Privilégio de ser católico: Deus não tira férias

 
Minha querida amiga Lindanor Celina, cujo centenário de nascimento está largamente comemorado em 2017, costumava passar o verão numa ilha grega chamada Skyros.  Ela morava em Paris e tinha amigos nesse lugar. Trabalha o ano inteirinho e se permitia esse prazer, ao lado do marido. Lindanor, para quem não está ligando o nome à pessoa, foi uma das maiores romancistas e cronistas do Pará no século XX.
 
Uma vez, num texto escrito na ilha, falou sobre a dificuldade de ir à missa, numa ilha onde a maioria dos habitantes são cristãos ortodoxos. Se bem me lembro, havia uma capelinha católica distante de onde ela se hospedava. Na Grécia toda, 97% da população são cristãos ortodoxos. Os 3% restantes são muçulmanos, católicos e judeus. Não sei se exatamente nessa ordem, mas não consta que haja outras confissões com número de fieis significativo para constar de estatística. O certo é que católicos somos minoria de minoria.
 
Se em Atenas não lembro de ter visto um templo católico, nas ilhas foi que não vi mesmo. Mas se a ilha onde a Lindanor ia havia uma, Deus seja louvado, porque ela possuiu a graça de tirar férias e poder assistir à celebração da sagrada eucaristia, ainda que em grego (idioma que conhecia). Numa das crônicas, ela aludiu a esse fato e disse que, mesmo nas férias, dominada pela preguiça, procurava ir à missa.
 
Fiquei com essa frase na cabeça e, neste segundo final de semana do mês das férias,me lembrei da ideia da Lindanor. Se Deus não tira férias de nós,não deve haver viagem para região de praia, rio, montanha, igarapé, praia, cidade grande ou pequena, Marajó ou Rio de Janeiro, Cametá ou Paris, que nos faça perder o compromisso semanal com  Ele. Missa é mais do que obrigação. É  antecipação, na Terra, das alegrias do céu. 

 
 

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