Quarta-feira Cinzas – Tempo de reconciliação

Foto: Luiz Estumano.
 
 Quarenta dias antes da Páscoa do Senhor, a Igreja abre solenemente o tempo de penitência, chamado Quaresma, em preparação para a celebração da Páscoa. A Quarta-feira de Cinzas, 6 de março, marcou o início desse tempo litúrgico destinado ao aprofundamento na conversão, prática de penitência e do jejum. Houve celebrações na capital e na região das ilhas.
 
Na quarta-feira, a Arquidiocese de Belém contou com celebrações com imposição das cinzas nas sete Regiões Episcopais. O Arcebispo Metropolitano, Dom Alberto Taveira Corrêa, celebrou às 19h na Catedral Metropolitana. Já Dom Irineu Roman, um dos bispos auxiliares, presidiu às 9h na Ilha de Itacoã, pela Pastoral das Ilhas.
 
Nesse dia, após a Liturgia da Palavra, em que se proclama o trecho do Evangelho em que Cristo recomenda a oração, o jejum e a esmola como exercícios de conversão (cf. Mt 6,1-18), realiza-se o rito da imposição das cinzas. Elas são sinal de penitência, no sentido de conversão.
 
No gesto de imposição das cinzas sobre a cabeça das pessoas, o sacerdote ou o ministro diz: “Converte-te e crê no Evangelho”. A conversão consiste em crer no Evangelho. Crer é aderir a ele, viver segundo os ensinamentos do Senhor Jesus. Pode-se usar também a fórmula tradicional: “Lembra-te de que és pó e ao pó hás de voltar”.
 
Numa das orações de bênção das cinzas se diz: “Reconhecendo que somos pó e que ao pó voltaremos, consigamos, pela observância da Quaresma, obter o perdão dos pecados e viver uma vida nova, à semelhança do Cristo ressuscitado”. A origem das cinzas usadas tem seu significado. Elas são preparadas pela queima de palmas usadas na procissão de Ramos do ano anterior.
 
Lembram, portanto, o Cristo vitorioso sobre a morte. A palma é símbolo de vitória e de triunfo. Assim, se os cristãos aceitam reconhecer sua condição de criaturas mortais, e transformar-se em pó, ou seja, passar pela experiência da morte, a exemplo de Cristo, pela renúncia de si mesmos, participarão também da vida que ressurge das cinzas.
 
Apelo à conversão
 
A tradição de impor as cinzas sobre a cabeça dos fiéis vem dos primeiros cristãos. As pessoas que prejudicaram a comunidade com escândalos públicos, expiavam-nos durante o tempo quaresmal. Na quarta-feira, após as cinzas, elas eram acompanhadas até a porta da Igreja, mas nela, não entravam e nem participavam dos atos comunitários. Permaneciam no átrio e vestiam-se com um “hábito penitente”. Na Quinta-feira Santa, recebiam o Sacramento da Reconciliação e podiam, novamente, integrar-se à comunidade.     
 

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