Retomada parcial das atividades nas comunidades diocesanas de Belém

Foto: Luiz Estumano.
 
Desde que a Arquidiocese de Belém tornou público o protocolo de ações para retomada das atividades religiosas presenciais na capital e região metropolitana, as paróquias iniciaram o processo de reabertura dos templos e das realizações de celebrações eucarísticas com limitante de fiéis.
 
O documento, que segue as orientações dos governos estaduais, municipais e órgãos de saúde, enfatiza que “todas as nossas iniciativas deverão estar em sintonia com as orientações e determinações das autoridades civis e sanitárias. Continuar respeitando as medidas sanitárias do distanciamento social evitando, dessa forma, a reunião desordenada de fiéis. Para toda e qualquer iniciativa é necessário considerar a nossa responsabilidade civil e penal”.
 
Com a reabertura gradual, as paróquias de Belém mobilizam-se para garantir todos os cuidados necessários, seguindo, é claro, as recomendações da Arquidiocese de Belém, dos governos estatual e municipal e das organizações de saúde. Algumas estão adotando sistemas para os fiéis participarem das celebrações de forma organizada e sem aglomerações.

 
Celebrações estão acontecendo respeitando todas as medidas sanitárias
 
Na Catedral Metropolitana, onde houve sanitização dos espaços internos, as celebrações têm acontecido de segunda a domingo, mas com a capacidade reduzida de 60 pessoas por celebração. É necessário que cada fiel faça a retirada do ticket de acesso durante a semana na secretaria. Os horários das celebrações na Igreja Mãe da Arquidiocese desde o dia 6 de junho acontecem às 18h, de segunda a sexta, às 17h e 19h aos sábados, e 7h, 9h, 11h, 17h e 19h aos domingos.
 
As celebrações presenciais na Basílica Santuário de Nazaré voltaram a ser realizadas no dia 01 de junho, após o decreto divulgado pela Prefeitura de Belém. Nas Comunidades Sagrado Coração de Jesus e Santo Antônio Maria Zaccaria, as celebrações iniciaram no dia 7 de junho.
 
Com um limitante de 200 pessoas por celebração, entre as medidas adotadas estão o uso obrigatório de máscara, utilização de álcool em gel e o distanciamento de 1,5m entre os fiéis. O número de celebrações foi ampliado: segunda a sexta-feira: 7h,8h30,12h,18h e 19h30; aos sábados: 7h,8h30,12h e 18h; e domingo: 6h30,8h,10h,12h,16h,18h e 20h.
 
Festividade
 
A Paróquia de São João Batista e Nossa Senhora das Graças, em Icoaraci, onde também ocorreu a sanitização de seus ambientes, a fim de manter uma estratégia de combate ao novo coronavírus (Covid-19), também abriu suas portas para as missas com presença de fiéis, neste fim de semana. O procedimento de controle microbiológico é utilizado para eliminar e impedir a proliferação de vírus, bactérias, fungos e ácaros.
Na Matriz, que nessa semana vive a festividade do seu padroeiro, as celebrações presenciais acontecem para 150 pessoas que ficam sentadas distantes uma das outras. Para o pároco, padre Agostinho Cruz, o momento é um desafio que deve ser vivido com fé: “Deus está nos confiando uma importante missão, onde somos chamados a sermos testemunhas da Esperança que não decepciona, servindo e acolhendo os irmãos em nossa igreja, nesta nova etapa”.
 
Plano de acolhida

 
Na Paróquia de Santa Rita de Cássia, em Ananindeua, o retorno progressivo às Missas foi organizado de forma gradual na composição de duas grandes equipes, uma de acolhida e outra de liturgia. Essas equipes foram compostas por pessoas engajadas na paróquia e que não estão em grupo de risco.
 
A paróquia planejou um plano de acolhida para os 15% em relação à capacidade total de lotação e, desta forma, chegamos a 70 pessoas por celebração. Na entrada da igreja é verificada a temperatura e higienizadas as mãos, sendo direcionadas, em seguida, para os lugares demarcados, respeitando a distância de 1,50m.
 
“Nos dois primeiros finais de semana de junho, a participação foi bem discreta, relativamente abaixo das expectativas de um retorno em massa. Disponibilizamos fichas que são previamente adquiridas na secretaria paroquial para os finais de semana, sendo que durante a semana não está sendo necessário”, explica padre André Teles, pároco de Santa Rita.
 
O sacerdote informa que foram feitos investimentos paroquiais para prevenção neste tempo de pandemia como a aquisição de material de higiene como EPI’s, luvas, álcool e gel, água sanitária para higienização diária após cada celebração. Com as missas nas comunidades suspensas, por enquanto, a recomendação é que os fiéis participem da missa na Matriz, dado que relativamente as comunidades paroquiais são próximas à Igreja Matriz.
 
Transmissões
 
O retorno gradual acontece em paróquias mais distantes também, como é o caso da de Santo Afonso Maria de Ligório, bairro da Pratinha, adotando todas as medidas que pedem os órgãos sanitários. Para padre Rangel Bentes, pároco de Santo Afonso, o retorno tem sido lento, pois na área houve inúmeros casos de covid-19.
 
Com redução no número de fiéis por celebração, as transmissões foram mantidas, seja durante a semana como nos domingos. Na avaliação do pároco, a situação atual está ensinando a todos uma mudança de comportamento e mentalidade voltado ao bem-estar coletivo: “pensando em tudo isso, sempre estou lembrando os meus paroquianos que devemos continuar a nossa caminhada mas de maneira diferente da que que entramos nessa pandemia. A novidade de tudo isso deve estar no coração dos que sofreram e se compadeceram com o sofrimento do próximo”.
 
Na Igreja da Trindade, centro de Belém, a preocupação tem sido constante desde o retorno na última semana. As celebrações eucarísticas da semana que acontecem às 18h30 são transmitidas nas redes sociais, assim como a do sábado e domingo às 19h. A Matriz passou por um processo de sanitização, adquiriu totens para a higienização dos fiéis, quadro protetor para a Comunhão que tem sido feita com luvas e retirada dos bancos e no lugar, foram colocados bancos referentes aos 15% da Igreja.
 
“Os serviços de acólitos ainda não voltaram, nem dos ministros e diáconos. Somente os padres estão preparando o altar nesse momento. Um de casal fica na acolhida e a oferta ocorre no final da Santa Missa para evitar a aglomeração”, explica cônego Vladian Alves, pároco da Trindade.
 
Segundo o sacerdote, o momento é de união e esforço de todos para ultrapassar a pandemia: “digo a todos os paroquianos que tenhamos sempre a esperança, a paciência, que as coisas podem, de fato, mudar com a colaboração de todos com aquilo que nos é possível nesse momento. E confiar mesmo em Deus, dedicar um tempo para oração, pedindo que as coisas mudem e, na medida do possível, vamos voltando com nossas atividades”, conclui.

 
 

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