Batismo é renascimento e segundo aniversário, diz Papa

O Papa Francisco explica sobre o sinal da fé cristã - o Batismo.

Na Praça São Pedro, Papa fala semanalmente aos fiéis às quartas-feiras, a tradicional catequese / Foto: Vatican Media

 

O Papa Francisco explica sobre o sinal da fé cristã – o Batismo.

Para ele, o batismo é um renascimento, um “segundo aniversário”. O Sumo Pontífice explicou o significado da celebração, começando pelo rito de acolhimento. “Antes de tudo, pergunta-se o nome do candidato, porque o nome indica a identidade de uma pessoa, nos tira do anonimato. Deus chama cada um pelo nome, amando-nos singularmente, na concretude da nossa história. O Batismo acende a vocação pessoal a viver como cristãos, que se desenvolverá durante toda a vida. E implica uma resposta pessoal e não emprestada, com um ‘copiar e colar’”.

O Santo Padre ressaltou que a fé não se compra: “é um dom que vem do alto, não se pode comprar, mas sim pedir. ‘Senhor, dá-me o dom da fé’, é uma bela oração”, disse o Papa.

Ele também ressalta que a formação dos catecúmenos e a preparação dos pais são importantes para suscitar e despertar uma fé sincera, pois se os catecúmenos adultos manifestam em primeira pessoa aquilo que desejam receber como dom da Igreja, as crianças são apresentadas pelos pais, com os padrinhos.

Expressão disto tudo é o sinal da cruz que o celebrante e os pais traçam sobre a testa das crianças, que manifesta o sigilo de Cristo sobre aquele que está para Lhe pertencer e significa a graça da redenção.

O verbo grego “batizar” significa “imergir” (cfr CCC, 1214). Banhar-se com água é um rito comum a várias crenças para expressar a passagem de uma condição a outra, sinal de purificação para um novo início.

“Mas para nós cristãos não deve passar desapercebido que se é o corpo a ser imergido na água, é a alma a ser imersa em Cristo para receber o perdão do pecado e resplandecer de luz”, explicou o Papa, citando o escritor romano Tertuliano.

Marca

“A cruz é o distintivo que manifesta quem somos”, explicou o Papa: o nosso falar, pensar, olhar e agir está sob o sinal da cruz, isto é, do amor de Jesus até o fim. As crianças são marcadas na testa e os catecúmenos adultos são marcados também nos sentidos. Torna-se cristão à medida em que a cruz se imprime em nós como uma marca ‘pascal’, tornando visível, inclusive exteriormente, o modo cristão de enfrentar a vida”, explicou o Papa.

Banco Mundial

Ao final da Audiência Geral, o Papa Francisco recordou que sábado próximo, em Washington, têm início as reuniões de primavera do Banco Mundial.

“Encorajo os esforços que, mediante a inclusão financeira, tentam promover a vida dos mais pobres, favorecendo um autêntico desenvolvimento integral e respeitoso da dignidade humana.”

Novo aniversário

 Como em outras ocasiões, o Papa perguntou aos fiéis quem sabe a data do próprio batismo, dando uma “lição de casa” a todos: perguntar aos familiares a data em que Cristo entrou em nossa vida. “É outro aniversário”, disse Francisco, é o aniversário do renascimento, que também deve ser comemorado agradecendo ao Senhor.

Regeneração

 Através do lavacro batismal, quem crê em Cristo é imerso na própria vida da Trindade. A água do batismo, prosseguiu Francisco, não é uma água qualquer, mas a água sobre a qual o Espírito é invocado. Por isso, o batismo é chamado também “regeneração”: acreditamos que Deus nos salvou por sua misericórdia, com uma água que regenera e renova no Espírito.

Por isso, o batismo é sinal eficaz de renascimento, para caminhar em novidade de vida. Imergindo-nos em Cristo, o Batismo nos torna também membro do seu Corpo, que é a Igreja, e partícipes da sua missão no mundo.

Este Sacramento, acrescentou o Papa, permite a Cristo viver em nós e a nós viver unidos a Ele, para colaborar na Igreja, cada um segundo a própria condição, para a transformação do mundo. Recebido uma única vez, o Batismo ilumina a nossa vida, guiando os nossos passos até a Jerusalém do Céu.

Um marco

 “Há um antes e um depois do Batismo”, frisou Francisco.

O Sacramento supõe um caminho de fé, que chamamos catecumenato, evidente quando é um adulto a pedir o Batismo. Mas também as crianças, desde a antiguidade, são batizadas na fé dos pais. A este ponto, o Pontífice respondeu a quem questiona o porquê batizar as crianças e não esperar que, uma vez adultas, sejam elas mesmas a pedir o Sacramento. “Isso significa não ter confiança no Espírito Santo”, respondeu, porque é Ele que faz crescer e amadurecer as virtudes cristãs. Todos devem ter esta oportunidade, “não esqueçam de batizar as crianças”, recomendou o Papa.

“Cristificar”

 “Ninguém merece o Batismo”, explicou ainda o Pontífice, pois é sempre um dom gratuito para todos, adultos e recém-nascidos. “As promessas batismais que todos os anos renovamos na Vigília Pascal devem ser reavivadas todos os dias para que o Batismo “cristifique” quem o recebeu, tornando-o realmente outro Cristo.”

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