Um século e meio depois da violenta expulsão dos Jesuítas do Brasil e de Portugal, os padres da Companhia de Jesus começaram a voltar. Primeiro, para a Bahia, depois, em sigilo, vieram dois a Belém e foram muito bem recebidos. Não havia mais razão para que se mantivessem afastados. Aos poucos se instalavam na terra de onde jamais deveriam ter saído. No dia 11 de fevereiro de 1917, data consagrada a Nossa Senhora de Lourdes, foram inauguradas a residência e a Capela, num amplo terreno que foi doado à Companhia de Jesus, a apenas trezentos metros da Basílica de Nossa Senhora de Nazaré. Em um século, o que era uma capela se transformou numa comunidade. Na verdade, virou uma família. Os jesuítas, hoje, integram a paisagem religiosa da cidade, agindo não apenas na área central, mas na periferia da capital, cuidando de jovens, crianças, pobres e doentes. O trabalho realizado pelo CAC é de excepcional importância para a formação de novas gerações. No interior, a Companhia realiza idêntica tarefa, agindo para evangelizar e formar cidadãos conscientes. O Pará, historicamente, muito deve ao trabalho dos jesuítas. Antes da expulsão, eles cuidaram da educação, dos índios, da agricultura e da pecuária. Em seu retorno, retomaram o propósito missionário e se destacam como incentivadores da educação e da cultura. São agentes da esperança e da paz, aplicando a espiritualidade de Santo Inácio. Com este artigo, encerro a narrativa sobre a expulsão e o retorno dos jesuítas e homenageio a Capela de Lourdes, o espaço que me acolheu, quando, pela graça de Deus e ajuda da Virgem Maria, comecei, amparado pelas mãos do padre Luciano Ciman, meu pai espiritual, uma caminhada de conversão ao pensamento e à prática católicos. Como dizia o padre Luciano, minha adesão integral a Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem.
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Privilégio de ser católico: A expulsão e a volta dos Jesuítas (final)
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