Panorama: Festas de Nossa Senhora de Fátima (2)

 
Continuando o que escrevi na última semana e em face dos meus 90 anos de idade, devo deixar registrado o meu testemunho. 
 
Quem iniciou as procissões de velas em louvor a Nossa Senhora de Fátima, em Belém, foi um padre jesuíta. Se a memória não me trai, tinha o sobrenome de Martins, era português e teria sido confessor da vidente Lúcia, quando a mesma iniciava sua vida religiosa. Passou um tempo em Belém, na Capela de Nossa Senhora de Lourdes. Pediu licença ao Arcebispo para realizar a primeira procissão luminosa a 13 de maio, da Igreja das Mercês para a capela de Nossa Senhora de Lourdes. Deve ter sido antes da década de 60. No ano de 61, minha esposa estava grávida, quando na saída da Igreja das Mercês, o idoso padre Mário,  Xaveriano, seu confessor,  aconselhou-a a não acompanhar a procissão.
 
As procissões continuaram saindo das Mercês para Lourdes até 1966, quando Dom Alberto Ramos erigiu a Paróquia de Fátima.
 
Encontrei na agenda de Dom Alberto Ramos, de 1967, a 13 de maio, além de outras coisas: “18,00 hs. casamento de um filho do Dr. Eduardo Hermes, na Sé. 20,00 hs. fiz o sermão da Procissão de Fátima, na chegada à Basílica. Às 22;00 hs. ainda tive que ir ao banquete das Classes Produtoras ao ministro Jarbas Passarinho”. Portanto, nesse ano a procissão deve ter sido da nova paróquia para a Basílica.
 
Gradativamente, a procissão das velas passou a ser em torno da nova paróquia. A nova igreja e praça valorizaram e mudaram o nome do bairro.
 
O importante em tudo isso é a confirmação da devoção do povo da cidade de Belém. Nascida sob as bençãos de Nossa Senhora das Graças, passou a ter o nome da terra em que Jesus nasceu e venera a Santíssima Mãe de Deus, com qualquer título que lhe seja atribuído.

 

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