Trabalho e vida de oração, legados da irmã Sebastiana Reis

Foto: Luiz Estumano.
 
Aos 94 anos de idade e 70 anos de missão, faleceu na manhã, da última quinta-feira, 21, às 5h40, a religiosa do Instituto Religioso Diocesano Legião de Nossa Senhora Rainha dos Corações, Irmã Sebastiana da Silva Reis, natural de Belém. A celebração das exéquias foi presidida pelo Arcebispo Metropolitano de Belém, Dom Alberto Taveira Corrêa, às 14h, do mesmo dia, na Capela Nossa Senhora Rainha dos Corações, situada no próprio instituto, localizado na Avenida Almirante Barroso, na Passagem Rainha dos Corações, 26, no Castanheira. Seu sepultamento ocorreu na tarde do dia 21, em um cemitério particular da Região Metropolitana de Belém. 
 
Irmã Sebastiana encontrava-se hospitalizada desde o dia 8 de fevereiro, em virtude de problemas pulmonares, que vitimou a mais antiga das irmãs do Instituto Religioso Diocesano Legião de Nossa Senhora Rainha dos Corações, fundado pelo padre Theodoro Maria Kokke, em 1944, em Belém. Atualmente, o instituto tem 17 religiosas e uma noviça, denominadas de Legionárias de Nossa Senhora Rainha dos Corações. As religiosas têm como carisma propagar o Evangelho, através da distribuição do “Legionário”, que contém a leitura do Evangelho, sua reflexão e outras mensagens.  
 
Natural de Belém, irmã Sebastiana da Silva Reis, nasceu em 20 de janeiro de 1925, tinha 70 anos de missão na Congregação. Durante as sete décadas de votos dedicou-se à missão atuando em São Paulo, Manaus, Marabá, Recife e Belém. Segundo irmã Evenáurea Souza, diretora do Instituto, destacou as qualidades da irmã Sebastiana: “Muito ardorosa na sua missão, em sua propagação do Evangelho, muito zelosa quando trabalhou na livraria Rainha dos Corações, como gerente administradora, uma irmã santa”.
 
Para ela, Irmã Sebastiana deixa um grande legado. “Ela era uma pessoa de muita piedade, tinha a devoção como o auge da vida dela. Um dos legados que ela deixa para a gente é que mesmo na vida ativa; a vida religiosa, a espiritualidade, adorações, sempre foram prioridades. Ela trabalhou e se destacou na distribuição do Legionário, com muito zelo e empenho. O que ela deixa de legado são: trabalho e vida de oração. Recordo o dia que a Irmã Sebastiana disse para a sucessora, atual gerente administradora da livraria, Elizangela Santos, ‘Trabalho nunca acaba’, em seguindo saiu sorrindo, após ver a religiosa trabalhar até tarde. Ou seja, sabia reconhecer os limites e dar limites para o trabalho”, disse.
 
 
Instituto
 
A Legião de Nossa Senhora Rainha dos Corações como toda grande obra teve o seu prelúdio. Em 1926, chegava a Belém, precisamente na vila Pinheiro, hoje Icoaraci, um fervoroso sacerdote, pertencente à Congregação Religiosa dos Missionários da Sagrada Família, seu nome: Theodoro Maria Kokke.
 
Aquele zeloso sacerdote, com o auxilio de paroquianos iniciou seu trabalho de visita às famílias para transmitir os ensinamentos do Evangelho de Jesus Cristo, com bons resultados. Em 1938, foi transferido para Belém, como reitor da Igreja das Mercês e assistente da Ação Católica feminina, que naquele tempo estava no auge de suas atividades. Com o auxilio desta agremiação, padre Theodoro continuou em Belém o trabalho das visitas domiciliares tendo como “cartão de visita” o jornalzinho “O Domingo” que a partir de 7 de março de 1948 foi substituído pelo “O Legionário” dos Padres Paulinos.
 
Em fins de 1939 com o apoio de Dom Antonio de Almeida Lustosa, iniciou a Livraria de Nossa Senhora Rainha dos Corações, ao lado da Igreja das Mercês, onde permanece até hoje. No dia 5 de maio de 1942 fundou o primeiro núcleo da Boa Imprensa, que são formadas por senhoras que têm a função de sair distribuindo nas casas o Legionário, gratuitamente. Depois outros núcleos foram surgindo nas paróquias de Belém. Ele estava à frente de todas estas atividades.
 
Em 14 de janeiro de 1943, escreveu: “Estou consolidando a obra da Boa Imprensa com o desejo de fundar uma agremiação de moças com vida de comunidade e regulamento de vida. Nada de hábito religioso e depois vida ativa. Devem ser verdadeiras missionárias.” Em 18 de outubro de 1943 voltou a escrever: “Se não se funda uma obra eu morro qualquer dia e a obra atual descerá comigo à sepultura”. Iniciou então os convites entre as jovens suas conhecidas.
 
Em 02 de julho de 1944, sete jovens se reuniram na sede da Ação Católica, eram elas: Tereza Coutinho de Oliveira, Edmée Zorphir Duarte, Mirtes da Silva Gomes, Gilda Loureiro, Dária Xavier de Souza, Maria Pereira Mendonça e Maria das Neves. Estas formaram a nova obra que deveria levar o nome de Companhia de Maria Rainha dos Corações.
 
No dia 02 de julho celebrava-se a festa da visitação. Nenhum dia parecia mais próprio que esse para o início de uma obra cujo apostolado principal é a visita domiciliária. Levar Jesus às almas, como Nossa Senhora naquele tempo, seguindo-lhe os passos, revestindo-se de seus sentimentos. Nesta data com celebração da Santa Missa na capela do Colégio Divina Providência, padre Theodoro deu inicio a Companhia de Maria Rainha dos Corações que depois por sugestão de Dom Mario Miranda Vilas Boas e sendo aceita pelo fundador e pelas Irmãs, passou a ser Legião de Nossa Senhora Rainha dos Corações.
 
A Legião é composta de varias categorias de pessoas, são estas: As Legionárias de Nossa Senhora Rainha dos Corações as quais vivem em comunidade e fazem votos simples e anuais, tem como fim principal a glória de Deus; Propagandistas da Legião: são pessoas que trabalham ativamente nas obras de apostolado e Cooperadores Vocacionais: São pessoas que fecundam estas obras com ajuda financeira, orações e sacrifícios.
A característica particular da Legião é viver a Verdadeira Devoção a Nossa Senhora, conforme doutrina de São Grignion de Montfort. Por Maria, deverão elas esforçarem-se por conquistar a sociedade toda para Cristo, principalmente através do apostolado da Boa Imprensa, visita domiciliária e toda qualidade de apostolado anexo conforme as necessidades e as circunstâncias.

 

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