-americanos mantiveram várias reuniões do CELAM (Conselho Episcopal Latino-Americano) em Roma. Ali brotou a idéia de propor ao Santo Padre a realização da segunda Conferência Geral.
 
Em 1966 a presidência do CELAM apresentou a Paulo VI a proposta da nova Conferência. O pontífice a acolheu com satisfação e a convocou para se realizar em Medellín, de 26 de agosto a 6 de setembro de 1968.
 
Com o tema “A Igreja na atual transformação da América Latina à luz do Concílio”, Medellín apresentou-se como uma recepção do Concílio Vaticano II na América Latina.
 
A Conferência foi inaugurada por Paulo VI na catedral de Bogotá, no dia 24 de agosto, por ocasião do XXXIX Congresso Eucarístico Internacional. Dela participaram 86 bispos, 45 arcebispos, 6 cardeais, 70 sacerdotes e religiosos, 6 religiosas, 19 leigos e 9 observadores não católicos, presididos por Antônio Cardeal Samoré, presidente da Pontifícia Comissão para a América Latina, e por Dom Avelar Brandão Vilela, arcebispo de Teresina e presidente do CELAM. No total, participaram 137 bispos com direito a voto e 112 delegados e observadores.
 
Três foram os grandes temas de Medellín: Promoção humana, Evangelização e crescimento na fé, Igreja visível e suas estruturas. Foram produzidos 16 documentos, no horizonte dos três grandes temas citados: I) Justiça, Paz, Família, Demografia, Educação, Juventude. II) Pastoral popular, Pastoral de elites, Catequese, Liturgia. III) Movimentos de Leigos, Sacerdotes, Religiosos, Formação do Clero, Pobreza da Igreja, Pastoral de Conjunto, Meios de Comunicação. Ganharam grande repercussão os documentos sobre a Justiça, a Paz e a Pobreza da Igreja.

Diante da relevância e impacto desses documentos, elementos característicos de Medellín foram as reflexões sobre pobreza e libertação.

 
 
 

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