Privilégio de ser católico: Vocação para quê? (parte I)

 
Como ainda estamos no mês vocacional, nunca é demais reforçar a importância de assumir a vocação que Deus nos deu e que, muitas vezes, colocamos de lado, ou trocamos, (sempre com grande prejuízo) por alguma atividade de conveniência, seja familiar, seja financeira.  Quem abre mão de uma vocação, opta, conscientemente, por escolher um sapato menor que o pé, ou uma vestimenta três vezes maior que o próprio número. 
 
Escrevi, semana passada, que, ao longo de 35 anos de magistério, encontrei centenas, milhares de alunos verdadeiramente vocacionados para seu trabalho, e outros tantos, ainda que conscientes da escolha errada, conscientes de que traiam  – a palavra é forte, mas é esta mesma – sua natureza e trilhavam caminhos “errados”. Fiz o que estava ao meu alcance para impedir o desacerto, mas o que podia um professor, diante da pressão familiar? Era triste ouvir “meu pai quer”, “minha mãe sonhou esta profissão para mim”. Era triste ver uma vida terminar, antes mesmo de começar.
 
Quando se fala em vocação, o foco logo é dirigido para a profissão, mas há diferentes vocações em todos os campos da vida e convém respeitá-las.  Há quem seja vocacionado para vida de casado – ou não. Para a paternidade/maternidade – ou não.  Vocação é escolha. Escolha de verdade, não opção de momento.
 
Em tantos anos lidando com pessoas em formação, quase todas na Universidade, lamentei nunca ter visto ninguém vocacionado para a vida religiosa. Jamais um aluno me disse que gostaria de ter sido padre, ou ao menos cogitou essa possibilidade.  Uma vida inteira no magistério e não encontrei uma vocação religiosa. Exceção eu faço aos alunos que tive na casa de formação de aspirantes a Jesuítas, mas aqueles meninos já estavam direcionados.
 
Há alguma coisa fora do eixo nesse aspecto.  A reflexão fica para a semana que vem.

 

 
 

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