Dom Julio Endi Akamine já começou a sua missão como Arcebispo Coadjutor da Arquidiocese de Belém. Após cumprir as primeiras agendas da sua chegada à capital do Estado do Pará, ele foi apresentado, solenemente, para o rebanho da Igreja particular de Belém durante Missa na Catedral Metropolitana de Belém no dia 31 de maio, às 9h. A celebração eucarística foi presidida pelo Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, transmitida ao vivo pele Rede Nazaré de Comunicação.
Presentes à Santa Missa estiveram familiares de Dom Júlio, autoridades civis, representantes da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Clero Arquidiocesano e o Povo de Deus, que lotou a Igreja Mãe para a acolhida oficial de Dom Julio pelo rebanho belenense.
A celebração eucarística aconteceu animada pela liturgia alusiva à Solenidade da Visitação de Nossa Senhora, recordando a visita da Virgem Maria a sua prima Isabel. Encerramento do mês de maio, Mês Mariano, a Santa Missa foi uma oportunidade para a vivência de muitas graças naquele sábado, 31 de maio, a notar-se pelas várias deferências à importância da Mãe de Jesus na vida do Povo de Deus, destacadas na ocasião festiva da acolhida de Dom Julio.
“Caríssimos irmãos e irmãs, presentes em nossa Catedral Metropolitana de Belém, e os que estão coligados conosco pelos meios de comunicação da Fundação Nazaré (TV Nazaré, canal 30)! Sejam todos bem-vindos a esta divina liturgia, onde, unidos ao nosso Arcebispo Dom Alberto, teremos a alegria da apresentação de Dom Júlio como Arcebispo Coadjutor de Belém, celebrando as maravilhas da mãe de Deus, a Senhora de Belém”, foram as palavras ouvidas no rito inicial da Missa.
O Arcebispo Dom Alberto presidiu a solene Missa, prenunciando os festivos motivos para o encontro com os fiéis. “Sejam todos muito bem-vindos a esta Eucaristia de apresentação do novo Arcebispo Coadjutor de Belém. Minha saudação aos senhores Cardeais e Bispos aqui presentes, a todo o presbitério, diáconos, a Vida Religiosa, o povo de Deus aqui presente, seminaristas e todas as pessoas que nos acompanham de suas casas pelos nossos meios de comunicação”.
Leitura da Bula de Nomeação
Seguidamente à saudação aos presentes, Dom Alberto solicitou ao Vigário Geral da Arquidiocese de Belém, Monsenhor Agostinho Cruz, que fizesse “a leitura da Bula de Nomeação do novo Arcebispo Coadjutor da nossa Arquidiocese de Belém e apresentá-la aos membros do Colégio de Consultores, porque cabe a eles ver esta bula e assegurar a autenticidade da mesma”. Após exibir o documento para o Clero e para os fiéis, o sacerdote leu a Bula.
Bula de Nomeação de Dom Júlio Endi Akamine como Arcebispo Coadjutor de Belém do Pará
Francisco, Bispo, Servo dos servos de Deus,
Ao Venerável irmão Júlio Endi Akamine, até hoje, Arcebispo Metropolitano de Sorocaba, constituído Arcebispo Coadjutor da Arquidiocese de Belém do Pará, saúde e bênção!
Como a cepa de videira plantada na terra frutifica no seu tempo e o grão de trigo ressurge multiplicado pelo Espírito de Deus, os quais, em seguida, pela inteligência, são postos ao serviço dos homens e, recebendo da Palavra de Deus, tornam-se Eucaristia, assim, também nós, na Igreja. Com o nosso testemunho e exemplo, semeamos a semente do Evangelho, dispondo para a vida o que ensinamos com a Palavra a fim de entregarmos à comunidade o devido penhor da ressureição.
Desde quando refletimos na solicitude da missão apostólica, voltamos a atenção para prover ao bem da nossa Comunidade Eclesial Metropolitana de Belém do Pará, cujo sagrado antiste, o Venerável Irmão Alberto Taveira Corrêa pediu, encarecidamente, pudesse valer-se de um coadjutor que lhe assista no governo da vida arquidiocesana a fim de que o povo de Deus traga abundância de frutos da divina dispensação.
Por isso, foi em ti que pensamos, Venerável Irmão, pois, sendo ornado de fé, prudência e zelo pastoral, bem como, experiente nos múnus episcopais, estimamos que és idôneo para exercer este múnus.
Portanto, a conselho do Dicastério para os Bispos, com a nossa autoridade apostólica, desligando-te do vínculo com a Sé anterior, anunciamo-te Arcebispo Coadjutor de Belém do Pará, sendo te dados direitos e impostas obrigações que correspondem a este mesmo ofício, segundo o Direito Canônico. Queremos que informe deste nosso Decreto, o clero e o povo deste rebanho aos quais todos recomendamos que te recebam com piedosos sentimentos de afeto.
Deus Pai conceda, Venerável Irmão, que estas ovelhas, de ânimo concorde com o Arcebispo Metropolitano e, mediante teu apoio e assistência, por intercessão de Nossa Senhora da Graça, fiquem unidas aos ensinamentos da Verdade de Cristo e frutifiquem, sobremaneira, na caridade.
Em Roma, Latrão, no dia 7 do mês de março do Ano Santo de 2025, 12º de nosso Pontificado.
Francisco
Primeiros cumprimentos
O momento seguinte à leitura da Bula, Dom Julio recebeu os primeiros cumprimentos: os do Clero Arquidiocesano, reunido no presbitério da Catedral. Os demais presentes o cumprimentaram no final da celebração, segundo orientação do Arcebispo Dom Alberto. “Não é possível fazer todos os cumprimentos que seriam desejáveis neste momento. Peço que, agora, Dom Júlio seja cumprimentado pelos cardeais e bispos e, depois, após a Missa, é claro, ele será cumprimentado pelo presbitério, pelo povo de Deus”.
Dom Alberto apresenta Dom Julio
O rito da Liturgia deu continuidade à Missa. Depois, o Arcebispo proferiu a homilia, dedicada à muitas palavras em homenagem a Nossa Senhora em diversos títulos de devoção aos quais recorrem os fiéis. Nesse mesmo momento especial, procedeu a apresentação oficial de Dom Julio aos fiéis, expressando seu desejo de atuar em comunhão com o pastor, rogando que a Virgem Maria esteja sempre à frente da missão do Arcebispo Coadjutor de Belém.
Dom Alberto anunciou também aos fiéis que, após aceite de sua renúncia pelo Papa Leão XIV, ele permanecerá morando em Belém. “Aqui cheguei há 15 anos para dar minha vida e, contando com aquiescência de Dom Julio, manifestada com muito carinho, aqui permanecerei enquanto o Senhor me der forças e vida”.
Caríssimos irmãos, caríssimas irmãs!
Reunidos na fé para esta Eucaristia celebrada com júbilo na festa da Visitação de Nossa Senhora, como Peregrinos de Esperança, para acolher a visita de Deus ao seu povo, sair em contínua missão e levar a Boa Nova de Jesus Cristo aos que estão perto e aos que estão longe, nossa assembleia litúrgica se enriquece hoje com tantos hóspedes ilustres, de modo especial, os bispos e cardeais que nos honram com a sua participação.
Nossa saudação e agradecimento vai também para a Arquidiocese de Sorocaba, onde Dom Júlio foi Arcebispo, assim como sua querida mãe, dona Rosa Akamine, demais familiares e amigos aqui presentes. Desejamos acolher a todos, de modo especial, as pessoas que vieram de lugares, aparentemente, escondidos, mas iluminados pela presença do Amor de Deus, para que nos sintamos todos unidos, filhos da Igreja, irmãos e irmãs, sem excluir ninguém! Todos aqui chegaram com a presteza de Maria, como nos anunciou, agora, o Evangelho.
Hoje, irmãos e irmãs, damos graças porque, mais uma vez, Deus visitou o seu povo enviando o novo Arcebispo Coadjutor da Arquidiocese de Belém e futuro Arcebispo Metropolitano, Dom Júlio Endi Akamine, que acolhemos com júbilo no início da Eucaristia de hoje.
Agradecemos ao Papa Francisco (de saudosa memória), que o nomeou, e ao Papa Leão XIV, então Prefeito do Dicastério para os Bispos, a quem coube encaminhar à escolha do Papa, o nome do novo Arcebispo.
Irmãos e irmãs, olhemos para a frente e para o alto dos limites geográficos e humanos de nossa Igreja.
Todos nós – os bispos, os presbíteros, nossas paróquias, comunidades, Áreas Missionárias, diáconos, religiosos e religiosas, membros de Novas Comunidades, seminaristas, pastorais, movimentos, serviços e todas as Forças Vivas da Igreja, Obras Sociais, escolas, todos unidos como um só corpo, certos da presença de Jesus em nosso meio, pois estamos reunidos em Seu Nome.
No alto, pontifica a Cruz Gloriosa do Senhor, iluminada com os raios da ressurreição. Amanhã, na Solenidade da Ascensão, este bonito jogo de palavras, sentimentos e profissão de fé nos será apresentado.
Olhamos para o alto, proclamando nossa fé n’Aquele que é, que era e que vem: Nosso Senhor Jesus Cristo;
Olhamos para a frente, descortinando os horizontes da missão evangelizadora de nossa Igreja de Belém, enriquecida espiritual e pastoralmente, com o Arcebispo que chega;
Olhamos para o alto, saindo de Nazaré para as montanhas existentes nas cercanias de Jerusalém, onde viviam Zacarias e Isabel: caminha conosco a Virgem Maria. Maria de Nazaré, Nossa Senhora da Graça, Santa Maria de Belém, Nossa Senhora da Visitação, Maria – Arca da Aliança. A Carta aos Hebreus relata que a Arca da Aliança, toda recoberta de ouro, continha o maná, o bastão de Arão que tinha florescido e as tábuas da
Aliança. Na Ladainha de Nossa Senhora, nós a invocamos com este título – Arca da Aliança!
Salve Maria de Nazaré, que trouxeste em teu ventre Aquele que é o Pastor de Israel, simbolizado pelo Cajado de Arão, Nosso Senhor Jesus Cristo, levando alegria inusitada à criança que crescia no ventre de Isabel.
Salve Maria de Nazaré! Ave, mais uma vez, Maria da Graça, Cheia de Graça e toda revestida da Palavra de Deus e teu Filho amado é o Verbo de Deus feito carne. Ave Maria, Cheia de Graça! E nós te saudamos, Maria, Santa Maria de Belém! E Belém é Casa do Pão, Mulher Eucarística. Tu, que praticaste tua fé eucarística, ensina João Paulo II, antes de ser instituída a Eucaristia, quando ofereceste teu Ventre Virginal para a Encarnação do Verbo de Deus.
Na Anunciação, concebeste o Filho Divino também na realidade física do corpo e do sangue, em certa medida, antecipando o que se realiza, sacramentalmente, em cada pessoa de fé quando recebe no sinal do Pão e do Vinho, o Corpo e o Sangue de Cristo.
Nós te saudamos, Mulher Eucarística! Dá-nos, ó Mãe, tuas mãos para que, caminhando juntos, entendamos, na fé, o que acontece hoje em nossa Igreja.
Irmãos e irmãs, a Igreja se realiza onde existe a Eucaristia válida, um legítimo sucessor dos apóstolos e a comunhão com a Sé de Pedro. Nesta Catedral, como já entendiam em outros ambientes, cristãos dos primeiros séculos, estão selados os documentos de legitimidade desta Igreja, nos corpos dos Bispos e Arcebispos aqui plantados, enquanto esperamos a vinda do Senhor.
Esta Igreja de Belém quer receber a chegada de Dom Júlio, nomeado pelo Sucessor de Pedro, exultando de alegria para proclamar com Isabel, que o novo Arcebispo Coadjutor é feliz e bem-aventurado por acreditar e trazer, misticamente, as missões confiadas à Igreja.
Nós o acolhemos, Dom Julio, na dimensão profética daquele que traz a Palavra de Deus – como Maria-Arca da Aliança. Com certeza, aqui estarão os membros do povo de Deus, sedentos da força do Evangelho que brotará do seu coração e de sua boca.
Nós queremos recebê-lo como o Sacerdote que preside a Eucaristia e os outros Sacramentos, certos de que nossa santificação passa pelo seu ministério e pela sua oração.
Nós o recebemos como Pastor para conduzir-nos nos caminhos da formação de comunidades cristãs vivas e para o serviço da caridade, especialmente, no serviço aos mais pobres. Com a sua pessoa e seu ministério, desejamos cantar o “Magnificat”, certos da ação de Deus, que conduz a história.
Irmãos e irmãs, Dom Paulo Andreolli e eu tivemos a alegria de receber o novo Arcebispo Coadjutor que trabalhará conosco, em comunhão, até que chegue, no tempo de Deus, o acolhimento do Santo Padre, o Papa Leão XIV, ao meu pedido de renúncia, já encaminhado no tempo determinado pela Igreja.
Minha missão, dali para a frente, será colaborar na oração e em tudo que me for possível num profundo espírito de respeito e comunhão com aquele que me sucederá nesta sede.
Aqui cheguei há 15 anos para dar minha vida e, contando com aquiescência de Dom Julio, manifestada com muito carinho, aqui permanecerei enquanto o Senhor me der forças e vida.
Irmãos e irmãs, queremos viver com intensidade esta festa. Seja, toda ela, o nosso “Magnificat”, sabedores de que os dons de Deus têm sido maiores do que nós tenhamos pensado, ou desejado, rezando, hoje, uns pelos outros, pela nossa contínua conversão e fidelidade, certos da ação do Espírito Santo, em cuja novena nos encontramos, construindo nossa Igreja que quer ter portas abertas e contribuir para que nossas cidades se encham da alegria que vem de Deus.
Amém!
Homenagens para Dom Julio
Concluídos os ritos do ofertório e da Sagrada Comunhão, Monsenhor Agostinho Cruz, Cura da Catedral Metropolitana de Belém e Vigário Geral da Arquidiocese de Belém, anunciou homenagens para Dom Julio. “Nesta manhã especial, na qual acolhemos Dom Júlio Endi Akamine, o Regional Sul 1 também manifesta o seu apreço seu carinho e deseja, proferir, Dom Júlio, ao senhor, algumas palavras”.
Dom Carlos Silva, Bispo Auxiliar de São Paulo, foi o primeiro a falar. Como Secretário da entidade episcopal, ele expressou as felicitações da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em nome do Regional Sul 1 (São Paulo).
“Amado Dom Julio, no Episcopado!
Nesta ocasião solene, em nome do nosso Regional Sul 1 da CNBB, desejamos expressar nossa profunda gratidão por seu dedicado serviço como Presidente do nosso Regional e como Arcebispo Metropolitano de Sorocaba.
Sua presença entre nós foi sempre marcada por espírito de comunhão, sabedoria evangélica e serena, firmeza diante dos desafios pastorais do nosso tempo. A missão episcopal é, por sua natureza, um chamado à doação contínua. O bispo é aquele que, unido a Cristo, Bom Pastor, se faz servo do povo de Deus, anunciando o Evangelho, guiando com amor e edificando a Igreja na caridade e na verdade.
Dom Julio, o senhor exerceu essa missão com grande zelo, discrição e profundidade espiritual, sendo para todos nós, sinal de unidade, de fidelidade doutrinal e de atenção aos clamores do povo.
À frente do Regional Sul 1, contribuiu, decisivamente, para o fortalecimento da colegialidade entre os bispos para a escuta atenta entre os presbíteros, consagrados e leigos, e para a articulação pastoral de nossas dioceses em espírito de sinodalidade. O senhor nos ensinou, sobretudo com o exemplo, a não nos cansarmos de fazer o bem – lema que norteia a sua vida episcopal – e que ressoará entre nós, como um apelo à perseverança evangélica.
Agora, ao ser chamado pelo Santo Padre, Papa Francisco (de feliz memória) a servir como Arcebispo Coadjutor da Arquidiocese de Belém do Pará, confiamos que levará consigo essa mesma disposição de alma, o coração aberto ao povo, a mente lúcida diante dos desafios e a fé inabalável no Senhor da Messe.
Nos alegramos com a Igreja de Belém, que receberá um pastor experimentado, íntegro e, profundamente, enraizado na espiritualidade Palotina e, ao mesmo tempo, nos unimos em oração, pedindo que o Espírito Santo o conduza com sabedoria e coragem nessa nova etapa da sua missão. Nosso sincero e fraterno agradecimento, Dom Julio!
Que Maria, Mãe da Igreja de Belém de Nazaré, o acompanhe sempre e que sua vida continue a ser uma bênção para toda a Igreja do Brasil.
Dom Julio, em nome do Regional Sul 1, muito obrigado! Deus o abençoe!
Amém!
Dom Irineu Roman, Arcebispo da Arquidiocese de Santarém, e Presidente do Regional Norte 2 da CNBB, também acolheu o Arcebispo Coadjutor em nome da entidade episcopal.
“Estimado Dom Júlio Akamine, é com alegria que o Regional Norte 2 (Bispos, secretariado regional e seus colaboradores, padres, religiosos e religiosas, leigos e leigas) lhe recebem com carinho, como novo Arcebispo Coadjutor da Arquidiocese de Belém do Pará.
Inspirados pelas palavras do Papa Francisco, na Exortação Apostólica “Querida Amazônia”, abrimos nossos corações para acolhê-lo com o calor humano e a fé viva que caracterizam o povo desta Região Amazônica, terra de profunda espiritualidade, pluralidade cultural e grandes desafios do ponto de vista da evangelização, desafios também sociais, ambientais, pastorais, econômicos.
Estamos convictos de que sua chegada contribuirá, significativamente, para o fortalecimento da fé e da missão evangelizadora na grande Belém do Pará, nessa área metropolitana, promovendo uma Igreja viva, servidora, misericordiosa e aberta aos desafios do tempo presente.
Que o Espírito Santo o ilumine e o sustente nesta nova etapa de seu ministério episcopal, e que Nossa Senhora de Nazaré – aqui também chamada Santa Maria de Belém, Rainha da Amazônia – o proteja e o conduza com seu olhar materno.
E aproveitamos a oportunidade, também, para lhe fazer um convite para que, mediante planejamento, você conheça a Arquidiocese de Santarém, as demais dioceses, prelazias. Que você possa ter essa oportunidade também de conhecer os povos do interior – aqui nós lembramos os povos indígenas, ribeirinhos, enfim, essa imensa população cheia de culturas e trabalhadora da nossa Região Norte 2 da CNBB.
Como me lembrava, há pouco, o Bispo de Macapá, Dom Antônio, nosso Regional Norte 2 faz divisa, inclusive, com países europeus, como a Guiana Francesa. Então, seja bem-vindo! Estamos juntos!”.
O Clero da Arquidiocese de Belém foi representado pelo Vigário Geral da Arquidiocese de Belém, Monsenhor Agostinho Cruz, para acolher Dom Julio. Enquanto recebia a saudação do Clero, o Arcebispo Coadjutor recebeu como presente da Arquidiocese, uma réplica da imagem de Santa Maria de Belém, Padroeira da Cidade de Belém e também a Padroeira da Arquidiocese de Belém.
“Dom Júlio, coube a mim, em nome do Clero da Arquidiocese de Belém – este
Clero que já lhe acolhe de coração aberto – proferir essas simples palavras.
O Clero da Arquidiocese de Belém expressa a V. Rev.ma. os mais sinceros e filiais votos de boas-vindas e coloca-se à vossa disposição como seus principais colaboradores na missão evangelizadora da Igreja.
O Santo Padre, o Papa Francisco (de saudosa memória), antes de sua Páscoa eterna, quis conceder a nossa Arquidiocese a graça de podermos contar com a vossa solicitude e zelo
pastoral para que pudéssemos ser orientados e conduzidos por seu pastoreio assim como fizeram tantos insignes bispos que lhe precederam.
Nosso clero, sacerdotes e diáconos, bem como religiosos, seminaristas e o povo de Deus em geral aqui representado, e outros tantos que nos acompanham nesta manhã e rezam conosco através dos meios de comunicação.
Quero expressar, Dom Júlio, nossa gratidão pelo seu ‘sim” dado e, até hoje, reverberado desde os seus primeiros votos como religioso, posteriormente, como sacerdote, depois como bispo, refletindo, intensamente, o seu lema episcopal – “Não vos canseis de fazer o bem” – fruto de um coração aberto à graça de Deus e desejoso de corresponder aos dons que lhe foram concedidos.
Dom Julio, a Arquidiocese de Belém está sob a proteção e guia de Nossa Senhora, tão amada e estimada por este povo fiel, e venerada nesta Catedral sob o título de Nossa Senhora de Belém, e também invocada com o título de Nossa Senhora de Nazaré, como Padroeira do Estado do Pará, de modo que, assim como nos colocamos aos pés de tão bondosa Mãe, queremos, também, Dom Júlio, que Nossa Senhora de Belém – Estrela de Esperança – seja seu refúgio e materna proteção no seu pastoreio.
Acolha e receba como presente de nossa Arquidiocese, a imagem de nossa Padroeira!
Dom Julio manifesta sua gratidão
Bastante emocionado no final da Missa, Dom Julio agradeceu a todos os momentos de “calorosa acolhida” quem vem recebendo, desde sua chegada a Belém. Enfatizou o apoio de “Dom Alberto e demais irmãos desta Igreja de Belém”, saudou a sua mãe, agradeceu pela presença “também daqueles que vieram de Sorocaba e, por fim, recorreu a Nossa Senhora da Visitação, com confiante oração para seguir sua missão de vida entregue a Deus, agora, na Arquidiocese de Belém.
Louvado seja Nosso Senhor!
Saúdo a todos vocês, queridos irmãos, caras irmãs!
Saúdo os irmãos bispos, presbitério de Belém, os padres de Sorocaba, os amigos que vieram também de Sorocaba, os diáconos, seminaristas, religiosos, religiosas, consagrados, as autoridades aqui presentes, os meus familiares – de modo especial, a minha mãe, ela nunca deixa de dar bons conselhos para mim, viu, gente!
E, às vezes, também uns “puxão de orelha”! Eu vou recordar um que ela me deu antes da Ordenação Episcopal, eu acho que já todos sabem, mas é bom repetir. Ela me disse pra gente tomar consciência de que, quanto mais a gente sobe na árvore, mais fino é o tronco, mais forte é o vento!”.
Quando criança, eu aprendi uma regra: quando a gente viaja em comboio, em estrada poeirenta (na frente de todo mundo!), em estrada com lama (atrás de todo mundo!), em estrada com porteira (no meio de todo mundo!).
Hoje eu me junto à viagem da Arquidiocese de Belém e tenho que tomar o lugar que me compete neste divino comboio. Caiu na conta de que deverei, nas estradas poeirentas, estar atrás de todos!; em estradas de lama, na frente de todos! E, estradas com porteira, na frente e atrás!O Bispo vai à frente, não para se beneficiar, mas para alertar para os perigos de muitosatoleiros que têm neste vale de lágrimas e que nós precisamos atravessar juntos, sem perder ninguém.
Não devemos nos iludir neste mundo, muitos são os perigos para a fé! Por isso, o bispo deve se adiantar para indicar os perigos, mas, ao fazer isso, ele mesmo pode se afundar.Meus irmãos, minhas irmãs, o que me incumbe como responsabilidade é, para mim também, grande perigo. Também eu posso ficar atolado nos perigos que eu mesmo devo indicar aos outros. O bispo deve vir atrás de todos. Para os da frente, o caminho é claro, mas, para aqueles que estão atrás, eles tomam todas as turbulências dos pecados deste mundo.
O bispo deve ser solidário com os distanciados de Deus e da Igreja para que eles não sejam largados para trás. A Igreja, como boa mãe, não desiste de ninguém, não se esquece de nenhum dos seus filhos, não se esquece também dos filhos rebeldes e, às vezes, alguns que a odeiam; de fato, há muitos que odeiam – não a Igreja em si, mas a imagem que fazem dela – ou porque imaginam a Igreja segundo muitas mentiras que falam sobre a Igreja. Bom, eu também odiaria a Igreja, não é? Se eu recebesse só estas informações.
O bispo deve ser solidário com os últimos ao acompanhar os que se atrasam no percurso. Eu sou interpelado a carregar os fardos da falta de fé, do esfriamento da caridade, do arrefecimento da esperança. Muitos são como a cana rachada, como o pavio que ainda fumega, a cana da caridade ainda não se quebrou, totalmente, não se rompeu, mas não é capaz de se sustentar a si mesma e, por isso, também não pode sustentar outros.
Há, também, irmãos cuja chama da fé se esfriou, a chama não consegue mais iluminar nem aquecer. Não posso quebrar a cana rachada nem apagar o fio do pavio que ainda fumega. Meus irmãos e irmãs, rezem para que eu possa reavivar a fé, reacender a caridade de todos.
O bispo também precisa estar à frente e atrás para abrir e fechar as muitas porteiras desta peregrinação até Deus abrir e fechar e dar acesso e permitir a entrada de Cristo no coração dos fiéis e, também, fazer sair os discípulos missionários para a evangelização do mundo. Como porteiro, o bispo faz com que as ovelhas entrem e saiam, entrem na Igreja pelos sacramentos e saiam para a missão evangelizadora.
Fico assombrado com essa responsabilidade de santificar os fiéis. Meus irmãos, minhas irmãs, peço que rezem por mim para que, como mestre da fé, faça com que a Palavra entre no coração dos fiéis e que estes saiam para a missão evangelizadora.
Tenho que reconhecer, tenho que confessar: não sou capaz de tanto! Além de reconhecer minha incapacidade, preciso reconhecer também meu egoísmo, que me leva a querer viajar sem me incomodar com os outros.
O ministério episcopal não me dá o direito de ter uma vida cômoda. É por isso que, hoje, gostaria de me dirigir à Nossa Senhora da Visitação, de me dirigir a Ela, no início dessa divina peregrinação da Igreja particular de Belém.
Ó, Maria da Visitação, logo depois que o anjo anunciou que serias a Mãe do meu Senhor, te dirigiste, apressadamente, à casa de Zacarias e de Isabel. Foste para a região montanhosa, subiste colinas e montes, atravessaste vales com seus passos rápidos e decididos. Em ti e por meio de ti, Jesus se tornou itinerante, antes mesmo de nascer.
Em ti e, por ti, Jesus colocou em prática o que Ele próprio ensinaria aos discípulos: “…não leveis bolsa nem duas túnicas, não saudeis ninguém pelo caminho; em qualquer casa que entrardes, dizei: “A paz esteja nesta casa!”.
Como correste, Maria, desejo também te acompanhar para levar Jesus aos outros. Como são belos pés de quem anuncia a paz! Como correste, ó, Maria, prometo me esforçar em seguir teus pés velozes. Peço que tenhas paciência comigo, se me atraso por causa dos meus pecados. Olha com benevolência quem te admira e te ama.
Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. Feliz és tu, Maria, porque creste. Quero ser feliz como tu. Peço-te, também para mim, essa alegria, essa felicidade que brota da fé em Cristo.
Ó, minha Mãe, és tu que me saúdas! À tua saudação, meu coração salta de alegria e minha voz se solta num louvor de alívio e de consolação. Bem-aventurada és tu, que acreditaste, pois se hão de cumprir as coisas que, da parte do Senhor, te foram ditas!
Igreja de Belém abraça o Arcebispo Coadjutor
“Ave Maria, cheia de graça o Senhor é convosco, bendita sois vós entre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores!…”. Foram as palavras finais de Dom Julio, concluídas em coro com a assembleia que aplaudia, intensamente, o Arcebispo Coadjutor.
Finalizada a apresentação, oArcebispo Dom Alberto deu a bênção final, os bispos deixaram o presbitério e Dom Júlio permaneceu no local, sendo acolhido também com um abraço pelos sacerdotes, diáconos e do povo de Deus.
Missão pastoral em comunhão episcopal
Dom Julio começou seu pastoreio na Arquidiocese de Belém a partir de sua apresentação no dia 31 de maio de 2025. Na função de Arcebispo Coadjutor, ele exercerá o seu ministério episcopal junto com Dom Alberto.
Dom Alberto Taveira Corrêa é o 10º Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará, nomeado dia 30 de dezembro de 2009 pelo Papa Bento XVI. A sua posse ocorreu em 25 de março de 2010.
Cumprindo a rotina da missão episcopal na Igreja de Belém, Dom Julio e Dom Alberto contam também com Dom Paulo Andreolli, o 8° Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Belém do Pará, nomeado pelo Papa Francisco no dia 1º de fevereiro e ordenado bispo no dia 15 de abril de 2023, por Dom Alberto Taveira Corrêa.
Dom JulioEndiAkamine foi nomeado pelo Papa Francisco como Arcebispo Coadjutor da Arquidiocese de Belém do Pará no dia 7 de março de 2025. Até então era Arcebispo de Sorocaba (SP). A partir do dia 31 de maio, oficialmente, ele passou a atuar como Arcebispo Coadjutor da Arquidiocese de Belém.
Texto: Bernadete Costa – Voz de Nazaré Online
Fotos: Sandro Barbosa
Acompanhe como foi a missa de acolhimento de Dom Julio: