Padre Valdir João Silveira, coordenador nacional da Pastoral Carcerária, foi escolhido como representante da Comissão Mundial de Pastoral Penitenciária Católica (ICCPPC) na América Latina na assembleia eletiva, realizada de 7 a 11 de fevereiro, no Panamá.
A assembleia da ICCPPC reelegeu padre Brian Gowans, da Escócia, para o cargo de presidente da ICCPPC, para um mandato de quatro anos. O vice-presidente é padre Jorge Garcia Cuerva, da Argentina, até então representante da Comissão na América Latina. Na eleição, os representantes dos países indicaram os nomes daqueles que os representam em âmbito continental.
“Indicamos o teu nome pelo testemunho de compromisso que dás, pelo teu poder de articulação, liderança, comunicação, por seres uma autoridade moral no assunto carcerário e porque vives uma situação emblemática. É uma oportunidade de somar forças e matizar o que está acontecendo no Brasil agora”, consta no comunicado enviado pela presidência da ICCPPC ao Padre Valdir.
Sem desligar-se das atuais funções de coordenador nacional da Pastoral Carcerária, padre Valdir representará a América Latina em reuniões ordinárias e extraordinárias da ICCPPC pelos próximos quatro anos.
Padre Valdir afirma que sua principal meta na nova função é “levar a Pastoral Carcerária da América do Sul a ter uma posição mais profética diante do desafio prisional e assumir as urgentes pautas para combater o grande encarceramento vigente”.
Atual composição da ICCPPC – Realizada a eleição, fica assim composta a atual representação da ICCPPC: Presidente, Pe. Brian Gowans (Escócia); Vice-Presidente, Pe. Jorge Garcia, Cuerva (Argentina); representante da América Latina, Pe. Valdir João Silveira, (Brasil); representante da América do Norte, Diác. Edgardo Farias (Estados Unidos); representante da África, Pe. Peter Kimani Ndungu (Quênia); representante da Ásia, Padre Elie Nasr (Líbano); representante da Europa, Mr. Martin Schmitz, (Alemanha); representante da Oceania, Pe. Peter Carroll (Austrália).
ICCPPC – Com o propósito de que a Igreja em todo o mundo tenha uma maior consciência e sensibilidade para os problemas das pessoas nas prisões, a Comissão Mundial de Pastoral Penitenciária Católica (ICCPPC) estimula a criação e incentiva o crescimento da Pastoral Carcerária nos diversos países, juntamente com a respectiva conferência episcopal em cada nação e com o bispo local, que oferece o apoio necessário.
A ICCPPC está vinculada à Congregação para o Clero da Igreja Católica Apostólica Romana, que aprova os nomes dos indicados a presidente e vice-presidente da Comissão e dá respaldo às ações dos representantes continentais. O estatuto da ICCPPC também é aprovado pelo Vaticano.
Além disso, por ser uma ONG com “status consultivo especial”, a ICCPPC envia representantes para as Nações Unidas. Há também contatos com outros movimentos e organizações que administram as pessoas nas prisões.
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Papa Francisco recebe relatório da realidade prisional no Brasil
Cidade do Vaticano – O Papa Francisco recebeu da Pastoral Carcerária Nacional no dia 24 de fevereiro um relatório sobre a condição das prisões brasileiras, casos praticados de torturas e a proposta para um mundo sem prisões.
O vice-coordenador da Pastoral Carcerária Nacional, padre Gianfranco Graziola, concelebrou a missa com o Papa na capela da Casa Santa Marta. Após a celebração, Pe. Gianfranco entregou ao Pontífice a Agenda Nacional pelo Desencarceramento, o Relatório sobre os 102 casos de tortura, dados da realidade carcerária e a mensagem que a Pastoral divulgou sobre as chacinas em Roraima, Amazonas e Rio Grande do Norte.
“Entreguei a ele uma série de documentos: a Agenda Nacional pelo Desencarceramento, outros documentos, como as posições que nós tomamos, notas que fizemos como Pastoral (especialmente sobre as recentes chacinas em Roraima, Amazonas e Rio Grande do Norte), e também nosso recente relatório sobre torturas nas prisões”, detalhou à rádio Vaticana o padre Gianfranco Graziola, vice-coordenador nacional da Pastoral Carcerária.
Segundo ele, participar da missa com o Papa Francisco “foi um momento muito intenso, singelo, momento de uma simplicidade muito grande, de uma compenetração muito grande e também de oração por todos que têm de algum modo as vidas atreladas às prisões. Foi um momento em que eu levei um pouco todos os presos e as presas, todos os agentes que fazem o nosso dia a dia, que entram diariamente nos cárceres”, detalhou.
Padre Gianfranco relatou ainda à Rádio Vaticano como foi o diálogo com o Papa ao entregar os documentos da Pastoral Carcerária: “Eu disse a ele que o cárcere não redime ninguém e que é uma máquina de morte. Ele respondeu: “Eu estou próximo a vocês, eu rezo e envio a minha bênção”.
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