Privilégio de ser católico: A expulsão e a volta dos Jesuítas – I

 
O santo cura d´Ars ensinava que, se encontrasse um sacerdote e um anjo, saudaria primeiro o sacerdote e, depois, o anjo. A razão é simples: se não tivéssemos o sacerdote, de que nos serviriam a Paixão e a Morte de Jesus? Compartilho desse respeito para com os religiosos e, de uma forma especial, pelos da Companhia de Jesus, cuja comunidade me acolheu no momento em que iniciei minha conversão ao catolicismo. Já escrevi muitas vezes aqui que só pude prosseguir nesse caminho graças à ajuda de homens como D. Vicente Zico, D. Orani, padre Luciano Ciman e cônego Ronaldo Menezes, que muito me orientaram. Desses, apenas um era jesuíta – o padre Luciano – e foi com ele que aprendi a amar a família de Santo Inácio que, em 2017, celebra o primeiro centenário de seu retorno a Belém.
 
Os jesuítas foram expulsos de Belém em 1760 da maneira mais desumana possível. Em Portugal não foi diferente. Aqui, a brutalidade se deu pela força. Lá, aconteceu também por conta de informações manipuladas. O marquês de Pombal, que governava o império português com mão de ferro e a todo custo queria dar ao país uma cultura capitalista, a fim de aproximá-lo de outras nações europeias que se viam entregues ao iluminismo, encontrava nos jesuítas uma espécie de muralha humanizada e humanizadora para suas pretensões.  
 
O peso de sua pena alcançou em cheio a Companhia. Depois de declarar os jesuítas “notórios rebeldes, traidores, adversários e agressores”, o rei D. José I os expulsou de Portugal e das colônias ultramarinas. O Pará sofreu gravemente com esse gesto político, que afastou por 157 anos os padres da Companhia de Jesus de nossas terras. 
Nas próximas semanas, vou me ocupar desse tema, pelo tanto que ele representa para a história do Pará e da igreja na Amazônia, como forma de celebrar o centenário da volta da ordem ao Estado.

 

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