Servindo à Verdade: Anjos e demônios (Final)

 
 
Olá, meu irmão e minha irmã. Já celebramos o Natal de Nosso Senhor, a solenidade de Maria, Mãe de Deus, também já se foi o fim de ano e já estamos caminhando nos dias de 2017, graças a Deus. Acho que é o momento oportuno para retomar e concluir o longo ciclo de meditações que nomeei “Anjos e demônios”.
 
Na mais recente reflexão desse ciclo teci algumas considerações acerca da figura do exorcista que é muitas vezes confundido com satanista. Ao falar sobre o exorcista, procurei deixar claros alguns princípios estabelecidos pela Igreja sobre quem pode assumir a função de exorcista e quais os critérios exigidos pela Santa Igreja para uma pessoa poder desenvolver essa importante missão. Faltou, porém, concluir nessa temática algumas informações que, na maioria das vezes, escapam do conhecimento do povo em geral.
 
No imaginário de muita gente o exorcista realiza sua missão de modo solitário e é concebido como se fosse um sujeito sombrio. Outras pessoas, ao pensarem num exorcismo, projetam certos “espetáculos televisivos” de gosto bem bizarro, transmitidos na maioria das vezes nas madrugadas, onde o tal “exorcista” faz questão de exibir seu “poder” na luta contra o diabo, que é “apresentado” de modo caricatural. Nesse espetáculo o circo é recheado de pantomimas.
 
A Igreja Católica – fundada por Jesus Cristo –  por mais de dois milênios vem enfrentando as ações do Maligno. Para ela esse show não tem espaço.
 
Para a Igreja (Corpo Místico de Cristo), o exorcismo é um rito sacramental de conjuração ao demônio, realizada por um ministro de Cristo. O exorcista, porém, não age sozinho. Padre Fortea explica que ele deve ser auxiliado na fase de discernimento (investigação para saber se há ou não possessão), bem como no momento do rito propriamente dito. 
 
Essa equipe pode ser composta por: a) consultores: demonólogos, psicólogos, parapsicólogos. Não é preciso que sejam padres ou religiosos, podem ser leigos especialistas em suas áreas. Devem ter boa conduta moral e espiritualidade; b) Exorcista (é o padre que realiza o rito), dele já falamos; c) assistentes (vão acompanhar o rito com suas orações. Podem ser leigos.
 
Segundo Padre Fortea, é possível que algum assistente, em razão da experiência em ter acompanhado ritos de exorcismos, pela maturidade moral e espiritual, venha a se tornar um consultor. Se o assistente for uma pessoa bem formada, poderá inclusive fazer um acompanhamento catequético e espiritual junto à pessoa possessa, sempre seguindo as orientações deixadas pelo padre exorcista.
 
É importante lembrar que a porta aberta para a ação satânica é o pecado. Por isso, a pessoa possessa, quando estiver nos momentos de lucidez, deve trabalhar pela própria conversão, buscando uma vida de intimidade com Deus mediante a oração frequente (especialmente o Santo Terço), participar da Santa Missa, confessar-se com certa regularidade, renunciar a uma vida desenfreada. De nada adiantará o exorcismo se a pessoa teima em viver no pecado. Precisamos desenvolver uma resistência, uma blindagem ao mal e isso não acontecerá se vivemos atolados numa vida de pecado. Veja o que diz Padre Fortea em sua obra “Summa Deamoníaca”:”Se a pessoa viver na graça de Deus, rezar, confessar, for à Missa, não tem nada a temer; assim estará como que blindada e o mal não pode penetrá-la. Se a pessoa liberada, no entanto, volta à sua antiga vida de pecado, pode ser possuída novamente. E se for possuída será ainda pior! (p.190). É por isso que, ainda segundo o Padre Fortea, o exorcista, mesmo antes da primeira sessão de exorcismo, deve aconselhar a pessoa a ir à Missa, a rezar, cumprir os mandamentos. Se a pessoa alegar falta de disposição ou mal estar, deve ser incentivada a fazer tudo isso mesmo sem disposição, mesmo com mal estar, pois já estará vencendo o maligno.
 
É um grande erro ir ao exorcista como se fosse a um ambulatório tomar um remédio, de maneira que, recebida a dose, a vida pode seguir tal e qual era anteriormente. Já podemos entender que o exorcismo só acontece se a pessoa desejar. Se a pessoa, por vontade própria, quer aquiescer ao mal, o exorcismo não será bem sucedido. Se a pessoa não quiser deixar o pecado, o exorcismo não terá bom resultado.
 
Desejo que essa longa sequência sobre este tema possa ajudá-lo no caminho da santidade na luta contra os embustes do mal.
 
Sigamos em frente, buscando pensar com a Igreja no serviço da Verdade. Fique com Nossa Senhora e São José.

 
 
 
 
 

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