Olá, meu irmão e minha irmã. Estamos, orientados pela Mãe Igreja, fazendo nossa caminhada quaresmal. A Quaresma é caracterizada por ser um tempo em que somos chamados a cultivar, ao menos espiritualmente, uma atitude de mais recolhimento e menos euforia. Isso significa cultivar o silêncio, a penitência. Há, porém, um dia em que esse caráter penitencial é pausado. Sabe que dia é esse? É o dia dedicado ao pai adotivo do Menino Deus, o glorioso São José.
As pessoas que me conhecem sabem que tenho por São José uma devoção especial. Existem alguns santos pelos quais, por um motivo ou outro, nutro devoção carinhosa. Cito alguns: São João Paulo II, Santo Agostinho, São Thomas Morus, São Justino, Santo Tomás de Aquino, São Josemaria Escrivá, Santa Catarina de Sena, São Luis e Santa Zélia Martin (Pais de Santa Teresinha), Santa Teresa Benedita da Cruz (Edhit Stein). Entretanto, tem primazia em meu coração São José, a quem eu gosto de chamar “O Glorioso”. Dentre todos os santos somente Nossa Senhora está acima do Glorioso.
A Igreja dedica ao Glorioso duas festas: São José operário, em primeiro de Maio, e São José Esposo da Virgem Maria, em 19 de Março (que neste ano, em razão de coincidir com o domingo quaresmal, será transferido para o dia posterior, isto é, 20 de março).
Muita gente não se apercebe, mas a santidade de José está em fazer a vontade de Deus com prontidão; em viver a cotidianidade da paternidade, do trabalho, de marido, de modo a presentificar o querer de Deus nas tarefas comuns. Sim, pois São José era um leigo, trabalhador, pai de família, esposo. Ele não era religioso, padre, diácono. São José não foi pai biológico de Jesus, mas foi pai legítimo. Deus Assim quis. São João Paulo II chegou a dizer que José foi para Jesus Menino o reflexo da face de Deus Pai.
Deus escolheu para maternidade divina Maria, a bendita entre todas as mulheres. Mas o Senhor escolheu para a paternidade legal José, o mais justo dentre todos os homens.
Fiquei sabendo que em alguns países (Portugal, Andorra, Honduras, Itália…) o dia dos pais é comemorado em 19 de Março, em honra da paternidade exercida pelo Glorioso São José. Pessoalmente gostaria que assim fosse no Brasil. Afinal, embora cresçam em nosso país o materialismo, o hedonismo e uma concepção de espiritualidade descompromissada que visa tão somente à satisfação do próprio ego, nossa raiz é católica, graças a Deus.
São José foi santo de devoção de grandes santos. Para São Jerônimo (doutor da Igreja), São José mereceu ser chamado de justo, por possuir com perfeição todas as virtudes. Santa Tereza de Ávila (doutora da Igreja) dá o seguinte testemunho: “Coisa admirável são os grandes favores que Deus me tem feito por intermédio desse bem-aventurado santo, e os perigos de que me tem livrado, tanto do corpo quanto da alma. A outros santos parece o Senhor ter dado graças para socorrer numa determinada necessidade. Ao glorioso São José tenho experiência de que socorre a todas. O Senhor quer dar a entender com isso como lhe foi submisso na terra, onde José, como pai adotivo podia mandá-lo, assim no céu atende todos os pedidos”. O grande São João Paulo II disse: “São José vive a serviço da sua esposa e do Filho Divino; torna-se, assim, para os fiéis testemunho de que reinar é servir. Para ele podem olhar, para um útil adestramento de vida, especialmente aqueles que na família, na escola e na Igreja, têm o dever de serem pais e orientadores”.
Posso testemunhar: todas as vezes que estou em dificuldade de qualquer natureza, penso em São José procurando imaginar o que ele faria em meu lugar. Estou casado há 19 anos e devo minha fidelidade matrimonial à intercessão e ao exemplo do Glorioso. Peço sua proteção diariamente. Por fim, acho que, se conseguirmos viver 2% do que foi São José como pai, esposo, homem temente a Deus, trabalhador, seremos grandes santos.
Sigamos em frente, procurando pensar com a Igreja, no serviço da Verdade. Fique com Nossa Senhora e São José.
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