Missa de Sétimo Dia do Padre Bruno Sechi reúne fiéis e amigos

Foto: Divulgação.
 

Na última quinta-feira, 4, na Igreja Matriz da Paróquia de São João Paulo II, no bairro do Souza, fiéis, amigos e sacerdotes em memória ao Padre Bruno Sechi, participaram da Missa de sétimo dia presidida por Dom Alberto Taveira Corrêa, Arcebispo de Belém, e concelebrada por Dom Antônio de Assis Ribeiro, Bispo Auxiliar de Belém, e Cônego Ronaldo Menezes, Vigário Episcopal da Região Santa Cruz.

Padre Bruno Sechi, falecido em 29 de maio, em decorrência de um mal súbito, estava em recuperação após ter sido diagnosticado com a COVID-19. Seu sepultamento ocorreu no dia seguinte, com traslado até o cemitério Recanto da Saudade, no município de em Ananindeua/ PA, onde foi enterrado.

Na Missa de sétimo dia, devido ao protocolo de retorno das atividades da Arquidiocese, a presença de pessoas foi limitada. Apenas paroquianos da Paróquia São João Paulo II, membros da Paróquia São Domingos de Gusmão e do Movimento República de Emaús estiveram presentes. A celebração foi transmitida pelas redes sociais para comodidade de todos que não puderam estar presencialmente.

Em sua homilia, Dom Alberto sobre o Evangelho daquele dia, mais precisamente a segunda carta de São Paulo a Timóteo (2Tm 2,8-15), “‘lembra-te de Jesus Cristo, da descendência de Davi ressuscitando dentre os mortos’. Mais adiante se morrermos com ele, com ele vamos viver, com ele vamos ressuscitar. Estamos vivendo nesta noite o encontro que tem como base a nossa fé na ressurreição. Aquelas pessoas que morrem na fé em Deus, é o caso do Padre Bruno, é claro, são chamadas a contemplar a face do Senhor.”

O Arcebispo lembrou de quando chegou na Arquidiocese e Padre Bruno o solicitou para permanecer na República de Emáus: “Se alguém pensasse que Padre Bruno morou sozinho, nada de sozinho. Com uma comunhão, um relacionamento imenso com todo mundo. (..) Uma atenção a todo mundo e aquilo que a pessoa pensava talvez diferente dele, mas fiel aquilo que era essencial, fiel a Igreja, fiel a seu ministério”.

Dom Alberto atestou a capacidade do Padre Bruno de exercer com dedicação seu ministério mesmo nos momentos mais duros: “quando na quinta-feira ele me dizia ‘olha eu fui testado positivo com covid-19 mas sem sintoma, fiz um exame e farei outro na segunda-feira’. Não deu tempo de fazer o outro, né? Falava para outras pessoas se cuidarem. Quer dizer, até o fim ele foi amor e serviço. Padre Bruno se gastou no amor a Deus e no amor ao próximo. Por isso que vocês devem ter percebido que a expressão que eu usei não era de lamentar, de reclamar, mas de fazer um ato de entrega.”

No que completou: “entregamos nas mãos de Deus um irmão nosso que viveu bem sua vocação como homem, como cristão, como sacerdote, como servidor, como gente que amou aos pobres, como pessoa criativa, livre, então é essa pessoa entregamos a Deus. Deus seja louvado por esse presente que ele nos concedeu e que Deus receba esse presente que a terra, a paróquia, a Arquidiocese, o Emaús entregam nas mãos Dele.”

PADRE BRUNO SECHI De origem italiana, nascido no dia 31 de julho de 1939, na Sardenha, foi ordenado padre 29 de junho 1968, ainda jovem veio para o Brasil como missionário. Em 1970 fundou o Movimento República de Emaús, organização que atende crianças e adolescentes, um dos seus trabalhos com grande reconhecimento da sociedade.

Padre Bruno sempre atuou com direitos humanos, na defesa das crianças e adolescentes. Na Arquidiocese de Belém atuava na comissão de justiça e paz, na Paróquia São Domingos de Gusmão e, até então, era Pároco da Paróquia São João Paulo II, no Marco.

DESTAQUE NACIONAL

Nos anos 80, o padre Sechi aplicou-se a liderar a causa da criança através de movimentos nacionais. Ele foi o primeiro coordenador do Movimento Nacional de Meninos e Meninas de Rua, cargo que exerceu de 1985 a 1988, interferiu em favor do menor na Assembleia Constituinte que elaborou a Constituição de 1988 e contribuiu para a criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), em 1990. Foi vencedores do 5º Prêmio USP de Direitos Humanos 2004, nas categorias Individual. Sob a responsabilidade da Comissão de Direitos Humanos da USP, o prêmio é concedido anualmente a pessoas e instituições que contribuem para a promoção da cidadania, da paz e da solidariedade.

 


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