Sínodo para a Amazônia: “Novos caminhos para a Igreja e uma ecologia abrangente”

Foto: Divulgação.
 
Na década de 70  o Papa Paulo VI, em mensagem de incentivo aos bispos reunidos no Encontro da Igreja na Amazônia, em Santarém, afirmou: “Cristo aponta para a Amazônia”. Para refletir sobre essa icônica frase a Igreja se reúne, em outubro deste ano, durante a assembleia sinodal, convocada pelo Papa Francisco, para discutir a temática “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma Ecologia Integral”. Mas, afinal, o que é o sínodo e qual sua relevância na proposta atual da Igreja de Cristo?

“Sínodo”, em termos gregos, significa “syn” (“juntos”) e “hodos” (“caminho”). A união dos dois termos resultaria na ideia de caminhar juntos. É uma instituição permanente da Igreja, criada em 1965, também pelo papa Paulo VI, em resposta aos desejos dos padres do Concílio Vaticano II. Objetivo:  manter vivo o espírito de colegialidade nascido da experiência conciliar.

A reunião desta instituição permanente da Igreja consiste em um encontro religioso ou assembleia na qual alguns bispos, reunidos com o Papa, têm a oportunidade de trocarem informações e compartilhar experiências. O objetivo comum dessas reuniões é buscar soluções pastorais que tenham aplicação universal.

O sínodo de outubro, a ser realizado no Vaticano, em Roma, teve início em 2017, quando o Papa se dirigiu, antes da oração do Ângelus, aos fiéis e peregrinos reunidos na praça de São Pedro, no Vaticano, e anunciou a convocação de uma Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a região Pan-Amazônia: “Atendendo o desejo de algumas Conferências Episcopais da América Latina”.

O tema “Amazônia: novos caminhos para a Igreja e para uma Ecologia Integral” tem como objetivo “identificar novos caminhos para a evangelização daquela porção do Povo de Deus, especialmente dos indígenas, frequentemente esquecidos e sem perspectivas de um futuro sereno, também por causa da crise da Floresta Amazônica, pulmão de capital importância para nosso planeta”, afirmou o Santo Padre.

Em 2018, durante o encontro com povos indígenas de quase todos os países da Pan-Amazônia, em Porto Maldonado, Peru, o pontífice reforçou a riqueza dos saberes e da diversidade indígena, bem como a necessidade de defender a Amazônia e seus povos e, também, as ameaças que esses povos enfrentam em função dos interesses econômicos em seus territórios.

Caminho até o Sínodo

O processo preparatório do Sínodo teve início logo após o anúncio do Papa Francisco. Em abril de 2018 ocorreu a primeira reunião do Conselho Pré-Sinodal com peritos, leigos, religiosos e convidados, com o Santo Padre, com a finalidade de preparar e aprovar o texto preparatório ao Sínodo.

Em seguida, após um amplo processo de escuta, que teve como primeiros interlocutores os povos indígenas e todas as comunidades que vivem na Amazônia, e o estudo do Documento Preparatório ao Sínodo, apresentado em junho de 2018, ocorreu a elaboração do Instrumentum Laboris, apresentado em junho de 2019.

O Instrumentum Laboris, Documento de Trabalho do Sínodo, deverá basear todas as discussões do Sínodo para uma proposta de novos caminhos de evangelização.  O Documento de Trabalho indica alguns assuntos que devem estar na pauta do Sínodo para a Amazônia: O “rosto dos povos da Amazônia”; “Memória histórica eclesial”; “Anunciar o Evangelho de Jesus na Amazônia”; “Igreja com rosto amazônico” e “Ministérios com rostos amazônicos”.

Monsenhor Raimundo Possidônio, Vigário Geral para a Pastoral da Arquidiocese de Belém, foi um dos brasileiros especialistas que participaram da elaboração do Documento de Trabalho do Sínodo. Segundo ele, “as proposições que estão no Documento vieram das escutas das bases, que foram momentos fortes desse processo do Sínodo. Ali estão muitas aspirações, muitos sonhos, e isso está tudo presente no Instrumentum”.
A íntegra do documento pode ser lida no seguinte link: encurtador.com.br/CIX13

 

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