O mundo católico vai comemorar, em 2017, o 159º aniversário da primeira aparição de Nossa Senhora de Lourdes a Bernadette Soubirous, numa gruta onde se criavam porcos. Era 11 de fevereiro e fazia um frio de rachar. Lourdes fica aos pés dos montes Pirineus, no sudoeste da França, e o inverno, naquela região, costuma ser rigoroso.
A menina a quem Deus escolheu para ser a mediadora das mensagens de Nossa Senhora e os homens de pouca ou nenhuma fé era fragilzinha. Havia saído de casa, na companhia de uma irmã mais nova e de uma amiga, para apanhar lenha. Como precisasse atravessar o rio que passa em frente à gruta, tirou os sapatos. Nesse momento, um vento tocou-lhe as faces e conduziu seus olhos para o alto das pedras. Foi ali que a “bela Senhora”, como a descreveu, se apresentou. Encantada, a menina não mais sentiu frio e teve suas forças restauradas. Nossa Senhora ainda voltaria outras vezes àquele espaço para falar aos homens.
A história das aparições e o sacrifício de Bernadette são bem conhecidos. Ninguém acreditava nas palavras da menina, que chegou a ser detida, proibida de ir à gruta, foi humilhada, até que, obedecendo à ordem da Senhora, cavou o chão e de lá brotou uma fonte de água milagrosa, que jorra até hoje. A Igreja reconhece a veracidade dos fatos e há registro de mais de 7.000 casos de cura e de milagres.
Normalmente só vou a Lourdes no verão, mas, há alguns anos, aconteceu de poder ir em fevereiro. A temperatura estava perto de zero e ventava demais. Diante da torneira da fonte canalizada, as pessoas tiravam água com muito cuidado, porque estava geladíssima. Quando me livrei das luvas e molhei as mãos, a surpresa: ela veio em temperatura agradável, quase tépida. Para os outros, um gelo. Graça? Sinal? Única certeza: presença de Maria para sempre em minha vida.
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Privilégio de ser católico: Há 159 anos, em Lourdes
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