Apresentado nova fórmula para Missa

Missal Romano: fórmula para Missa pelo Cuidado da Criação

O Dicastério para o Culto Divino e a Disciplina dos Sacramentos apresentou na quinta-feira, 3, uma nova fórmula para celebração da Eucaristia para o “cuidado da Criação”, que passa a ser incluída no Missal Romano, bem como as indicações de leituras bíblicas a serem usadas numa eventual celebração.

Essa possibilidade de celebração litúrgica se soma a outras na categoria de “missas por várias necessidades e ocasiões”. O Missal Romano contém 49 missas e orações nessa categoria: 20 são para a Igreja, 17 para necessidades civis e 12 para várias circunstâncias. A missa para o cuidado da criação passa a figurar entre aquelas de necessidades civis.

A primeira cerimônia com esse tema será presidida pelo Papa Leão XIV, em 9 de julho, nos jardins pontifícios de Castel Gandolfo.

“As Sagradas Escrituras exortam a humanidade a contemplar o mistério da Criação e a agradecer infinitamente à Santíssima Trindade por esse sinal de sua benevolência, que, como um tesouro precioso, deve ser amado, estimado e simultaneamente valorizado, bem como transmitido de geração em geração”, escrevem o Cardeal Arthur Roche, Prefeito do dicastério, e Dom Vittorio Viola, Secretário, no decreto.

“Neste momento, é evidente que o trabalho da Criação está seriamente ameaçado por causa do uso irresponsável e do mau uso dos bens que Deus confiou aos nossos cuidados”, diz o documento, que foi aprovado pelo Pontífice.

A elaboração da nova fórmula e sua inclusão no missal romano foi uma iniciativa do Movimento Laudato si’, com o acompanhamento do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral. Em coletiva de imprensa, o Cardeal Michael Czerny, Prefeito desse Dicastério, afirmou: “Com essa missa, a Igreja oferece apoio litúrgico, espiritual e comunitário para o cuidado que todos nós devemos dar à natureza, nossa casa comum. Esse serviço é, de fato, um grande ato de fé, esperança e caridade.”

No dia 2, o Papa Leão XIV publicou sua mensagem para a Jornada Mundial pelo Cuidado da Criação, a ser celebrada em 1º de setembro. “Ainda parece haver uma falta de consciência de que a destruição da natureza não afeta a todos da mesma forma: pisotear a justiça e a paz significa atingir mais duramente os mais pobres, os marginalizados e os excluídos”, disse ele.

“A justiça ambiental – implicitamente anunciada pelos profetas – não pode mais ser considerada um conceito abstrato ou uma meta distante. Ela representa uma necessidade urgente que vai além da mera proteção ambiental. É, na verdade, uma questão de justiça social, econômica e antropológica”, acrescentou. “Está mais do que na hora de as palavras serem seguidas por ações.”

Fonte: Jornal O São Paulo / Por Filipe Domingues

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