Olá, meu irmão e minha irmã. Em Agosto, como você deve estar lembrado, a Igreja nos propôs reflexões acerca das vocações. Embora o referido mês já tenha se encerrado, gostaria de tecer algumas considerações sobre a vocação de Bispo. No primeiro domingo de Agosto falou-se dos presbíteros.
Minha intenção é tratar da especificidade da vocação episcopal, já que todo bispo é padre, mas nem todo padre é bispo.
Os primeiros bispos foram ordenados pelos apóstolos. É São Paulo quem nos indica (2Tm 1,6). Nessa passagem, Paulo fala da ordenação de Timóteo mediante a imposição de suas mãos. Esse rito é repetido até hoje a quando da ordenação de um novo bispo. Cada bispo católico está inserido e realiza a Sucessão Apostólica. É a Sucessão que nos dá a certeza de que estamos seguindo fielmente Jesus, em Sua verdadeira Igreja. Isto é, seguimos a Verdade pela via verdadeira. Em nossa Igreja, ou melhor, na Igreja de Cristo, não existe auto ordenação. Isto é, o verdadeiro bispo recebe esse poder, essa missão, de outros bispos realizando uma ordem sucessória que se iniciou com os Doze Apóstolos e perdurará até o fim dos tempos.
Ensina o CIC (861): “Para que a missão a eles confiada fosse continuada após a sua morte, (os apóstolos) confiaram a seus cooperadores imediatos, como por testamento, o múnus de completar e confirmar a obra iniciada por eles, recomendando-lhes que atendessem a todo o rebanho no qual o Espírito Santo os instituíra para apascentar a Igreja de Deus. Constituíram, pois, tais varões e administram-lhes, depois, a ordenação a fim de que, quando eles morressem, outros homens íntegros assumissem seu ministério”.
Desde os primórdios a Igreja é assaltada por doutrinas, grupos, pessoas que se intitulam legítimos seguidores de Jesus. É contra esses perigos que São Paulo dizia: “Cuidai de vós mesmos e de todo o rebanho sobre o qual o Espírito Santo vos estabeleceu como guardiões, como pastores da Igreja de Deus que ele adquiriu com o seu sangue. Eu sei que depois de minha partida, surgirão entre vós lobos ferozes, que não pouparão o rebanho. Além disso, do vosso próprio meio aparecerão homens com doutrinas perversas, que arrastarão discípulos atrás de si” (At 20, 28-30). Palavras proféticas as de Paulo! Quantas religiões, quantos grupos se dizem legítimos seguidores de Jesus! Paulo diz que o Espírito Santo estabeleceu “guardiões”, que em grego é EPISKOPOI, de onde vem o termo BISPO.
Na Igreja Católica, o bispo é aquele que recebeu a missão (desde os apóstolos), de salvaguardar o Evangelho de Jesus. É do bispo a responsabilidade de manter o povo no caminho da fidelidade e da Verdade. O bispo é quem celebra, dirige, ensina e como pastor, defende a Igreja (cf.CIC, 939). Isso significa que uma instituição que se diga legitima Igreja de Jesus , porém, não guarde a Sucessão Apostólica, não é a Igreja fundada por Cristo.
É verdade que, hoje em dia, muita gente rejeita a Igreja Católica, justamente por ela conter a autoridade episcopal. Mas esta autoridade constitui o sagrado Magistério que vem (como vimos) desde os apóstolos. Foi Jesus que identificou o acolhimento da autoridade apostólica e por consequência episcopal ao acolhimento de sua própria autoridade: “Quem vos ouve a mim ouve; e quem vos rejeita, a mim rejeita, e quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou” (Lc, 10, 16).
Louvemos e agradeçamos a Deus pela vocação episcopal, pela constituição do Sagrado Magistério. É ele que garante “a unidade da Igreja Católica, sua continuidade até hoje, de maneira ininterrupta, conservando intacto o ‘depósito da fé’, que recebeu do Senhor, é a sua apostolicidade, isto é, a Sucessão Apostólica” (AQUINO, p.12)*
Sigamos em frente buscando pensar com a Igreja no serviço da Verdade. Fique com Nossa Senhora e São José.
*AQUINO, Felipe. Sagrado Magistério (Col. Escola da Fé, vol. III).Lorena-SP: Cleofas, 2001.
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