Mater ecclesiae: Anos Marianos – 3

 
Caros leitores de nossos artigos, com a continuação dos anos marianos tivemos o segundo ano mariano no ano 1987-1988, este segundo ano ou segundo período foi convocado pelo Papa João Paulo II, a 01 de janeiro de 1987, numa homilia pelo Pontífice proferida na Missa da Solenidade de Maria, Mãe de Deus, com a razão para se preparar para a chegada do novo milênio e para comemorar o sexto batismo centenário da Lituânia.  O Ano Mariano foi inaugurado em 6 de junho de 1987, na véspera da festa de Pentecostes e foi concluído em 15 de agosto de 1988, na solenidade da Assunção da Beatíssima Virgem Maria Mãe de Deus.
 
Antes da abertura oficial e festiva deste ano mariano, a 25 em março de 1987, o Santo Padre publicou sua sexta carta encíclica Redemptoris Mater, da Bem-Aventurada Virgem Maria, sobre a Bem-Aventurada Virgem Maria na vida da Igreja que está a caminho. O Santo Padre teve a intuição de tornar atual e presente a doutrina do Concilio Vaticano II acerca de Maria, e com esta carta encíclica ele convidava todos os fiéis a viver tal ano preparando-se a longo prazo para o grande jubileu do ano 2000. O mesmo assim se expressa na introdução de sua encíclica: 
 
“A MÃE DO REDENTOR tem um lugar bem preciso no plano da salvação, porque, «ao chegar a plenitude dos tempos, Deus enviou o seu Filho, nascido duma mulher, nascido sob a Lei, a fim de resgatar os que estavam sujeitos à Lei e para que nós recebêssemos a adoção de filhos. E porque vós sois filhos, Deus enviou aos nossos corações o Espírito do seu Filho, que clama: «Abbá! Pai!»» (Gál 4, 4-6).
 
Com estas palavras do Apóstolo São Paulo, que são referidas pelo Concílio Vaticano II no início da sua exposição sobre a Bem-aventurada Virgem Maria, desejo também eu começar a minha reflexão sobre o significado que Maria tem no mistério de Cristo e sobre a sua presença ativa e exemplar na vida da Igreja. Trata-se, de fato, de palavras que celebram conjuntamente o amor do Pai, a missão do Filho, o dom do Espírito Santo, a mulher da qual nasceu o Redentor e a nossa filiação divina, no mistério da «plenitude dos tempos».
 
Esta «plenitude» indica o momento, fixado desde toda a eternidade, em que o Pai enviou o seu Filho, «para que todo o que n’Ele crer não pereça, mas tenha a vida eterna» (Jo 3, 16). Ela designa o momento abençoado em que «o Verbo, que estava junto de Deus, … se fez carne e habitou entre nós» (Jo 1, 1. 14), fazendo-se nosso irmão. Esta «plenitude» marca o momento em que o Espírito Santo que já tinha infundido a plenitude de graça em Maria de Nazaré, plasmou no seu seio virginal a natureza humana de Cristo. A mesma «plenitude» denota aquele momento, em que, pelo ingresso do eterno no tempo, do divino no humano, o próprio tempo foi redimido e, tendo sido preenchido pelo mistério de Cristo, se torna definitivamente «tempo de salvação». Ela assinala, ainda, o início arcano da caminhada da Igreja. Na Liturgia, de facto, a Igreja saúda Maria de Nazaré como seu início, [3] por isso mesmo que já vê projetar-se, no evento da Conceição imaculada, como que antecipada no seu membro mais nobre, a graça salvadora da Páscoa; e, sobretudo, porque no acontecimento da Encarnação se encontram indissoluvelmente ligados Cristo e Maria Santíssima: Aquele que é o seu Senhor e a sua Cabeça e Aquela que, ao pronunciar o primeiro «fiat» (faça-se) da Nova Aliança, prefigura a condição da mesma Igreja de esposa e de mãe”.
 
Continua na edição de 1 de setembro
 
 
 

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