Fotos: Luiz Estumano | Missa presidida por Dom Alberto na Basílica Santuário de Nazaré |
Na sexta-feira, 09, a edição 228 do Círio de Nazaré teve sua abertura oficial com celebração eucarística presidida por Dom Alberto Taveira Corrêa, Arcebispo Metropolitano, concelebrada por Dom Antônio de Assis Ribeiro, Bispo Auxiliar de Belém, na Basílica Santuário de Nazaré, com presença de sacerdotes, Diretoria da Festa de Nazaré e imprensa. Na ocasião foi também apresentado o Manto Oficial que ornará a Imagem Peregrina durante o festejo até as vésperas do Círio 2021.
A Missa de abertura oficial, por conta da atual pandemia do novo coronavírus (Covid-19), não contou com a presença de fiéis. No entorno da Basílica, horas antes da celebração eucarística, fiéis movimentavam-se. Entre eles, Vânia Von Roeign, 49 anos, que junto da filha, deixou um peça de cera em forma de um carro no carro de promessas, instalado na Praça Santuário.
A peça representava o carro que havia sido furtado no início da semana e que, após pedidos de intercessão de Nossa Senhora, foi recuperado. Emocionada, Vânia contou como ocorreu o sinistro. “Foi tudo muito rápido. Levaram tudo. Assim que aconteceu entrei em casa, no meu pequeno oratório pedi muito a ela. E tudo que nós pedimos ela atende, não falha”.
Este ano, não haverá procissões e as celebrações todas são transmitidas. A pandemia acabou por inspirar a criatividade na organização. “Tudo aquilo que a gente realiza é para que seja um grande evento de fé. De participação de igreja e de crescimento. Então o Círio começou e eu não vou dizer negativo, muito pelo contrário ele é original, especial, diferente”, afirmou Dom Alberto.
Ele prosseguiu: “Ele depende muito de cada cristão, de cada pessoa em sua casa e a participação que for possível. Então penso que estamos começando muito bem, com toda alma, com toda disposição. É claro, e a criatividade de Deus fez com que acontecesse dessa forma para nós”.
Para o Diretor da Festa, Albano Martins, tudo foi feito para que fosse possível, dentro desse cenário de pandemia, aliar as homenagens a Nossa Senhora e a participação do povo pela internet. “Para nós é de certo modo triste por não estar nas ruas, mas é um Círio de resignação, de resiliência, assim como Maria foi resiliente nós precisamos nos conformar e tocar em frente do que for possível, antevendo o grande Círio para o próximo ano”.
A bênção da corda
Após a procissão, a celebração teve início com a leitura da saudação do Papa Francisco aos paraenses, lida por Dom Alberto. Em sua homilia, o Arcebispo exortou sobre o Evangelho da Anunciação do Anjo Gabriel, presente a liturgia do dia. “A partir da cruz, todo cristão que se preze leva Maria consigo. Leve Maria consigo. E é por isso que estamos aqui.
Ao final, Dom Alberto convocou os vigários episcopais presentes para a bênção da parte da corda que cabia a cada um. A corda este ano foi dividida em 95 pedaços, distribuídos entre as paróquias de Belém. A iniciativa é de que, no dia do Círio, as paróquias entronizassem uma imagem de Nossa Senhora junto com o pedaço da corda, em gesto de comunhão.
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Vigários episcopais durante a bênção da corda |
Manto oficial |
Como todos os anos, o manto é uma doação de um casal voluntário devoto de Nossa Senhora que financia os materiais necessários. O desenho do manto é do arquiteto Sandoval Ferreira e confecção da estilista Kátia Novelino, que iniciou seus trabalhos ainda em maio.
Os responsáveis pelo manto, estilista e designer, são sempre escolhidos pelo casal coordenador da Festa de Nazaré. O Diretor Coordenador, Albano Martins, e sua esposa, Ana Paula Martins, e o Arcebispo Dom Alberto Taveira, foram os únicos a acompanhar o processo de criação, sempre restrito e sigiloso, a fim de preservar a tradição.
“Em meu coração esperava que essa pandemia melhorasse para começar a fazer o manto e isso retardou demais. Em maio nós começamos. É um Círio diferente, uma forma diferente de ver o Círio e o manto, como todos os outros anos, é lindo. Espero que todos tenham gostado”, afirmou Kátia.
Segundo a estilista, o manto começa a ser pensado em janeiro com reuniões para a equipe criativa discutir a história que o manto contará. “Depois inicia o desenho, aprovado pelo arcebispo, e em seguida a pesquisa por cores e materiais. Material que seja diferente dos outros anos, é importante. Nossa preocupação era que fosse um manto azul celeste, totalmente diferente dos dois anos que passaram”, explicou.
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