Privilégio de ser católico: A Epifania e as epifanias

 
A Igreja celebra, dois domingos após o Natal, a festa da Epifania do Senhor. De origem grega, “epiphanéia”, foi traduzida, literalmente, como aparição ou manifestação. Do ponto de vista da filosofia, significa sensação profunda de realização ou, melhor dizendo, algo plenamente esclarecido ou solucionado. No âmbito da literatura, a palavra guarda um significado mais amplo: é a maneira que o autor encontra para mostrar um conceito. Para o cristianismo – que é o que nos interessa- Epifania (com maiúscula) tem a ver com a manifestação do divino. Nada mais divino que a apresentação do Senhor – o próprio Deus – ao mundo, representado pelos magos do Oriente.
 
No âmbito da Igreja há a celebração de três epifanias: a dos reis magos, que celebramos como a do Senhor; a do Jordão, no Batismo de Jesus, e a da transfiguração. Conta-se também a transformação de água em vinho, nas bodas de Caná. Todas, num sentido bem amplo,são epifanias do Senhor, porque manifestam a presença do divino entre os homens.
 
De qualquer que seja o ângulo que se veja, a palavra epifania aponta para a ideia de revelação. Na filosofia, encontra-se uma solução, uma espécie de “insigth”, que é a compreensão súbita de alguma coisa. É como se, de repente, nos fosse permitido compreender algo até então sem sentido muito nítido. Na literatura, o escritor “clareia”, digamos assim, uma ideia. E na religião existe a síntese: Jesus é mostrado ao mundo, pelos olhos dos reis magos, como a manifestação mais visível (e mais humana) de Deus.
 
Essa Epifania – Deus entre nós revelado – não apenas dividiu a história do ocidente em antes e depois d’Ela, como deu ao mundo a segurança espiritual necessária para acompanhar a travessia neste mundo, a caminho da grande e definitiva epifania, que é a volta à Casa do Pai, momento em que nos encontraremos em plenitude com o divino.

 

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