
A eleição de um papa segue rituais muito específicos, detalhados na constituição apostólica UniversiDominiciGrecis, assinada por São João Paulo II em 1996. Por meio de um motu proprio publicado em 25 de fevereiro de 2013, o Papa Bento XVI procedeu algumas alterações.
O conclave ocorre no interior da Capela Sistina e deve ser iniciado de 15 e 20 dias após a morte do papa. Antes de sua realização, porém, ocorrem as congregações gerais, nas quais todos os cardeais, sejam eles eleitores (aqueles que não completaram 80 anos), sejam não eleitores participam e refletem sobre as situações da Igreja e do mundo atual.
O colégio cardinalício conta atualmente com 252 cardeais, dos quais 135 são eleitores. São estes últimos que participarão dos escrutínios na Capela Sistina para a escolha de um novo papa, a substituir Francisco, que morreu em 21 de abril de 2025.
Na constituição apostólica UniversiDominiciGrecisé estabelecido o número máximo de 120 cardeais eleitores, mas não há empecilhos para que haja maior quantidade entre aqueles aptos a votar, como ocorre agora, 135 cardeais.
Se a eleição começar no período da tarde, o primeiro dia terá apenas um processo de votação. Já os seguintes terão até quatro votações, sendo duas de manhã e duas a tarde.
No processo de votação, cada cardeal escreve o nome daquele de sua preferência em um papel retangular e o deposita na urna. Terminada a sessão, os papeis são abertos e pronunciados para que se somem os votos. Depois, as cédulas são furadas, amarradas umas às outras e queimadas.
Um cardeal é eleito papa se alcançar ao menos 2/3 de votos. Caso ele aceite a escolha,
as cédulas são queimadas com um aditivo que resultará em uma fumaça branca pela chaminé da Capela Sistina, mostrando ao mundo que um novo papa foi eleito. Se nenhum dos cardeais alcançar os 2/3 de votos, adiciona-se uma aditivo que resulta na fumaça preta, indicando que não se chegou ainda à escolha de um novo pontífice.
Uma vez que um cardeal tenha sido eleito, aceitado a função e dito o nome pelo qual deseja ser chamado, será revestido como papa.
O anúncio é feito, em seguida, pelo cardeal protodiácono aos fiéis: Annuntiovobisgaudiummagnum: Habemus papam (Anuncio-vos uma grande alegria: Temos papa). Por fim, o novo pontífice aparece para dar sua primeira bênção na sacada da Basílica de São Pedro.
Todos em oração
Neste período entre a morte de um pontífice e a eleição daquele que irá sucedê-lo na Cátedra de Pedro, todo a comunidade é chamada a rezar.
“Durante a Sé vacante, e sobretudo no período em que se realiza a eleição do Sucessor de Pedro, a Igreja está unida, de modo muito particular, com os Pastores sagrados e especialmente com os Cardeais eleitores do Sumo Pontífice, e implora de Deus o novo Papa como dom da sua bondade e providência. Com efeito, seguindo o exemplo da primeira comunidade cristã, de que se fala nos Atos dos Apóstolos (cf. 1,14), a Igreja universal, unida espiritualmente com Maria, Mãe de Jesus, deve perseverar unanimamente na oração; deste modo, a eleição do novo Pontífice não será um fato disjunto do Povo de Deus e reservado apenas ao Colégio dos eleitores, mas, em certo sentido, uma ação de toda a Igreja”, lê-se no ponto 84 da UniversiDominiciGrecis.
Fonte: Jornal O São Paulo