Belém participa do Encontro dos Bispos da Amazônia

Para dar continuidade da sinodalidade a partir do território

Arcebispo de Belém, Dom Julio e o Bispo Auxiliar Dom Paulo
Arcebispo de Belém, Dom Julio e o Bispo Auxiliar Dom Paulo

O Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Julio Endi Akamine, e seu Bispo Auxiliar, Dom Paulo Andreolli, participarão do Encontro dos Bispos da Pan-Amazônia, em Bogotá (Colômbia), no período de 17 a 20 de agosto. O evento reunirá, presencialmente, os pastores que atuam nos nove países amazônicos do bioma, pela primeira vez, seis anos após o Sínodo dos Bispos para a Região Pan-Amazônica realizado no Vaticano de 6 a 27 de outubro de 2019.

O Encontro dos Bispos da Pan-Amazônia discutirá sobre o tema “Diálogo fraterno e discernimento coletivo para a presença evangelizadora na Pan-Amazônia” e será realizado na sede do Celam, em Bogotá. Norteados pelo tema central, os pastores abordarão a importância do diálogo e da colaboração entre as igrejas locais para enfrentar os desafios da região amazônica. 

O evento insere-se no contexto da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima (UNFCCC), que acontecerá em Belém do Pará em novembro próximo e, assim, busca contribuir para as discussões sobre o futuro da Amazônia. 

Desde o Sínodo para a Amazônia que a Igreja amazônica continua sua caminhada com convicção e esperança e, “nesse espírito, a Conferência Eclesial da Amazônia (CEAMA) convoca todos os bispos das jurisdições amazônicas ao Encontro dos Bispos da Amazônia, que acontecerá em Bogotá, Colômbia, de 17 a 20 de agosto de 2025”, convida o Bispo Auxiliar de Manaus, Dom Zenildo Lima, Vice-Presidente da CEAMA e Presidente da Comissão Organizadora do Encontro.

Os bispos querem fortalecer a comunhão, aprofundar os temas do Sínodo da Amazônia, avaliar o caminho percorrido, discernir desafios para continuar consolidando uma Igreja com rosto amazônico, sinodal, encarnado nos territórios e comprometido com a Casa Comum, alinhar os caminhos pastorais que orientarão a missão em uma caminhada em comum pela vida, pela justiça e pela Casa Comum nos próximos anos nesse território essencial para o planeta e para a Igreja, além de contextualizar o papel da Ceama nessa jornada.

Dom Zenildo Lima - Vice-Presidente da CEAMA
Dom Zenildo Lima – Vice-Presidente da CEAMA

Um momento para verificar o caminho e projetar o futuro

Dom Zenildo destaca que o Encontro é fruto de um discernimento coletivo e responde à necessidade de continuar aprofundando o processo sinodal iniciado em 2019: “após o Sínodo da Amazônia, e confirmados pelo Sínodo sobre a Sinodalidade, continuamos nossa vocação de ser uma Igreja com face amazônica, marcada pela sinodalidade, pelo compromisso com a nossa Casa Comum, pela aceitação das experiências dos nossos povos indígenas e pelos muitos desafios que os nossos territórios enfrentam”.

O bispo Zenildo lembra que, como fruto direto do Sínodo, a CEAMA foi criada como um organismo eclesial a serviço das Igrejas locais. Agora, o Encontro dos Bispos da Amazônia será uma oportunidade para avaliar este caminho, e, acima de tudo, perguntar-nos: “Qual é a melhor maneira para esta Conferência Eclesial apoiar nossas Igrejas locais?”

Participação dos pastores amazônicos é essencial

O Encontro busca reunir bispos que atuam nas regiões amazônicas dos nove países do bioma. “Sua presença é essencial para continuar avançando em um sinodalidade corporificada e territorializada. Nossa participação como pastores das Igrejas locais na Amazônia é muito importante para consolidar esse caminho. Por isso, a CEAMA convida com entusiasmo cada bispo a ser parte ativa desta experiência de escuta mútua, reflexão compartilhada e compromisso pastoral”, reforça Dom Zenildo Lima.

Continuar a sinodalidade a partir do território

O Encontro dos Bispos da Amazônia se apresenta como “um espaço de diálogo fraterno e discernimento coletivo, que nos permitirá estreitar laços, compartilhar desafios pastorais e projetar, juntos, novas formas de presença evangelizadora e solidária na Amazônia. Este encontro é fundamental para garantir que o caminho sinodal inaugurado no Sínodo da Amazônia continue na sinodalidade concreta de nossas Igrejas locais”, conclui Dom Zenildo.

Realizadora do Encontro, a CEAMA, com este passo, continua a reafirmar a sua missão de caminhar ao lado dos povos amazônicos, encorajando uma Igreja que não impõe, mas escuta; que não domina, mas serve; que não teme os desafios, porque é sustentada pela força do Espírito e pela sabedoria do povo, assinala a divulgação no site da entidade.

Dom Lizardo Estrada - Secretário-geral do CELAM
Dom Lizardo Estrada – Secretário-geral do CELAM

Encontro relevante para o Povo de Deus que peregrina na Amazônia

Dom Lizardo Estrada, Bispo Auxiliar de Cuzco (Peru) e Secretário-geral do CELAM, avalia que este momento é de grande relevância: “É um encontro de suma importância, tanto para o Povo de Deus que peregrina na Amazônia, como para todo o Povo de Deus. O Sínodo Pan-Amazônico trouxe propostas importantes na perspectiva de novos caminhos para a Igreja e para a Ecologia Integral, plasmadas em Querida Amazônia com os sonhos sociais, culturais, ecológicos e eclesiais que continuam marcando nosso caminho”.

O bispo peruano chega a Bogotá com gratidão e entusiasmo para continuar fortalecendo a sinodalidade, a eclesialidade e a colegialidade episcopal na Pan-Amazônia, convencido de que “é tempo de uma Igreja que escuta, cuida e reconcilia”. Dom Lizardo reconhece os avanços dos últimos anos:

“A ação pastoral das missionárias e missionários na Amazônia gerou a criação da REPAM (Rede Eclesial Pan-Amazônica) e de outras redes no continente, como a REMAM (Rede Eclesial Mesoamericana) e a REGCHAG (Rede Eclesial do Grande Chaco e do Aquífero Guaraní). Vivemos um processo de escuta e discernimento que influenciou, positivamente, todo o episcopado latino-americano, incentivando a resposta ao clamor da terra, dos pobres e dos povos originários”.

O Encontro dos Bispos da Amazônia traz para Mons. Estrada a espera de que a reflexão conjunta sobre os sinais dos tempos dê lugar ao fortalecimento das estruturas sinodais e a um planejamento pastoral articulado, em benefício de milhares de comunidades indígenas, rurais e ribeirinhas.

Trata-se de consolidar uma Igreja mais próxima, profética e comprometida com a defesa dos direitos, dos territórios, das culturas e do bem viver, com presença pastoral, acompanhamento contextualizado e ações sociais em defesa da vida e da Casa Comum. Nisso, o CELAM quer colaborar ativamente.

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