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De tempos em tempos, é possível ver claramente a ação do mal contra os jovens, são múltiplas formas que vão desde a erotização precoce, sexualidade desintegrada e conflitos diversos até a promoção da desesperança. Nas últimas semanas, a novidade foi um jogo na web que gerou debates sobre a indução ao suicídio (objetivo do jogo) e fez vítimas pelo mundo, atingindo vários jovens, trazendo à luz, um dos maiores problemas das famílias na atualidade; a falta de diálogo, de intimidade e convivência entre pais e filhos, a omissão destes na missão de educar sua prole, gerando, dentre outros fatores, verdadeiras crises da autoridade familiar e a consequente falta de espaço de amor e de acolhida nos lares, inexistência de momentos de encontro e partilha, oração familiar, reforçando a cultura do egoísmo e do isolamento que destrói qualquer relação. Por outro lado, uma série de tv onde o tema era o mesmo e que a vítima, uma jovem protagonista, partilhava, por conta da discriminação que sofrera, seus últimos momentos de vida em vídeos distribuídos para aqueles que a fizeram sofrer, ensinando passo a passo como afundar na depressão e buscar uma fuga de tudo isso abdicando de viver. Ambos os casos, projéteis apontados, impiedosamente, para uma juventude fragilizada, abandonada à própria sorte, reféns da tecnologia, consumistas e sem referências positivas. Sem limites e sem descoberta do sentido de suas vidas, são frutos doentes onde a rede de solidariedade entre os sexos e as gerações simplesmente não existiu e por isso lugar que, ao invés de formar, deforma pessoas ou na contramão do apelo paulino, as “conformam” a este mundo.
Impossível observar estes fatos dissociados de um contexto maior, onde se insere, por exemplo, um livro tido como “best-seller”, que vendeu mais de 2 milhões de cópias e há pouco transformado em filme, onde o protagonista após uma tragédia familiar, encontra a “Trindade” em forma de caricatura e à disposição dele, submissa às suas inquietações e o conduzindo, por meio de heresias diversas a concluir que o que vale mesmo é a experiência pessoal e a emoção que é capaz de levar o homem a se auto-salvar sem a menor necessidade de um redentor, paganismo disfarçado de sétima arte, pacote fácil de ser digerido de forma não resistente, célula de um intenso movimento de repaginação do velho modelo que visa transformar, unificar e moldar a consciência moral, psicológica e social das pessoas, por meio de ilusões e da retórica do “politicamente correto”; o velho truque ilusório da serpente, só que desta vez, com a força dos meios de comunicação, da tecnologia digital, do progresso científico e do ilusionismo contemporâneo na era da imagem e do som, dos potentes editores de vídeo, dos grandes investimentos na indústria do entretenimento, além da lógica individualista de consumo e diversão integrante do processo de globalização e em nome de uma pseudo ética mundial, somando à desesperança e a solidão presente no mundo moderno, a descrença nas instituições, a corrupção e o crime em alta escala, a indiferença e a banalização da vida humana na busca desenfreada por lucro, prazer e “ter”. O dragão, o inimigo das almas, encontrou a forma imagética, líquida e dinâmica para afastar ainda mais homens e mulheres de Deus e de forma sutil e colorida, mira a juventude, usando a fórmula simples do “tudo pode”, nesta guerra onde não há armas expostas, posto que a batalha é na mente, nas mensagens subliminares e no discurso envolvente embalado em uma estética agradável, comunicativa e difusa, sem uma liderança específica, contudo, perigosamente, espalhada e pulverizada em milhares de meios e com o discurso de “espiritualidade” e “amor”. Eis a fórmula da “nova era”, muito mais devastadora que na década de 60/70 do século passado quando surgiu, repaginada e potencializada pela rede mundial de computadores, mudando o padrão de pensamento e comportamento e principalmente, influenciando jovens e crianças.
Como na adocicada “Imagine” do ex-beatle (sem religião, sem céu ou inferno, uma falsa fraternidade da era do homem, do humanismo sem Deus), contesta-se a religião e as tradições e torna tudo misturado. Não se trata de um movimento mas uma dinâmica de mudança cultural que prega o “bem-estar”, o individualismo e a supremacia do homem como gestor de si mesmo, sem pecado e sem necessidade de graça ou salvação, indiferente a Deus. A era de Aquário que supera a velha era, a de Peixes, onde o Cristianismo se ergueu. A ideia é “despertar” a consciência das pessoas, desligando-as da era passada, por meio do Tarô, Yoga, Mapa Astral, Esoterismo, Búzios, pirâmides, cristais, numerologia, Gnose, Reiki, Sincretismo, Psicodelismo, autoajuda, magia, sacralidade da ciência, energias cósmicas, cabala, mantras, aura em harmonia com o corpo, Yin Yang, ocultismo, teorias reencarnacionistas, comunicação com os mortos, estrelas e extraterrestres, holismo, o chamado renascimento do feminino, com clara oposição ao masculino e a paternidade de Deus.
Diante deste quadro é preciso mais e mais anunciar o Evangelho, na integridade da fé católica, sem medo da Verdade da Eucaristia, de falar do mal que é o pecado e da graça que é o sacramento da Reconciliação, do múnus da Igreja, dos Santos, enfim, Crer, Celebrar, Viver e Rezar permanentemente, não negligenciar na aproximação com o mistério e o aspecto místico da vida cristã. É preciso urgente dos fiéis católicos, o testemunho não só de palavras, mas também de vida, zelo pastoral e fidelidade à Igreja do Senhor, Defesa total da vida e amor mariano sólido e fecundo. É preciso uma eficácia pastoral com comunicadores capazes de gerar Jesus na mente e no coração das pessoas como nos fez Maria. Por certo a profecia se cumpre e a descendência da Virgem esmaga, como cita o protoevangelho, a cabeça da serpente, o bem triunfa sobre as armadilhas do mal e todo o poder das trevas será aniquilado para sempre. Que assim seja!
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