O Sermão das Sete Palavras de Jesus na Capela do Colégio Santo Antônio

 
Na Sexta-feira Santa, 14, padre Agostinho Filho de Souza Cruz proferiu o “Sermão das Sete Palavras” ou “Sermão das Três Horas da Agonia”, na Capela do Colégio Santo Antônio, em Belém. A solenidade acontece há 138 anos, sendo composta por um conjunto de sete meditações relativas a cada uma das sete palavras proferidas por Jesus Cristo suspenso na Cruz. A reflexão foi antecedida pelas seguintes palavras do Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa: “Que Ele nos dê coração de discípulo para receber a Sua Palavra”.
 
A solenidade do Sermão das Sete Palavras está relacionada com a espiritualidade da Congregação das Irmãs Doroteias, que chegaram em Belém 1877. Em 10 de abril de 1879, as irmãs realizaram a primeira edição da cerimônia das “Três Horas de Agonia”. Atualmente a cerimônia é organizada pela Arquidiocese de Belém, cujo Sermão é pregado por um sacerdote escolhido pelo Arcebispo de Belém, este ano, Padre Agostinho Cruz, pároco da Paróquia  São João Batista e Nossa Senhora das Graças, em Icoaraci, e Vigário Episcopal da Região São João Batista. Cada “Palavra” meditada é seguida do cântico “Le Sette Ultime Parole di Nostro Signore Sulla Croce”, de Giuseppe Saverio Raffaele Mercadante. 
 
As primeiras palavras de Jesus na Cruz foram: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem”, (Lc 23, 34). A partir delas, foi deixado em evidência o ato da misericórdia e do perdão, ensinamentos que devem ser colocados em prática diante das adversidades da vida. “Nada nos assemelha tanto a Cristo como estar disposto a perdoar”, disse padre Agostinho.”Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso”, (Lc 23, 43), segunda frase proferida por Jesus. Sobre ela foi refletido o arrependimento e a súplica a Jesus. “Todo homem que se arrepende, e se volta para Ele, Jesus abre o caminho do paraíso”, disse o sacerdote. 

“Mãe, eis o teu filho. Filho, eis a tua Mãe”, (Jo 19, 26-27), terceira frase proferida.Na ocasião, foi refletido sobre a fé e esperança de Maria diante do sofrimento do seu filho, Jesus. “Voltemos para o nosso sofrimento que são pequenos diante da Cruz de Cristo”, destacou o sacerdote.
 
“Meu Deus, Meu Deus, porque me abandonaste?”, (Mc 15, 34), a quarta frase proferida. A respeito dessas, o padre comentou o seguinte: “Nessa oração intensa Jesus pediu ao Pai que não se afaste Dele neste momento de tribulação, pois só Ele poderá ajudá-lo, já que todos o abandonaram”.  
 
“Tenho sede”, (Jo 19, 28), quinta frase proferida, cuja reflexão foi atrelada ao saciar da sede, sendo Jesus aquele capaz de saciá-la. “Somos nós que devemos pedir a Jesus, somos nós que devemos pedir nesta hora que o Senhor sacie, sacie com água a nossa sede. Devemos ter sede de estar com o Senhor”, disse o sacerdote. “Tudo está consumado”, (Jo 19, 30), é a sexta das sete palavras. “Quando Jesus diz que tudo está consumado, quer dizer que chegou ao seu ápice, chegou ao seu esvaziamento, esvaziamento de Jesus na Cruz, Aquele que tinha condição divina adotou a condição de escravo”, frisou  padre Agostinho Cruz durante o Sermão.
 
Nas últimas palavras de Jesus “Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito”, (Ic 23, 46), foram frisadas a obediência e a confiança de Jesus. “Deus não abandonou o filho, mas o sustentava em suas mãos recebendo na entrega de seu filho a glorificação pela sua obediência. O Pai, por sua vez, glorifica o filho entronizando-o junto a si, concedendo-lhe aquela glória que o filho tinha antes da criação do mundo e fazendo com que Ele dê a vida eterna àqueles que resgatou, nele se realiza de modo pleno a união mais perfeita, a liberdade mais plena da mais acabada obediência, obediência até a morte e morte de Cruz”, meditou.
 
Participação dos fiéis 

Desde as primeiras horas do dia o número de pessoas que chegavam à Capela de Santo Antônio era grande. Para uns, o breve instante de reflexão no interior da capela bastava, outros rezavam o Santo Terço, mas havia aqueles que na Sexta-feira Santa buscavam chegar cedo para garantir um lugar para acompanhar o Sermão, como  Maria Madalena Oliveira, 77 anos. Há 45 anos mantém esse compromisso, na Sexta-feira da Paixão.
 
O jejum para ela é sagrado. Na Capela, desde as 9h, já refletia a Paixão de Jesus Cristo. Recordou quando acompanhou o Sermão na companhia da filha que na época tinha 10 anos de idade, hoje, aos 55 anos. “Para mim é muito importante as três horas da agonia, são horas santaa. A reflexão que o padre faz durante o Sermão eu tento colocar em prática, pois para mim é um recomeço, é vida nova”, disse.
 
A advogada Poliana Macedo, 39 anos, já tinha o costume de frequentar a capela e também na companhia dos pais na Sexta-feira Santa. Este ano, o filho da advogada, Pietro Macedo da Silva, de sete anos, que estuda no Colégio Santo Antônio, pediu a mãe para trazê-lo, pois tinha o desejo de participar. “Estamos aqui em oração e viemos prestigiar este momento, que é a agonia de Jesus. Esse momento é também de orar e de agradecer”. 
 
 
 

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