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Nesta edição procurarei, com o maior prazer, claro que na medida do possível, ou seja, dentro de meus parcos conhecimentos, atender os pedidos de um leitor, relativos ao que aqui escrevi, na edição passada, sobre a condenação de Jesus às cidades galilaicas Corazim, Betsaida e Cafarnaum.
Os pedidos: que fale um pouco sobre as três cidades, que especifique o que Jesus diz ter feito nelas e o significado da expressão “ai de vós”, usada por Ele contra elas.
Comecemos pelas três cidades. Para início de conversa, devo confessar, para minha vergonha, que tudo o que sei sobre elas é muito pouco, quase nada. Mesmo assim, vamos lá.
As três eram cidades costeiras que ficavam às margens do lago formado pelo Jordão, maior rio da Palestina, chamado por alguns de mar, em meu entender impropriamente, uma vez que lago e mar não são a mesma coisa, sei lá por qual razão conhecido por três nomes: Genesaré, como, por exemplo, em Mt 14, 34, da Galiléia, como em Mt 4, 18, Mc 1, 6 e 7,31 e de Tiberíades, como em Jo 6, 21 e 21,1.
Corazim, mencionada duas vezes no NT – Mt 11, 21 e Lc 10, 13 – ficava a noroeste do lago de Tiberíades.
Identificam-na os arqueólogos com o atual Khirbet Kerazel, que eu, em minha ignorância, não sei o que seja, só que fica a cerca de 3 km a noroeste de Cafarnaum e que aí se encontram as ruínas de uma sinagoga de basalto preto, construída no séc. III ou no IV d.C.
Betsaída (Aramaico: Bet, casa, sayida, pesca, “casa da pesca”), cujo o nome dar a entender que se tratava de uma aldeia de pescadores, situava-se na margem setentrional do lago de Tiberíades e era vizinha de Corazim e Cafarnaum. Nela nasceram três dos apóstolos, Simão Pedro, Filipe e André, como nos relata o Evangelho de João (1, 44; 12, 21). Segundo o historiador Flávio Josefo, nesse local o tetrarca Filipe fundou sua capital, denominando-a Júlia em homenagem à filha do imperador Augusto. É ponto pacífico que ficava no local do atual et Tell, situado a cerca de 3 km do lago da Galiléia e a este do Jordão e de Khirbet El Araj, ao longo da margem do lago, ao sul de et Tell. É voz geral que os restos da antiga aldeia de pescadores devem ter sido encobertos pela lama trazida pelo rio Jordão, ao desembocar no lago.
Cafarnaum (do Hebraico Ke far-nah hum, “aldeia de Naum”), a meu ver, embora leigo no assunto, provavelmente nome de alguém, com base no fato de que um dos sete profetas menores chamava-se Naum. Era uma cidade fronteriça, na beira do lago, com alfândega – por aí já dá para deduzir sua importância na época – entre os Estados de Filipe e os de Herodes Antípas, como uma guarnição romana sob o comando de um centurião (oficial que comandava uma centúria, ou seja, um agrupamento de cem soldados).
Como meu espaço está chegando ao fim, vou ficando por aqui, prometendo voltar ao assunto na próxima edição. Shalom!
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Miscelânea: As três cidades malditas da Galileia
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