
Durante a COP30, em Belém, o Papa Leão XIV lançou um desafio direto ao mundo: “Se vocês querem cultivar a paz, cuidem da Criação.”
Despertar para a consciência espiritual e social foi a principal mensagem lida pelo secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, o enviado de Leão XIV à Conferência do Clima, após confirmar à Ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima do Brasil, Marina Silva, que não viria à COP30.
Mas o que exatamente o Papa quis dizer? E como isso pode transformar as realidades brasileiras e de outros países em busca do cuidado com a Casa Comum?
Abaixo, reunimos as principais falas da carta papal, transformadas em perguntas e reflexões que nos convidam a agir.
- Cuidar da Criação é mesmo um caminho para a paz?
“Se vocês querem cultivar a paz, cuidem da Criação. Existe uma clara ligação entre a construção da paz e a custódia da Criação.”
O Papa lembra que a paz tem vez no diálogo político, mas também do modo como tratamos o planeta. Desrespeitar a natureza é ferir a harmonia entre os povos.
- Estamos vivendo em um “mundo em chamas”?
“A paz é ameaçada pela falta de respeito pela Criação, pela pilhagem dos recursos naturais e pela queda da qualidade de vida.”
Enquanto o clima aquece e as guerras se multiplicam, o Papa alerta: as duas crises estão conectadas. A devastação ambiental e os conflitos humanos têm a mesma raiz: o egoísmo.
- O que o Papa pede à comunidade internacional?
“Esses desafios exigem cooperação global e um multilateralismo coeso, centrado na sacralidade da vida e no bem comum.”
O recado é direto: ninguém se salva sozinho. Governos, empresas e cidadãos precisam unir forças para proteger o que é de todos.
- Por que o egoísmo é o maior inimigo da Criação?
“Observamos comportamentos humanos guiados pelo egoísmo coletivo e pela miopia moral.”
A falta de empatia e o consumo desenfreado têm consequências concretas. O Papa traz um pensamento a cada um: meus hábitos constroem ou destroem o mundo em que vivo?
- E quem sofre primeiro com a crise climática?
“Os mais vulneráveis são os primeiros a sofrer os efeitos devastadores das mudanças climáticas, do desmatamento e da poluição.”
As comunidades pobres pagam o preço do desperdício global. Por isso, cuidar da Criação é também um ato de justiça social.
- Cuidar da Criação é questão de fé?
“Cuidar da Criação torna-se uma expressão de humanidade e solidariedade.”
Sim, para o Papa, proteger o planeta é responder com amor ao dom que Deus confiou à humanidade.
- O que significa “converter-se ecologicamente”?
“É essencial transformar palavras em ações baseadas em responsabilidade, justiça e equidade.”
Converter-se, aqui, é mudar o coração e o estilo de vida para viver com propósito e respeito pela vida em todas as formas.
- O Papa acredita que o Acordo de Paris ainda tem solução?
“O caminho para alcançar os objetivos do Acordo de Paris continua longo e complexo.”
Mesmo diante das dificuldades, o Papa pede coragem e perseverança aos líderes mundiais. A hora de agir com responsabilidade é agora.
- O que é essa “conversão ecológica” de que ele tanto fala?
“Que todos os participantes desta COP30 abracem uma conversão ecológica com pensamentos e ações.”
É um convite a repensar como vivemos, consumimos e nos relacionamos. É preciso uma mudança de alma em consonância com a mudança ambiental.
- E o que cada um de nós pode fazer?
“Que todos se comprometam a proteger e cuidar da Criação confiada por Deus, construindo um mundo pacífico.”
Em resumo, o Papa nos orienta que a paz começa no cuidado. Com pequenas atitudes, como economizar, respeitar, preservar, cada pessoa pode ser um sinal de esperança.
Fonte: Portal A12 / Com Vatican News



