Leão XIV é o novo Papa

Cardeal Robert Prevost é eleito o 1º Pontífice norte-americano da história

Habemus papam. É o cardeal Robert Francis Prevost, 69 anos. Primeiro norte-americano a tornar-se Papa na história da Igreja, ele escolheu chamar-se Leão XIV. A jornada vocacional do primeiro agostiniano a dirigir a Santa Sé o referencia ainda como “o cardeal de duas nacionalidades”, pois grande parte de sua vida pastoral foi no Peru, razão de ter obtido a cidadania peruana em 2015.

O anúncio da escolha de Prevost foi transmitido ao mundo nesta quinta-feira, 8 de maio, pelo cardeal Dominique Mamberti. Acompanhando a tradição da Igreja Católica, a proclamação do nome do 267º Sucessor de Pedro foi em latim: “Annuntiovobisgaudiummagnum: Habemus Papam”(“Anuncio-vos uma grande alegria: temos um papa”). O novo Pontífice começou sua missão na Igreja em 2 de setembro de 1978, emitindo seus votos solenes em 29 de agosto de 1981.

O Cardeal Prevost foi escolhido hoje mesmo durante o segundo dia do conclave, após quatro votações. A Praça São Pedro, no Vaticano, totalmente tomada pelos fiéis, e o mundo inteiro que acompanhava o conclave pelos meios de comunicação, testemunharam o momento em que a fumaça branca saiu da chaminé no topo da Capela Sistina, às 13h10 (horário de Brasília).

A gratidão, a oração e a intensa e entusiasmada alegria dos fiéis verificados na Praça São Pedro ecoaram mundo afora. A fumaça indicava que a eleição do sucessor de Francisco estava encerrada com a escolha do cardeal Robert Prevost, após dois dias de Conclave, realizado com a participação dos 133 cardeais que destinaram a Cátedra de Pedro ao americano, natural de Chicago (Estados Unidos).

“Estamos todos na mão de Deus, portanto, sem medo”

Leão XIV foi apresentado ao mundo na sequência do anúncio oficial. Ele apareceu na sacada da Basílica de São Pedro. Dali, pronunciou seu discurso ressaltando a paz mundial, rezou com os fiéis, saudou a Diocese de Chiclayo, no Peru (onde ele atuou), expressou gratidão ao Papa Francisco e concedeu a sua primeira benção como Papa, a Bênção Urbi et Orbi.

A benção é solene, em latim, e direcionada “à cidade (de Roma) e ao mundo, a todo o universo”, por isso, o Papa a pronuncia da sacada da Basílica de São Pedro, em Roma. Com a benção, o Papa também concede à Igreja a indulgência plenária. 

Intensamente emocionado, Leão XIV relembrou a terna maneira de ser e de rezar do Papa Francisco: “Ainda conservamos em nossos ouvidos aquela voz corajosa de Papa Francisco, que abençoava Roma e dava sua bênção ao mundo inteiro naquela manhã do dia de Páscoa. Permitam-me a dar sequência àquela mesma benção: Deus ama a todos. O mal não prevalecerá. Estamos todos na mãe de Deus, portanto, sem medo, unidos, mão a mão com Deus e entre nós, sigamos adiante”.

Leia, na íntegra, o discurso do Papa Leão XIV

“Que a paz esteja convosco. Irmãos, irmãs caríssimos, esta é a primeira saudação do Cristo ressuscitado, o bom pastor, que deu a vida pelo rebanho de Deus. Também eu gostaria que esta saudação, de paz, entrasse no vosso coração, alcançasse vossas famílias, a todas as pessoas. Onde quer que estejam, a todos os povos, a toda a terra, a paz esteja convosco.

Esta é a paz de Cristo ressuscitado, uma paz desarmada, uma paz desarmadora, humilde e perseverante, que provém de Deus. Deus que nos ama a todos, incondicionalmente. Ainda conservamos em nossos ouvidos aquela voz frágil, mas sempre corajosa do Papa Francisco, que abençoava Roma.

O papa que abençoava Roma, dava a sua bênção ao mundo inteiro naquela manhã do dia de Páscoa. Permitam-me dar sequência àquela mesma bênção: Deus nos quer bem, Deus nos ama a todos. O mal não prevalecerá. Estamos todos nas mãos de Deus. Portanto, sem medo, unidos, mão na mão com Deus e entre nós, sigamos adiante. Somos discípulos de Cristo. Cristo nos precede. O mundo precisa da sua luz. A humanidade necessita de pontes para que sejam alcançadas por Deus e ao mundo. Ajudai-nos também vós, unam-se aos outros, a construir pontes, com o diálogo, com o encontro, unindo-nos todos para sermos um só povo, sempre, em paz. Obrigado, Papa Francisco.

Gostaria de agradecer a todos os irmãos cardeais que me escolheram para ser sucessor de Pedro, e caminharei junto a vós, como Igreja unida, buscando sempre a paz, a justiça, buscando sempre trabalhar como homens e mulheres fiéis a Jesus Cristo. Sem medo, para proclamar o Evangelho. Para sermos missionários.

Sou um filho de Santo Agostinho, agostiniano, que disse: “Convosco sois cristão, e para vós bispo”. Nesse sentido, podemos todos caminhar juntos rumo a essa pátria, à qual Deus nos preparou.

À Igreja de Roma, uma saudação especial. Devemos buscar juntos como ser igreja missionária, uma igreja que constrói pontes, que dialoga, sempre aberta a receber como esta praça de braços abertos, a todos, todos aqueles que precisam da nossa caridade, da nossa presença, do diálogo, de amor.

E se me permitem também uma palavra: [em espanhol] a todos aqueles, de modo particular, à minha querida diocese de Chiclayo no Peru, onde um povo fiel acompanhou o seu bispo, compartilhou a sua fé e deu tanto a mim para seguir sendo igreja fiel de Jesus Cristo.

A todos vós irmãos e irmãs, de Roma, da Itália e do mundo inteiro, queremos ser uma igreja sinodal, uma igreja que caminha, que busca sempre a paz, que busca sempre a caridade e busca sempre estar próxima, especialmente daqueles que sofrem.

O dia da súplica à Nossa Senhora de Pompeia, nossa mãe Maria quer sempre caminhar conosco, estar próxima, ajudar-nos com a sua intercessão e seu amor. Agora gostaria de rezar junto convosco, rezemos juntos por essa nova missão, por toda a Igreja, pela paz no mundo. Peçamos essa graça especial à Maria, nossa mãe.”

Em seguida, o pontífice fez uma oração junto aos fiéis presentes na praça, além de ter dado sua primeira bênção como papa – a Bênção Urbi et Orbi, do latim, “à cidade [de Roma] e ao mundo, a todo o universo”.

 

 
 
 
 
 
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