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Olá, meu irmão e minha irmã. Em nosso último encontro falamos de nossa fé na vida eterna, sobre o que isso significa para nós católicos a partir do que a Mãe Igreja ensina. Pois bem, mas ao refletirmos sobre esse aspecto de nossa fé tocamos na questão acerca da morte e na dor que consequentemente nos afeta em razão da presença de nossa “irmã” (como dizia de modo poético São Francisco de Assis).
A dor que a presença da morte nos causa é, talvez, a mais abissal. Aquele ente querido não será mais visto fisicamente, sua voz não será mais ouvida, aquele espaço que era dele na casa é carente de sua presença. E vem uma sensação de vazio, de saudade que só a certeza na Ressurreição e na vida eterna nos conforta. Porém, há ainda aquelas pessoas que diante da presença da ausência sentem-se desesperadas. É nesse momento que pode surgir o desejo de tentar algum contato com o ente que partiu. Nas linhas que se seguem queria apresentar sucintamente o que a Igreja ensina sobre esse tema.
Vejamos o que a Sagrada Escritura diz sobre o tema? Bem, a Bíblia, em diversas passagens, condena a evocação dos mortos.
Em Lv 19, 31: “Não vos dirijais aos necromantes, nem consulteis os adivinhos, pois eles vos contaminariam. Eu sou o Senhor vosso Deus”. Em algumas traduções (como a da Ave Maria, por exemplo) o termo “necromantes” vem traduzido como “espíritas”.
Ainda Lv 20,27: “Qualquer homem ou mulher que evocar os espíritos ou fizer adivinhações, será morto. Serão apedrejados e levarão sua culpa”. É claro que a linguagem e a moral são próprias de uma cultura que precede a vinda de Nosso Senhor. Ou seja, nenhum de nós vai querer agredir outros por causa dessa prática.No entanto, vale aqui a consideração de que a Lei de Deus rejeita tais atitudes.
A pratica da magia, da adivinhação, da evocação dos mortos também é condenadas em Dt 18, 11-12 e, mais adiante, a Escritura emprega palavras duras: “Porque o Senhor teu Deus abomina aqueles que se dão a essas praticas, e é por causa dessas abominações que o Senhor teu Deus expulsa diante de ti as nações. Serás inteiramente do Senhor, teu Deus. As nações que vais despojar ouvem os agoureiros e os adivinhos. A ti, porém, o Senhor, teu Deus, não o permite” (Dt 18, 12-14). Assim, uma das características do povo eleito é não colocar sua confiança em adivinhações, em magias, em comunicação com o além.
Veja o que diz o padre Jonas Eduardo Costa e Silva: “O cristão autêntico não ‘evoca’ os mortos! A oração que os cristãos desde o início dirigem aos anjos e aos santos não se baseia em ‘formulas mágicas’ com o intuito de provocar a sua presença, mas na confiança de que Deus quer conservar a comunhão entre os membros do Corpo Místico de Cristo (a Comunhão dos Santos); podemos, pois, em atitude de humildade e de fé, invocar (não ‘evocar’) a sua poderosa intercessão etc., mas, sobretudo, imitar-lhes as virtudes; Deus pode fazer com que os justos do céu tomem conhecimento dessas preces a eles dirigidas, e assim rezem por nós” (Vida após a morte: esclarecimento cristão sobre o Espiritismo, p.9).
Veja, mas tudo o que foi dito não é para desesperar, caso alguém tenha se deixado levar por uma prática assim. Deus, ensinou o Papa Francisco, é Misericórdia. Ele sabe de nossas fraquezas, de nossos defeitos, de nossas limitações. Ele vem sempre em nosso auxilio para nos perdoar. E a Igreja, por seu turno, é mãe, que quer ter todos os filhos consigo. Por isso, não fique desanimado. Deus nos fez para Ele. O Senhor nos fez para vivermos com Ele em plena felicidade. Deus sempre quer nos atrair para Ele (cf. CIC, 27).
Sigamos em frente, buscando pensar com a Igreja no serviço da Verdade. Fique com Nossa Senhora e São José.
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