Por Pe. Helio Fronczak
A imagem é muito significativa. Ela não só captura uma cena de sobrevivência, mas também traz à tona lições poderosas sobre como lidar com os pesos que nos prendem, seja na vida pessoal ou na vida comunitária.
A criança, diante da inevitabilidade do afundamento, precisa fazer uma escolha crucial. Ao decidir soltar a corrente, ela se liberta fisicamente, e simbolicamente rejeita a ideia de ter que carregar um peso que a levará para a morte. A sua ação representa a coragem de soltar tudo aquilo que nos prende e nos impede de prosseguir rumo à meta.
Na vida pessoal, muitas vezes nós estamos apegados a relacionamentos tóxicos, empregos insatisfatórios ou até mesmo a padrões de pensamento negativos. São os pesos que, se não abandonados, podem nos afundar. A coragem de se desvencilhar de tais pesos vem com o entendimento de que o mais importante é viver plenamente. Soltar o que nos afunda não é um ato de fraqueza, mas de força e compreensão do que realmente vale.
Na esfera comunitária, a lição se expande. Muitas vezes as nossas comunidades religiosas (paróquia, movimento eclesial, equipe pastoral, etc.) carregam pesos na forma de preconceitos, desigualdades e sistemas opressivos. Para progredir coletivamente, é vital que essas correntes sejam rompidas. A ação de soltar, aqui, significa desapegar-se de velhos paradigmas que já não servem ao bem comum, promovendo uma nova forma de vida comunitária, mais solidária e sinodal, isto é, com mais proximidade e comunhão.
A metáfora da imagem nos convida a refletir sobre o que realmente importa e a ter a coragem de deixar para trás tudo aquilo que impede nosso avanço rumo à meta. Na esfera pessoal ou comunitária, a mensagem é clara: “Se te afunda, solte!” Ao nos libertarmos desses pesos, abrimos espaço para novas oportunidades, crescimento e, acima de tudo, para uma vida mais leve e significativa.