O mundo católico (só o católico?) assistiu, encantado, diria mais, com lágrima nos olhos, à viagem do papa Francisco a Fátima, semana passada, para presidir a celebração do centenário das aparições de Nossa Senhora aos três pastorinhos e declarar santos Francisco e Jacinta Marto. Em Belém, vendo tudo pela televisão, muitas vezes chorei, não apenas lembrando das vezes em que estive naquele lugar, mas, sobretudo, tocado pela simplicidade das pessoas, pela beleza da imagem da Senhora e pela humildade do “bispo vestido de branco”, feito peregrino entre os peregrinos”, acenando com seu lenço branco, como se fosse mais um, entre milhares.
Nas ruas de nossa cidade, o novo trajeto da procissão – com apenas uma curva – parece ter agradado em cheio. Primeiro, porque recuperou a tradição da saída da imagem da Basílica Santuário. Segundo, porque houve uma espécie de trasladação pelas ruas do bairro que leva o nome da Senhora. Assim, os moradores de Fátima continuaram a ver a Padroeira passando diante de suas casas, e os de Nazaré/São Brás puderam tê-la um pouco mais perto. Ninguém perdeu, todos ganharam.
Não sei se a mudança foi definitiva ou se ocorreu apenas para celebrar o centenário e coincidir com as festividades de Fátima. Mas a verdade é que ficou tudo tão bonito, que valia a pena repensar trajeto e data. Mesma rota e mesmo dia de 2017. Deixo a sugestão.
A partir de agora, de forma oficial, a lista dos santos possui mais dois que falam português. Mas isso é um detalhe. No céu, a língua corrente é a do amor. Todos se entendem pela graça do bem que fazem aos homens, na interlocução com Deus, nosso Pai. Mas para nós, que aqui ficamos, é gostoso poder “conversar” com nossos intercessores na língua deles e nossa.
PS.: Por um erro de digitação, saiu na coluna da semana passada, que o papa São João Paulo II foi baleado em 1991. Não foi. O atentado aconteceu dez anos antes: 1981. Peço desculpas.
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Privilégio de ser católico: Festa em Fátima e em Belém
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