Despedida de Dom Júlio no Regional Sul 1 da CNBB

“Agradeço as manifestações de amor crescente ao longo destes oito anos”

O site da Arquidiocese de Sorocaba sustenta entre suas publicações a nota de despedida de Dom Júlio, publicada a 7 de março deste ano. O pastor dirige-se “aos irmãos Bispos do Regional Sul 1 da CNBB, aos padres, diáconos, consagrados e consagradas, aos fiéis leigos da Arquidiocese de Sorocaba”, apresentando-lhes as considerações pelo convívio nos oito anos à frente daquela igreja.

“Agradeço as manifestações de amor crescente ao longo destes oito anos na Arquidiocese de Sorocaba. Vocês revestiram minhas fraquezas com o manto da misericórdia, me sustentaram em minhas incompetências, me aconselharam nos assuntos que meus conhecimentos foram insuficientes, me apoiaram quando o meu vigor fraquejou. Carrego comigo uma dívida de amor impagável. A todos os que ofendi, ignorei ou decepcionei, peço o perdão e oração”.

A nota de despedida manifesta os sentimentos de Dom Júlio verificados com sua nomeação como Arcebispo Coadjutor da Arquidiocese de Belém do Pará. “Tendo sido nomeado Arcebispo Coadjutor da Arquidiocese de Belém do Pará, me entristece o fato de ter que me distanciar dos que Deus me fez encontrar”.

Ponderando a prontidão para assumir os desafios missionários a que está sujeito aquele que escolhe servir a Deus, Dom Júlio falou sobre as mudanças, afirmando que é importante ter o equilíbrio na hora das decisões relevantes da vida, como a rotina vivida por um bispo.

 “Assim é a vida do bispo: ele precisa lançar raízes e amar de todo o coração os que a ele são confiados, mas deve ter, ao mesmo tempo, o desapego necessário para seguir outros caminhos quando a Igreja o pede. Não é fácil manter o equilíbrio entre o amor e o desapego, a importância de lançar profundas raízes no lugar e de se deixar transportar para onde Deus mandar”.

Finalmente, Dom Júlio afirma que é relevante reconhecer a transitoriedade das coisas terrenas, só a cidadania no céu é definitiva para o cristão. “Nessa tensão entre a fixação e a mobilidade, entre a casa e a tenda, entre o que amamos e o que iremos amar, está situada a vida cristã. Viver como cristão consiste exatamente em não ter pátria aqui na terra e se sentir em casa em qualquer pátria. Com efeito, os cristãos vivem na sua pátria, mas como forasteiros. Toda pátria estrangeira é pátria deles, e cada pátria é uma terra estrangeira para eles. Moram na terra, mas têm sua cidadania no céu(Carta a Diogneto).

O fechamento da nota exprime a grande afetividade que Dom Júlio nutre pelo pastoreio sorocabano: “Aqui deixo um pedaço de mim e levo comigo um pedaço de vocês”, assinando a referida nota: “Com minhas orações, Dom Julio Endi Akamine, SAC”.

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