Festa do Santíssimo nome de Maria

“…O nome da virgem era Maria” (Lc 1, 27)

A cada dia 12 de setembro, a Igreja celebra o Santíssimo Nome de Maria. No Novo Testamento, o Evangelista Lucas diz o nome daquela que seria a Mãe do Salvador: “…O nome da virgem era Maria” (Lc 1, 27).

São Luís Maria Grignion de Montfort, grande propagador da devoção mariana discorre amplamente sobre o significado do nome Maria no seu livro “O Segredo do Rosário”.

As denominações Santíssimo Nome de Maria, Festa do Santo Nome de Maria, ou simplesmente Santo Nome de Maria, é uma festa da Igreja Católica celebrada no dia 12 de setembro para celebrar o nome de Maria, mãe de Jesus. A solene data foi instituída como festa universal na Igreja pelo Bendito Papa Inocêncio XI com o objetivo de comemorar a vitória sobre os turcos na Batalha de Viena em 1683. A festa é celebrada em Roma no dia 12 de setembro, na Igreja do Santo Nome de Maria, bem visível entre as duas igrejas gêmeas no Fórum de Trajano, no coração de Roma.

Todos os santos, sem exceção, engrandeceram o sagrado nome da Virgem Maria e, por isso, a Igreja celebra a festa do seu santo nome. Todo católico ama e pronuncia muitas vezes o santo nome de sua Mãe Santíssima, Virgem, Imaculada e Assunta ao céu. Quando rezamos o santo Rosário, o pronunciamos sem cessar, clamando a sua ajuda e poderosa intercessão. “Ave Maria, cheia de graça…”, “Santa Maria Mãe de Deus…”. Poderoso é o nome Maria. Deve ser invocado pelo fiel, sempre, em todas as necessidades. 

Origem da celebração

A vitória dos cristãos sobre os turcos na Batalha de Viena, conduzida pelo rei Jan III Sobieski da Polônia, em 1683, foi decisiva para o Papa Inocêncio XI estender a festa para toda a Igreja, atribuída ao domingo após o Nascimento de Maria.

Inicialmente, a festa do Santíssimo Nome de Maria acontecia somente em Cuenca, na Espanha, quando foi instituída em 1513. Era, inicialmente, comemorada em 15 de setembro, mas em 1587, o Papa Sisto V mudou o dia da celebração para 17 de setembro.

O Papa Gregório XV estendeu a festa para a Arquidiocese de Toledo em 1622. Em 1666, os Carmelitas Descalços receberam a permissão para recitar o Ofício do Nome de Maria quatro vezes por ano (dúplice). Posteriormente, em 1671, a festa foi estendida para toda a Espanha.

O nome de Maria

Etimologistas afirmam que o nome Maria pode originar-se da raiz “Mery”, na língua egípcia, ou seja, mui amada. Outros, afirmam que provém do siríaco, cujo significado seria senhora. Entretanto, é bem mais provável que a origem é o hebraico, podendo ter vários significados: “Mar amargo, Gota do mar; Estrela do Mar; Esperança; Excelsa; ou Sublime”, entre outros.

Essas informações, contudo, não importam tanto para o fiel que confia na poderosa intercessão de Maria. O nome tomou proporções que ampliam o seu real significado, não somente pelo sentido etmológico, mas pelo que ele tornou-se a partir do momento em que a “Mãe do Redentor” o recebeu.

A força do nome

“Feliz, feliz aquele que Vos ama, ó Maria, Mãe dulcíssima” – exclamava o redentorista Santo Afonso de Ligório. Também São João Berchmans, da Companhia de Jesus, sempre dizia: “Se amo a Maria, estou certo da minha perseverança e de Deus obtenho tudo o que quiser”.

A poderosíssima intercessão de Maria despertou no padre Antônio Vieira um escrito valioso sobre aquele que recorre ao Santíssimo Nome da Mãe de Jesus:

“Só vos digo que invoqueis o nome de Maria quando tiverdes necessidade dele; quando vos sobrevier algum desgosto, alguma pena, alguma tristeza; quando vos molestarem os achaques do corpo, ou vos molestarem os da alma; quando vos faltar o necessário para a vida…;

Quando os pais, os filhos, os irmãos, os parentes se esquecerem das obrigações do sangue; quando vo-lo desejarem beber a vingança, o ódio, a inveja; quando os inimigos vos perseguirem, os amigos vos desampararem, e donde semeastes benefícios, colherdes ingratidões e agravos;

Quando os maiores vos faltarem com a justiça, os menores com o respeito, e todos com a proximidade; quando vos inchar o mundo, vos lisonjear a carne, e vos tentar o demônio, que será sempre e em tudo; quando vos virdes em alguma dúvida ou perplexidade, em que vós não saibais resolver nem tomar conselho;

Quando amanhecer o dia, sem saberdes se haveis de anoitecer, e quando vos recolherdes à noite, sem saber se haveis de chegar à manhã; finalmente, em todos os trabalhos, em todas as aflições, em todos os perigos, em todos os temores, e em todos os desejos e pretensões, porque nenhum de nós conhece o que lhe convém; em todos os sucessos prósperos ou adversos, e em todos os casos e acidentes súbitos da vida, da honra, e, principalmente, nos da consciência, que em todos anda arriscada, e com ela a salvação.

E como em todas estas coisas, em cada uma delas necessitamos de luz, alento e remédio mais que humano, se em todas e cada uma recorrermos à proteção e amparo da mãe das misericórdias, não há dúvida que, obrigados da mesma necessidade, não haverá dia, nem hora, nem momento em que não invoquemos o nome de Maria”.

Oração para invocar sempre o nome de Maria Santíssima

Grande Mãe de Deus e minha Mãe, ó Maria, é verdade que eu não sou digno de proferir o vosso nome; mas vós, que me tendes amor e desejais minha salvação, concedei-me, apesar de minha indignidade, a graça de invocar sempre em meu socorro vosso amantíssimo e poderosíssimo nome. Pois é ele o auxílio de quem vive e salvação de quem morre.

Puríssima e dulcíssima Virgem Maria, fazei que seja vosso nome de hoje em diante o alento de minha vida. Senhora, não tardeis a socorrer-me quando vos invocar. Pois, em todas as tentações que me assaltarem, em todas as necessidades que me ocorrerem, não quero deixar de chamar-vos em meu socorro, repetindo sempre:

Maria! Maria! Assim espero fazer durante a vida, assim espero fazer particularmente na hora da morte, para ir depois louvar eternamente no céu vosso querido nome, ó clemente, ó piedosa, ó doce Virgem Maria.

(Extraída do livro “Glórias de Maria”, de Santo Afonso Maria de Ligório)

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