Cumprindo os ritos de domingo, 24, o Papa Francisco rezou a oração do Angelus ao meio dia dirigindo-se aos fiéis reunidos na praça São Pedro, da janela do Palácio Apostólico. Antes, porém, fez uma breve reflexão sobre a parábola do trabalhador, quando Jesus cmunica dois aspectos do Reino de Deus:
“O primeiro é que Deus quer chamar todos a trabalhar para o seu Reino; e o segundo, que no fim Ele quer dar a todos a mesma recompensa, isto é a salvação, a vida eterna”.
Essa parábola narra a história do patrão de uma vinha que paga com o mesmo preço a trabalhadores que tinham trabalhado o dobro de horas de outros trabalhadores. Então os que trabalharam mais protestam por essa injustiça. Mas era um salário justo – frisou o Papa.
Na realidade – disse o Papa – o que Jesus quer com esta parábola não é “falar do problema do trabalho e do justo salário, mas sim do Reino de Deus”, onde não há desempregados, pois que cada um é chamado a fazer a sua parte; e no fim, para todos haverá a recompensa que vem da justiça divina – não humana, por nossa sorte – afirmou o Papa, explicando que se trata da “salvação que Jesus Cristo obteve para nós com a sua morte e ressurreição. Uma salvação que não é merecida, mas doada – a salvação é gratuita – pelo que os “últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos”.
Com esta parábola – prosseguiu Francisco – Jesus quer abrir os nossos corações à lógica do amor do Pai, amor que é gratuito e generoso. Há, todavia, que se deixar “maravilhar e fascinar pelos “pensamentos” e pelas “vias” de Deus que, como recorda o profeta Isaías, não são os nossos pensamentos e as nossas vias. Com efeito, os pensamentos humanos são, muitas vezes, marcados pelo egoísmo e interesses pessoais, e os nossos angustiosos e tortuosos caminhos não são comparáveis às ampla rede estradal do Senhor.
“Ele faz uso da misericórdia – não esquecer isto: ele faz uso da misericórdia – é cheio de generosidade e de boa vontade que derrama sobre cada um de nós, abre a todos os territórios sem confins do seu amor e da sua graça, os únicos que podem dar ao coração humano a plenitude da sua alegria”.
O Papa aprofundou ainda mais o sentido da parábola do trabalhador e o olhar daquele patrão que vendo trabalhadores sem trabalho os convidou a trabalhar já ao meio do dia, dando-lhes ao fim o mesmo salário que os que tinham começado de manhã cedo.
É um olhar – disse Francisco – “cheio de atenção, de benevolência; é um olhar que chama, que convida a levantar-se, a pôr-se a caminho, porque quer a vida para cada um de nós, quer uma vida cheia, empenhada, salvada do vazio da inércia. Deus não exclui ninguém e quer que cada um atinja a sua plenitude. Este é o amor do nosso Deus, do nosso Deus que é Pai”.
Terminada a sua reflexão, o Papa rezou com os presentes a saudação do Anjo a Maria, à qual pediu, previamente, para nos ajudar a acolher na nossa vida, a lógica do amor, que nos liberta da presunção de merecer a recompensa de Deus e do julgamento negativo sobre os outros.
Após a oração do Ângelus, Francisco recordou que, em Oklahoma City, nos Estados Unidos, foi proclamado Beato Stanley Francis Rother, sacerdote missionário, morto devido à sua fé e à sua obra de evangelização e promoção humana a favor dos mais pobres na Guatemala.
O seu exemplo heroico – afirmou o Papa – nos ajude a ser corajosos testemunhos do Evangelho, empenhando-nos a favor da dignidade do homem.
A concluir, Francisco saudou os romanos e peregrinos doutras partes do mundo, citando alguns grupos em particular, e a todos desejou bom domingo, pedindo, como sempre, que não nos esqueçamos de rezar por ele.
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