Papa propõe uma Quaresma de mudanças

“Perante tantas guerras, não fechemos o nosso coração aos necessitados"

Foto: vatican Media

Com informações agência Ecclesia. O Papa destacou no Vaticano, o início do tempo da Quaresma, no calendário litúrgico da Igreja Católica, deixando apelos à mudança interior e à paz, perante peregrinos de vários países.

“Vamos em frente neste processo de conversão na escuta da Palavra de Deus, na atenção aos irmãos e irmãs que precisam da nossa ajuda. E vamos em frente na intensificação da oração, sobretudo para pedir a paz no mundo”, declarou, durante a audiência geral, que decorreu no Auditório Paulo VI, na quarta-feira, 14.

Não nos esqueçamos nunca da martirizada Ucrânia, da Palestina e de Israel, que sofrem tanto. Rezemos por estes irmãos e irmãs, que sofrem com a guerra”, acrescentou.

Saudando os peregrinos e visitantes presentes neste encontro semanal, Francisco recordou que, na Polónia, decorre uma recolha de fundos para ajudar a Ucrânia, no começo da Quaresma.

“Perante tantas guerras, não fechemos o nosso coração aos necessitados. Que a oração, o jejum e a esmola sejam o caminho para construir a paz”, apelou.

A Quaresma, que tem início hoje, com a celebração de Cinzas, é um tempo litúrgico, de 40 dias (a contagem exclui os domingos), marcado por apelos ao jejum, partilha e penitência; serve de preparação para a Páscoa, a principal festa do calendário cristão (este ano a 31 de março).

“Somos chamados ao deserto. Através das práticas do jejum, da esmola e da oração, Jesus convida-nos à conversão. Que Deus nos acompanhe e nos abençoe nesta caminhada”, referiu o Papa, na saudação aos peregrinos de língua portuguesa.

Na Quaresma, que hoje iniciamos, somos chamados a converter-nos dos vícios e a voltarmos a uma vida em harmonia com Deus e com os nossos irmãos”.

A reflexão inicial abordou o vício da “acédia”, que o Papa colocou na origem da preguiça e considerou como “falta de cuidado”, sobretudo interior.

“Esta é uma tentação muito perigosa”, alertou, particularmente “quando o cansaço está no auge e as horas que estão pela frente parecem monótonas, impossíveis de viver.”

Francisco sublinhou que, para quem é “dominado pela acédia”, a vida “perde o sentido, a oração torna-se enfadonha, cada batalha parece sem sentido”.

“É um pouco como morrer antes da hora”, observou.

A reflexão apresentou como remédio para este problema espiritual a “paciência da fé”, como aconteceu com tantos santos, ao longo da história.

“Estes santos e santas ensinam-nos a atravessar a noite com paciência, aceitando a pobreza da fé”, precisou.

O Papa desafiou todos a conservar a fé no coração, “como as brasas permanecem debaixo das cinzas”.

“Convido-vos, no início desta Quaresma, a combater o vício da acédia com o entusiasmo de fé, confiando na poderosa presença de Jesus em nós”, recomendou.

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